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E solidão é não precisar. Não precisar deixa um homem só , todo só.

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Sexta-feira, 9h:00 AM- Narradora Point Of View

Anahí estava sentada em um banco alto perto do balcão, enquanto ouvia Carol contar animada sobre o jantar que teve com o marido para celebrar mais um ano de casamento. A mulher contava os detalhes, como o facto de ter recebido um buquê gigante de orquídeas e um beijo no meio de um milhão e meio de pessoas, com uma animação que a ouvinte em certos momentos achava exagerada. E não é como se a própria Anahí não achasse bonita tal demonstração de amor, era algo como a falta de fé que a mesma depositava em relacionamentos.

__ .... aí, o dono do restaurante ofereceu o jantar de graça.- Carol encerrou o discurso com um sorriso lindo no rosto, e arrastou a chávena contendo café na direcção de Anahí que agradeceu em silêncio.

__ Deve ter sido realmente empolgante.- Ela murmurou depois de beber uma boa quantidade do líquido preto. Carol apenas deu de ombros, não fazendo questão de prolongar mais o assunto porque conhecia Anahí a tempo suficiente, para saber que a mesma não era de demonstrar sentimentos ou emoções.- Estão casados a quanto tempo?

__ Dez anos.- Carol respondeu animada e Anahí voltou a assentir.- Se já não precisa de mim aqui, estarei no seu quarto.- Anunciou depois de ter colocado o prato com ovos, bacon e torradas a disposição dela, e deu as costas sumindo no corredor em seguida.

Enquanto tomava o pequeno almoço, Anahí aproveitou para repassar mentalmente o monte de nada que fizera desde que saiu do hospital, tendo como rotina apenas dormir a base de remédios, comer porque era a única coisa que fazia com vontade, ler algum romance e tentar escrever alguma coisa que fizesse sentido. Em algumas dessas tentativas de criar uma nova história, Nina chegou a comentar que as coisas só não estavam dando certo porque a própria Anahí exigia muito de si mesma e não deixava as coisas fluírem naturalmente. Não deixar de comentar o facto de que durante os dias que passaram, ela recebeu um bilhete e uma rosa em cada refeição, tudo a mando de Rosalie Herrera, que mesmo distante fisicamente havia se tornado uma figura presente na vida da escritora, e falando nisso...

__ EU ABRO CAROL!.- Anahí gritou quando o barulho da companhia preencheu o silêncio que habitava naquele apartamento, e foi abrir a porta.

__ É aqui que mora uma escritora que precisa muito da minha companhia?

__ Você? O que faz aqui?.- Ela perguntou de olhos arregalados, e observou a convidada atravessar a porta sem esperar por uma autorização.- Hey Rose, não deixei você entrar!.- Protestou quando a garota muito tranquilamente jogou-se no sofá e colocou os pés por cima da mesa. Anahí fechou a porta e aproximou-se dela que sorriu.

__ Mas, eu entrei.- Rose deu de ombros e cruzou os braços atrás da cabeça. Foi só nesse momento que Anahí percebeu que a mesma carregava consigo uma mochila preta.- Como você está?

__ Tentando entender o motivo da sua presença aqui na minha casa.- Ergueu os olhos confusa na direcção da outra que riu gostosamente. Anahí percebera mais uma vez, que a garota tinha por hábito sorrir sem um motivo aparentemente forte.

__ Hoje não tenho aulas graças à professora que nos deu o dia livre para finalizarmos o seu estúpido trabalho.- Murmurou com uma careta e Anahí permaneceu em silêncio.- E como não queria ficar sozinha em casa, resolvi fazer uma visitinha à você.- Concluiu serena.- Por acaso estou incomodando alguma coisa?

Destino? TalvezOnde histórias criam vida. Descubra agora