Espero Harry enquanto observo que o sol já se foi, sento no lençol na grama a sentir o cheiro maravilhoso da terra e do ar, os passarinhos cantam e há leves burburinhos de outros casais, hoje é o dia mais feliz do meu ano, pois o dia mais feliz da minha vida foi quando me casei com Harry. Olho o céu a tomar cores enquanto na minha mente como filme passa nossa vida, desde que encontrei um homem de vermelho no carpete da minha casa e eu era uma menina, para quando ouvi sua voz a chorar ao meu lado implorando para que acordasse e não consegui responder. Para hoje, dois adultos a compartilhar amor todos os dias, a fazer o possível e o impossível por uma vida que saiu de nós, é o nosso pedaço e nem acredito que isso só melhora a cada dia.
— Cheguei a tempo de olhar como hoje está lindo! — meus olhos vão para cima a ver o homem da minha vida em pé de frente a minha pessoa a olhar o céu com um ramo de flores em sua mão, seus olhos se encontram com os meus e abre um largo sorriso, me levanto o beijado sentindo o gosto de morango em sua boca.
— Hoje o dia está mais que lindo, vai se tornar especial — sua feição se torna confusa e apenas sorrio mais largo.
— Como assim? — suas sobrancelhas franzem e abre um sorriso de lado.
— Vamos comer, sim? Obrigada pelas flores são minhas preferidas — tento mudar um pouco de assunto e resolve.
— Eu sei bem! — segura as flores colocando no lençol — está tão linda! — havia trocado de roupa quando cheguei e planejei tudo isso com Cris, como moramos perto da sua casa a mesma concordou em ficar com Joaquim.
— Obrigada — sorri e me abraça para si, ali dançamos ao som de uma música imaginária, nem mesmo os passarinhos interviram na melodia da nossa mente, apenas dançamos e meu sorriso entre seu pescoço só aumenta a cada passo, o cheiro da sua colônia nunca mudou desde a primeira vez que senti, quando me pediu para dormir comigo pela primeira vez, em dias em sua casa, e eu deixei em um ato de desespero talvez, medo ou loucura. Me gira no ar inesperadamente gerando uma gargalhada alta, parece que estamos a sós, mas tem tanta gente ao nosso redor.Por fim nos sentamos e comemos calados a ver o dia se transformar em noite, a sentir o vento frio se intensificar, às luzes do pequeno parque se acenderam e havia um último pacotinho dentro da cesta.
— Experimente isso, os vizinhos nos levaram como Boas-vindas e comi um — Harry segura o pacote analisando.
— Estranho. Isso é de comer? — ri sentindo borboletas no estômago e espero que abra e quando o faz fica a analisar calado, parece processar o que está à sua frente e apenas explode de alegria. Olha-me e demonstro a mesma emoção que ele, felicidade. — Os vizinhos é? — sorri largo — o dia está mais que lindo, e vai se tornar especial — diz o que falei quando chegou e segura os sapatinhos na mão.
— Descobri no meu exame de rotina, quis trazer você aqui, pois, me trouxe na última semana que estava grávida de Joaquim, e aqui e agora sabemos que temos uma menininha a caminho — Harry solta uma gargalhada e olha para o céu e num ato inesperado gargalha mais alto e grita no final a passar as mãos no rosto, algumas pessoas ali nos olhou e o mesmo fez questão de dizer em alto bom som a todos o que acontece.
— Vou ser pai de uma menina — se levanta e o observo, o grito em couro das pessoas e às palmas são presentes, Harry me segura e me levanta rapido me levantando no colo a girar-me no ar.Em direção a casa, seguro o ramo de flores enquanto Harry segura minha coxa, nunca deixou de sorrir a deixar suas covinhas a mostra, e nunca deixei de me sentir como se fosse explodir em emoções, estou a esperar meu segundo filho e nem me preocupei de que tenho só vinte e um anos, porcaria Harry tem vinte e nove, está na idade de ser pai, mas e eu? Existe idade de ser mãe? Estávamos preparados para Joaquim? Estamos preparados para a pequena que nem nome tem ainda? Deixo as perguntas de lado e mordo os lábios para tentar conter o riso.
Em casa todos jantamos em grande festa, Mike está conosco e os tios de Harry, pois, planejamos isso, como não esteve em casa o dia todo nem percebeu a presença de seus tios, dá para ver a alegria dele a cantar com sua mãe e Mike, será que estamos vivendo o que queríamos? Vai demorar quanto tudo isso? Toda essa felicidade e vida "normal"? Deixo esses pensamentos de lado, hoje conheci seu avô, o único homem que não se envolveu nesse ramo perigoso e viveu uma vida boa, vi como Harry é parecido com ele, um homem simpático e gentil como o neto, sim, hoje foi mais que especial. A festa está longe de acabar quando tomo um banho junto a Joaquim e o arrumo, desço para encontrar Harry e levar o pequeno para ver o pai, o encontro no escritório a assinar algo. Chego perto para ver que se trata do papel da sua aposentadoria. Então não assinou há dois anos! Olho para o mesmo que me olha e sorri pequeno.
— Não é tempo de morrer — diz e guarda o papel na sua maleta segurando o pequeno — vamos comemorar a vinda da moranguinho — solto uma gargalhada nervosa ao ouvir o apelido que deu a menina.
— Moranguinho? — seus braços passam por cima do meu ombro e ando ao seu lado para o quintal onde todos estão a comemorar.
— Sim, esse é o tamanho da nossa menina — me beija e nunca deixo de sorrir, saímos e Joaquim corre para os braços da avó enquanto me abraço com Harry a olhar as estrelas.
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Contra o Tempo - Livro 03
RomanceDepois de por o fim na vida de crimes. Harry e Annástacia vivem felizes com seu filho em Londres. Ainda repletos dos pontos negros pelo jardim, as preocupações de Harry vai além do que apenas proteger a sua família. Mas um dia, em um pequeno descuid...