Capítulo 11

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   Saindo da empresa depois que remarquei todas as reuniões para daqui a dois meses, sou abordado por dois homens que me levam novamente para tal casa. Já sei que irei falar com a mulher e já tenho algo para pedir em troca além do meu filho. Quero paz acima de tudo e os seus homens estar a me vigiar não é algo que gosto.
   — Senhor Vitsky — sorri assim que passo pela porta ouvindo que fecham atrás de mim.
   — Antes de tudo tenho um pedido — levanto meu dedo indicador antes que fale qualquer outra coisa.
   — Não pensa que é cedo demais para isso? — a sua voz extremamente calma me dá nos nervos a ponto de engolir todo o ódio que estou sentindo, quero a mandar pra vários lugares que no momento não posso, me lembro de Joaquim toda vez que um palavrão irá sair da minha boca.
   — Acho que já aceitei ser vítima do seu joguinho contra os seus inimigos. Mas não aturo que os seus capangas fiquem a vigiar a minha casa, a minha família e o meu trabalho — tem um colo na mão, balança ele e o gelo dentro do uísque batuca nas paredes de vidro do copo, sem nenhuma expressão no rosto, apenas a me fitar. Quando suas sobrancelhas franzem a mesma se senta em sua poltrona soltando um suspiro.
   — Poderia conceder esse pedido para você — confuso observo seus olhos que percorre o notebook enquanto digita, mas quando seu olhar vem para mim, há sinceridade neles que me traz confusão, o que sai da sua boca aumenta ainda mais o meu nervoso. — Harry, não quero fazer mal a sua família, só quero acertar as contas com alguém que tirou a minha de mim e se fui atrás de você, é porque preciso de um aliado forte. Não tem ninguém dos meus companheiros vigiando você, sua família ou seu trabalho. Te chamei aqui para facilitar as coisas, mostrar a localização, os próximos eventos e onde moram os dois irmãos. Simas e Filipe. — Me sento derrotado em frente a mulher — você trabalha para a máfia italiana agora, por um curto tempo de um mês e meio. Você só precisa fazer o que sempre fez — o que não quero fazer agora — matar dois irmãos, já estou facilitando de fazer o seu trabalho, só precisa ir lá, pegá-los, mata-los e mandar uma foto para mim, o resto eu faço. Aqui está, tudo que precisa está nesse envelope. — Encaro o papel o segurando.
   — Por que eu?
   — Porque eu te escolhi — sorriu. Me levanto da cadeira e quando estou com a mão na maçaneta da porta ouço sua voz novamente — a propósito, tenho algo para você — olho para trás vendo que o notebook está virado para mim e passa um vídeo de Joaquim. Brinca em um quarto com uma garota, parece ter em volta de quinze anos. — Está a salvo, pode ficar menos preocupado, é só me mandar a foto e ele será entregue a Annastácia. — Por fim abro a porta e ando os corredores até a saída, no portão da casa chamo um táxi e ligo para Anna.
   — Pede para que Mike reúna todos os homens na mesa, você, Cristal e Débora também...

   Quando bato a porta e escuto o falatório na cozinha ando rapidamente para lá vendo que todos se calam quando entro no cômodo, vejo que Maven está junto a Shawn e o cumprimento com um aceno.
   — Kora Brassanini me convocou hoje, pelo jeito ela não quer nada conosco, é apenas esse mero 'favor' — me sento — me passou tudo o que antes iriamos fazer, o trabalho está ficando muito fácil e não gosto disso — jogo o envelope em cima da mesa e Augusto o segura — localização, onde moram e onde vão estar, se iremos fazer isso devemos saber que eles também já devem saber sobre inimigos, então temos que tomar cuidados. Mike eu tenho uma má notícia — passo a mão no meu rosto — as pessoas que estão lá fora não são quem pensamos ser.
   — Fala de quem? — Anna começa e suspiro.
   — Falo dos homens que nos vigiam, não são italianos, pode ser outra facção, não sei de quem se trata, mas temos um problema grande agora, temos que resgatar Joaquim, os italianos nos faz de empregados, talvez ganharemos inimigos da Irlanda e temos outras pessoas querendo nos matar, porque se quisessem se aliar, já teríamos tido uma reunião. Não acho que aqui seja seguro para vocês — olho Mary e a mulher ao meu lado.
   — Meu amigo, qualquer lugar que estejamos não é seguro — olho Maven. — Deixa comigo e Shawn, iremos descobrir quem está nos vigiando. Aproveita e tira as mulheres daqui, se tentarem algo tentarão contra essa casa. Quem garante que não é mais dos filhos da puta dos Jones, podemos ter matado a base, mas o resto está espalhado pelo mundo como parasitas, vermes podres — concordo — se conseguimos pegar um deles saberemos o que querem, quem são e se realmente não estão aliados com a Itália.
   — Precisamos de bons planos — Mike completa e concordo com tudo que dizem, mas minha cabeça está um turbilhão de coisas. Duas preocupações a mais, ninguém para se aliar, todos em risco dentro desta casa e meu filho com outras pessoas.
   — Mary pega Dafine e venha para cá. Não é seguro ficar na sua casa. Vocês irão para Los Angeles.
   — O que? Não! E como vamos os ajudar assim? — Cristal se levanta e antes que eu diga alguma coisa absurda, Jack se pronuncia.
   — Vocês podem providenciar a nós algumas coisas, como, por exemplo, verifique tudo que está nesse envelope, vê se existem esses lugares para que não seja uma cilada. Nos mande o perfil dos dois homens, quando Maven e Shawn conseguirem saber quem nos vigia mandaremos para vocês. Serão nosso suporte de Los Angeles. Se os italianos são aliados temporários saberão que estão lá, estão na nossa cola, mas entendam que aqui não é seguro. Os inimigos que estão lá fora tentarão atacar se querem algo. Enquanto estivemos fora não poderemos salvar a vida de Joaquim e a de vocês.
   — Estão certos, vamos a Los Angeles e daremos suporte de lá, enquanto isso estejam atentos, não vamos demorar para achar os irmãos e acabar com esse inferno, um mês e meio passa voando, é muita coisa para processar, se for preciso matamos todos e foda-se essa porra toda, só quero meu filho a salvo. Não precisamos de aliados, temos nossa família — Anna sai do meio de nós e todos suspiram em couro.

N/a......
Me formei semana passada e estou tão atarefada, quero postar mais para vocês pois quero viver cada momento desse caos também, vou me mudar essa semana para outra cidade e está tudo tão corrido. Mas, prometo que vou publicar bastante antes do dia 01.

Contra o Tempo - Livro 03Onde histórias criam vida. Descubra agora