Saímos do apartamento direto ao carro do outro lado da rua, olho Harry assim que entramos e ouço seu suspiro.
— Pensa que desta vez, irá dizer a eles? — Harry abana sua cabeça negativamente enquanto olha para frente.
— Penso que só demos mais motivos para seu silêncio — o motor é ligado e nunca deixo de o olhar enquanto dirige...Ao chegamos a casa pensamos que todos já estariam a dormir e que contaríamos tudo pela manhã do dia seguinte, mas castigaram a Harry para ficar mais tempo e conta-lhes tudo que aconteceu hoje, por um lado já tiro a maquiagem do rosto e me livro do vestido para por um pijama, respiro fundo sentindo uma pontada de saudades no peito, o que não faria para ter meu filho agora nos meus braços? Sento a cama e passo a mão pelo meu rosto, estou a mais tempo aqui do que planejado e cada dia mostra o quão sem tempo estamos, cada segundo me causa mais nos nervos, não é culpa de ninguém, apenas os irmãos não aparecem logo para planeamos e eu voltar para Los Angeles, parece que tudo está contra nós.
Vejo Harry a entrar no quarto e fez a mesma coisa que fiz assim que entrei, suspirou e deixou sua cabeça cair para trás em cansaço, quando me olhou pude ver seus olhos vermelhos.
— Amanhã mesmo iremos estar de frente com eles, e nunca me senti tão inexperiente em fazer algo improvisado ou mesmo me senti ansioso por fazer um plano. E se na verdade nem aceitarem, o que iremos recorrer em apenas duas semanas? Temos malditas semanas apenas para salvar nosso filho e não me sinto menos culpado de o ver lá — eram lágrimas nos seus olhos, o ver tão derrotado me quebra inteira, pois, éramos um só, uma só carne e agora mais do que nunca descobri o significado dessa frase, é sentir a dor um do outro e a alegria e ver Harry assim me causa emoções diversas.
— Amor, olha para mim, por favor — sua cabeça balança negativamente enquanto ouço um soluço — por favor! — minha voz sai num fio enquanto vejo sua cabeça se levantar, olhos vermelhos quase a sumir com o verde, às lágrimas descem sem hesitar, não tem vergonha alguma de chorar na minha frente, enquanto demonstra sua dor, em anos ao seu lado conto nos dedos quando o vi chorar. Levanto indo até sua pessoa levantando seu queixo com meu polegar — me olhe nos olhos Harry — de imediato levanta seu olhar a mim, só me quebra mais ainda — iremos resgatar nosso filho e se não concordarem com nossa proposta, voltamos ao plano A, aquele de matá-los e mandar logo a foto a maldita Kora, teremos nosso filho e se Irlandês, chinês, japonês ou italiano de merda vir atrás de nós, lutamos. Uma coisa que aprendi com um Harry que está perdido aqui dentro e tenho muito orgulho desse aqui fora, foi que nunca estamos por baixo e o plano de nos aliamos há pessoas que não temos motivos algum de matar é a prova disso. Se não aceitarem são burros, não pensam, terão a chance de eliminar não só um, dois inimigos. A culpa não é sua, não é nossa e não é deles. Mas é o nosso filho temos que dar nossa vida por ele. — Vejo que abana sua cabeça e enxuga suas lágrimas. Harry se distancia de mim e some para o banheiro, respiro fundo passando a mão nos meus cabelos e vou a varanda pegar um ar, se amanhã der tudo certo, volto aos Estados Unidos, digo o plano e tudo irá começar. Em apenas semanas como conheci Harry, me apaixonei por ele em semanas, nos conhecemos em semanas e me entreguei a um homem em semanas dentro daquela casa em Nova York. Parece que realmente somos destinados um ao outro e renascemos em seis meses que estive em coma, eu uma vingativa com sede de matar qualquer um que tenha más intensões contra mim e minha família, Harry a ser um homem totalmente mudado, renascemos outras pessoas, talvez um no corpo do outro. Deixo de pensar besteiras e volto ao quarto a ver que já está na cama deitado, me aconchego ao seu lado sentindo suas mãos me puxarem para perto.
— Acho que meu pai estava certo sobre você, nem sempre pensarei em tudo e ter uma cabeça para pensar por mim às vezes me ajuda muito — encaro seus olhos semicerrados.
— Ninguém vive sozinho Harry, até mesmo as pessoas mais sábias tem conselheiros. — Sorri e me puxa para mais perto.Pela manhã demoro a abrir os olhos, o calor da cama me chama ainda mais para ela, mas o vazio ao meu lado me alerta que já pode ser demasiado tarde, eu não sei quando iríamos encontrar os O'Sullivan. Respiro fundo e me levanto, tiro a preguiça do meu corpo e encaro todo o quarto organizado, Harry arrumou minha mala? Tão rápido?
Desço as escadas a procura de todos e não acho ninguém, olho o relógioe se trata das dez da manhã para onde foram todos tão cedo? Por que Harry resolveu me deixar? Ando até o lado de fora vendo Henry e indo em direção ao homem, não deixo que minhas palavras saíam da minha boca ao ver que todos estão numa mesa afastada no quintal, deixo que meus ombros relaxem ao ver os olhos verdes e o sorriso que liberou para mim.
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Contra o Tempo - Livro 03
RomanceDepois de por o fim na vida de crimes. Harry e Annástacia vivem felizes com seu filho em Londres. Ainda repletos dos pontos negros pelo jardim, as preocupações de Harry vai além do que apenas proteger a sua família. Mas um dia, em um pequeno descuid...