d e z e s s e t e

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malvie

Quando minha família e eu, chegamos do velório de Andrew, eu resolvi apenas tomar um banho, deitar em minha cama e dormir mais um pouco. Talvez eu tenha dormido minutos, horas, dias, não faz diferença... Quando acordei parecia ser tarde da noite, minha boca estava seca, fiquei em minha cama olhando pro teto, notei então que Summer não estava ali, mas no pé da cama do outro lado, havia uma bandeja coberta.

Me arrastei para perto da bandeja, a abri e notei um sanduíche natural com salada de salmão, meu favorito, vendido na padaria da esquina. E a "famosa vitamina de morango do Caius".

Meu estomago depois do dia inteiro sem nada, estava criando vida própria, se eu ficasse mais tempo sem comer ele sairia fora do meu corpo e iria por conta própria na cozinha se alimentar. Comi devagar, ainda sentindo aquela conhecida moleza no corpo ao despertar.

Quando acabei, capturei meu celular perdido entre minhas cobertas, e cliquei na tela vendo que marcava 01:21 AM, o enfiei no bolso do meu short, peguei a bandeja e saí do meu quarto.

Enquanto passava pelo corredor, notei a porta do quarto do Caius entre-aberta, cheguei meu rosto para dar uma espiada (afinal, Summer havia sumido).

Bingo?

Caius dormia no centro da cama Queen, de barriga pra cima, mas o que me chamou atencão era Summer em na beiradinha da esquerda, encolhida, um pouco abaixo da cabeceira, embrulhada numa manta, perto dela havia um livro grosso que desconfio ser de Neil Gaiman. Ela estaria lendo pra ele e pegou no sono?

Estou surpresa, admito.

Recuei devagar, voltando a caminhar pelo corredor, desci as escadas e fui até a cozinha, coloquei a bandeja com o copo dentro da pia e abri a geladeira em busca da minha latinha de chocolate belga.

Repetindo uma mania que tenho desde a adolescência.

Abraçada a minha adorada latinha me guiei para a sala, a luz das luminárias na sala de jantar deixavam o ambiente a meia sombra, me sentei no sofá, e me encolhi para comer meu chocolate, devagar, o saboreando para senti-lo derreter em minha boca, ouvindo o barulho da chuva lá fora.

Quando literalmente "detonei" com o chocolate que estava ali, peguei meu celular com a mão coçando para olhar se Lorenzo estava online. Então olhei para os lados como quem está sendo observada, e cliquei em seu contato.

O online estava ali.

Queria mandar um "Oi" mas estava muito tarde, e talvez ele estivesse ocupado demais conversando com outra pessoa.

Tentei sair de seu perfil, mas meu celular que eu precisava urgentemente trocar, deu pane, travando, eu fiquei clicando na tela pra que ele voltasse a funcionar, um tanto nervosa, que quando percebi ele não só havia destravado, como estava "chamando".

Arregalei os olhos e cliquei em finalizar a chamada, mas para meu pavor. Ele ligou de volta no mesmo instante.

— Boa madrugada, policial. — Disse com certo deboche.

— Boa. — Murmurei, morrendo de vergonha.

— Então o que fez me ligar a essa hora? — Perguntou e eu pude ouvi-lo sorrir.

— Eu... Eu... Foi sem querer? — Soltei, mordendo o lábio inferior em nervosismo.

— Sei. — Sorriu. — Eu também estava com vontade de falar com você Malvie, só estava sem coragem de mandar mensagem a essa hora. Fico feliz que tenha feito. — Completou.

Então, quem acabou sorrindo foi eu.

— Então, se é assim... O que está fazendo Coban?

— Assistindo novamente Whiskey Cavalier com a minha mãe, esperando o meu pai chegar... E bem, ela dormiu. — Contou e me fez sorrir, mesmo eu não conhecendo esse filme ou série.

ResoluçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora