Sabe aquela sensação de que algo está muito errado antes mesmo de abrir os olhos? Então, era assim que eu me sentia. O meu corpo doía, minha cabeça e principalmente a minha barriga. Mesmo de olhos fechados, eu conseguia ouvir vozes que infelizmente não soube identificar a quem pertenciam. Ouvia também um barulho estranho, como se algo estivesse apitando de modo irritante dentro da minha cabeça. Com um último suspiro, forcei as minhas pálpebras uma última vez, e a primeira coisa que consegui enxergar foram as paredes brancas que cobriam àquele lugar estranho, que ao meu ver parecia ser um..
__ Você acordou!
Alguém gritou antes que eu conseguisse terminar o meu pensamento, e foi então que Nina apareceu no meu campo de visão. Ela tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo, e se não fossem as olheiras enormes que cobriam os seus olhos, poderia afirmar com toda certeza que ela estava linda.
__ Hey, estranha!.- Senti a minha garganta arder assim que pronunciei tais palavras.
__ Você está bem? Está sentindo alguma coisa?.- Nina perguntou com a voz embargada e tocou o meu rosto delicadamente. Ela queria mesmo chorar?.- Você nos deu um susto do caralho.- Resmungou antes de enxugar a lágrima que caiu.- Eu vou chamar um médico.- Disse, e do nada saiu do quarto deixando-me apenas na companhia nos aparelhos que controlavam os batimentos do meu coração.
Encarei o tecto por longos minutos que pareceram intermináveis, até a porta voltar a se abrir e por ela passar a minha família inteira e um homem que trajava uma bata branca e um negócio em volta do pescoço. A minha mãe foi a primeira a praticamente pular encima de mim. Ela encheu o meu rosto de beijos e murmurou o quanto estava feliz em finalmente me ver acordada.
__ Eu sinto muito meu amor.- Meu pai falou emocionado e por um momento achei que ele estivesse encarando a minha... Barriga?
__ O que.. Onde está?.- Perguntei arregalando os olhos.- Eu.. ONDE ESTÁ?.- Gritei sentindo o meu coração praticamente sair do lugar, e lágrimas correram pelo meu rosto sem que as pudesse controlar.
__ Anahí, calma por favor.- O médico pediu se aproximando de mim.- Você não pode se exaltar nesse momento.
__ E..eu.. Eu só quero saber aonde está o meu bebê.- Murmurei ofegante, e foi só naquele momento percebi que a minha amiga e a minha mãe choravam em silêncio. Não. Não. Não pode ser!.- Eeeeu.. Eu perdi?
__ Não, você não perdeu.- O médico respondeu sem desviar o seu olhar do meu.- Eu vou explicar o que aconteceu, mas você precisa manter a calma, ok?.- Ele perguntou e eu apenas assenti com a cabeça.- Você chegou aqui com um quadro grave de hemorragia, algumas costelas quebradas e o ombro fora do lugar .- Eu ouvia cada palavra em silêncio e tentava controlar a minha respiração.- Por causa da hemorragia nós tivemos que fazer uma cirurgia de emergência para tentar salvar o seu bebê.
__ Te..ntar?.- Perguntei sentindo um nó se formar na minha garganta.- Ela..
__ Ela está bem agora.- Respondeu rapidamente.- Apesar das circunstâncias em que tudo aconteceu, a Mia nasceu saudável e ficou apenas alguns dias na incubadora. Agora ela está bem, e até já teve alta.- Concluiu sorrindo largamente.
__ Você dormiu durante dois meses, filha.- A voz da minha mãe soou interrompendo todos os meus pensamentos.
__ Dois meses?.- Nina assentiu desolada.- Como?
__ Você chegou aqui desacordada Anahí, e depois de vários exames descobrimos que também estava com traumatismo craniano, o que consequentemente originou o coma.- O médico explicou de forma paciente.- Se me permitem, eu gostaria de fazer alguns exames.- Disse encarando as três pessoas que nos encaravam atentas.- Dói alguma coisa?.- Perguntou assim que ficamos sozinhos.
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Destino? Talvez
Fanfiction"Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter, calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que percorri, tropece onde tropecei e levante-se assim com...