e p í l o g o

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Entreguem suas armas, flores e distintivos, chegamos ao fim...

°.•°·.°•·.•

lorenzo

4 anos depois.

Era manhã de mais um domingo qualquer em nossa casa, eu estava sentando na cama, calçando minhas botas, e prestava atenção (ou quase isso) no noticiário da manhã que falava sobre a queda na economia, e podia ouvir o barulho do chuveiro, onde Malvie tomava banho.

Ouvi a campainha tocar, fiquei de pé ao acabar de amarrar o cadarço, e segui para fora do quarto, para atender a porta, me perguntando quem seria, pois realmente não estávamos esperando ninguém.

Decidimos viajar de ultima hora, foi bem difícil convencer o cara do host pet (ou o babá de cachorros, como prefiro) a abrigar o Prejuízo, nosso pastor alemão, ontem a noite, só pra podermos ir.

Quando adotamos o filhote há mais de dois anos, resolvemos o nomear de Prejuízo, por comer demais e comer a mobília também, disseram que ele não cresceria tanto... Hoje, em pé, era quase do tamanho da Malvie.

Mas um carnaval nos esperava, e pegariamos nosso pequeno animalzinho na volta.

Já estávamos prontos para sair, iriamos pegar a estrada rumo a Veneza, mas acho que nos atrasariamos um pouco.

Abri a porta esperando ser qualquer pessoa, menos aquela.

- Mãe? - Saiu da minha boca em surpresa.

A senti me abraçar em prontidão, retribui depois de alguns segundos, ainda assimilando a ideia de que ela realmente estava ali.

Fazia-se mais de sete anos que eu não a via pessoalmente.

E a última vez que falei com ela foi em uma chamada curta por um telefone público que descobri ser da Letônia, onde ela me contou que minha avó, dona Vanessa, tinha falecido, e que tinha confidenciado a madrinha Kate, que na verdade, era ela com a ajuda do ex da minha mãe, o tal de Crash, (que era filho do falecido marido da dona Vanessa.) que enviava informações para a polícia de Harrow e também mandavam para o juiz. Ou seja, ela faleceu sem poder se despedir da própria filha, por conta de suas próprias escolhas.

- Meu filho... - Ela sussurrou com a voz embargada, se afastando levemente para me olhar. - Quanto tempo! - Disse com os olhos cheios d'agua, passando as mãos no meu rosto.

Eu sentia muita falta dela, era minha mãe e foi minha melhor amiga por tanto tempo, mas agora eu não sabia como agir, pois da mesma forma que eu resolvi ir embora sozinho e refazer minha vida, eles também cortaram todas as relações comigo.

Nem o número de celular que usavamos para falar antes, funcionava mais.

- Entre. - Falei, me desvencilhando para dar espaço para ela passar. Ela assentiu, e olhou a sua volta.
Ela esteve aqui a muitos anos atrás, antes de tudo, esse não era mais o apartamento de homem solteiro, mas de um casal.

Ela se virou para mim.

- E a sua esposa? - Questionou ela, fazendo-me surpreender novamente por ela saber que me casei.

- No banho. - Falei - Mas como você sabe que... - Deixei no ar.

- Redes sociais. - Sorriu, esperta. - Ela postou algumas fotos do dia. A cunhada dela também. - Disse se referindo a Summer, e claro que notei, sobre aparentemente ela acompanhar a minha vida pelas redes sociais das pessoas a minha volta. - Você estava tão lindo, parecia muito feliz. Fiquei feliz por você. - Soltou e eu assenti, ainda me sentindo estranho em sua presença.

ResoluçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora