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Contem-me um segredo: O que estão achando da Fic?

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"Um gosto precoce da morte não é necessariamente uma coisa má "
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Alfonso Herrera, Point Of View

Desde muito novo, sempre gostei de ter as minhas coisas organizadas, e até o meu tempo era cronometrado. Não suportava quando alguma coisa saia do meu controle ou quando era obrigado a fazer algo completamente fora da minha rotina "habitual". E obviamente, dormir fora da minha casa, do meu quarto e da minha cama, não fazia parte dos meus planos para àquela noite. Mas, a Lexie era o tipo de pessoa que não aceitava um simples " não ", sem uma justificativa aparente. Foi por isso que quando eu avisei que depois da festa iria embora com a minha filha, ela fez um escândalo dizendo que eu vivia enfurnado no hospital e nada mais justo eu passar àquela noite e consequentemente o início do domingo na casa dela. E não é como se eu não gostasse de ficar na companhia da minha irmã, pelo contrário, Lexie tornou-se a minha melhor amiga desde quando soube que ela estava na barriga da minha mãe. Era a única que conhecia todos os meus defeitos, minhas qualidades, minhas manhas e minha dificuldade em criar laços de amizade apesar de ser uma pessoa considerada " tranquila".

__ Está fazendo o quê aqui?.- Lexie perguntou curiosa e rodeou a minha cintura com os dois braços. Naquela altura a festa já tinha finalmente terminado e todos os convidados haviam ido embora, incluindo nessa lista os meus pais.

__ Estou sem sono.- Respondi sem desviar os olhos do enorme jardim que a minha irmã fez questão de criar para que a filha tivesse um lugar tranquilo e confortável para brincar. Um dos motivos que me fazia não querer passar a noite em outro lugar que não fosse o meu apartamento, era simplesmente a minha falta de sono. Tanto que quando tudo ficou calmo, resolvi ficar na varanda até o cansaço do meu corpo falar mais alto.- Achei que já estivesse dormindo.

__ Passei para verificar se a Sofia estava dormindo bem depois de ter comido muita porcaria, e vi você aqui.- Ela respondeu em um tom baixo para não acordar os outros que provavelmente estavam no último sono, e em um movimento rápido posicionou-se na minha frente e fixou o seu olhar no meu.- O que está acontecendo?.- Perguntou sem rodeios. E era exatamente assim que a nossa relação funcionava, ela conhecia o melhor e o pior de mim; e com apenas alguns minutos de conversa conseguia claramente perceber quando algo estava me incomodando.

__ A Anahí.- Murmurei confuso. Não sabia exatamente como tocar naquele assunto e nem o porquê de estar tão preocupado.- Ela.. ela sempre bebe desse jeito?.- Questionei realmente indignado. Eu conhecia a Anahí Portilla escritora das revistas, e era realmente fã e um adorador nato das suas sobras. Sempre tive em mente que ela era uma mulher cheia de vida, alegre e apaixonada pela vida. Mas, no exato momento em que os meus olhos enxergaram àquele ser humano bêbado, frágil e com o olhar desolado, alguma coisa me fez querer conhecê-la muito além do que as revistas e jornais diziam.

__ Nem sempre.- Lexie respondeu e foi possível ver a dúvida riscar em seus olhos.- Está querendo saber porquê?

__ Não sei.- Murmurei sincero e então voltei a olhar o quintal que se encontrava pouco iluminado. Eu realmente não sabia que preocupação toda era àquela com a mulher que dormia no quarto ao lado com a minha filha.

__ Olha, a vida da Annie é um pouquinho complicada.- Ela suspirou longamente e tocou o meu braço.- Vou voltar para o quarto tá?.- Disse, e sem esperar a minha resposta, deu as costas e foi embora.

Quando me dei conta de que o sono realmente não viria se eu ficasse parado que nem um idiota, resolvi voltar para o quarto. Tomei um segundo banho, me joguei na cama e não sei explicar exatamente em que momento o meu corpo relaxou e finalmente consegui dormir.

Destino? TalvezOnde histórias criam vida. Descubra agora