d e z e n o v e

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summer

Desci do táxi na porta do cinema, avistando Jimmy ali parado olhando para os lados, parecia um tanto ansioso. Eu também estava...

Era difícil pra mim decidir investir em alguém... Principalmente, sendo apaixonada por outra pessoa.

— Oi Jimmy! — O cumprimentei sorrindo, torcendo os lábios. Eu sou péssima com essas coisas.

Ele tinha se vestido de maneira diferente e também tinha penteado a franja pra trás, fazendo um pequeno topete. E tinha ficado muito bem assim. Muito bonito. Mas não era ele. Parecia... Roupas do Lorenzo?

— Oi Summer. — Respondeu sorrindo contido, olhando pra baixo. — Está linda. — Elogiou.

— Obrigado. Você também está muito bem. — Tentei retribuir. — Mas estou sentindo falta da franja e das roupas escuras. — Falei, afinal eu não queria que ele tentasse ser outro cara pra agradar a mim, ou qualquer outra pessoa.

E ele sorriu de verdade em retribuição.

— Que filme vamos ver? — Perguntei, enquanto nos guiavamos para dentro do cinema, e então o senti pegar na minha mão, a segurando. Tensionei levemente.

— Maligno. — Respondeu apontando pra um poster de filme de terror. Tinha dois jovens, pareciam estar invocando algo.

Meu Deus.

— Legal. — Resmunguei sorrindo amarelo. — É de espíritos? — Perguntei, porque eu odiava filmes com essas coisas.

— Sim. — Afirmou.

Seria terrível sair correndo e gritando antes mesmo do filme começar?

Compramos pipoca caramelizada e milk shake, e entramos no sala de cinema, tentei então encarar isso como uma experiência diferente. Vendo um filme de terror no cinema, afinal deve ter até mesmo aquela atmosfera.

Bem, o filme começou e tudo bem no inicio, mas depois a coisa ficou realmente séria, aquilo era terrível, a alma maligna estava caçando um corpo para se hospedar e até que achasse o certo, matava por dentro seus hospedeiros, eu olhava para os lados vendo pessoas relaxadas com aquilo. O Jimmy relaxado com aquilo.

— EU VOU NO BANHEIRO! — Soltei um pouco alto demais.

Mas então o celular do Jimmy começou a tocar um heavy metal. No meio do cinema. Foi então que ouvimos centenas de burburinhos reprovadores.

— É DE EMERGÊNCIA! — Disse ele a todos, ficando de pé.

E foi assim que nos dois saímos quase correndo da sala de cinema.

Jimmy atendeu o telefone e parecia bastante preocupado, assim que desligou se dirigiu a mim.

— Summer, me desculpe, eu preciso ir, minha mãe não está se sentindo bem. — Disse um tanto afoito. E bem, se era isso, não tinha problema nenhum.

— Tudo bem Jimmy. Quer que eu vá com você? Podemos dividir um táxi. — Dei a ideia e ele assentiu, sorrindo agradecido.

O taxi nos levou até a casa de Jimmy, eu pedi para que me esperasse ali, pois resolvi acompanha-lo. O lugar não ficava a menos de uma quadra da adega da família do Lorenzo. Entramos no típico prédio inglês, e subimos alguns lances de escada até o quarto andar e logo Jimmy adentrou sua casa.

— Mãe? — Jimmy já entrou a chamando em uma preocupação genuína. Ele estava tão aflito que pouco me disse na viagem até aqui.

Sua mãe era nada mais nada menos do que a professora Lucy. Uma mulher dócil com os cabelos grisalhos. E eu sequer sabia que ele era filho dela. Ela deu aula de história para mim no oitavo ano e era uma ótima professora.

ResoluçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora