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Chegamos ao hospital e enquanto o Coréia cuidava da minha internação eu fui ser atendida, fizeram exames de toque e um de ultrassom.

Médico: Fernanda não tem jeito seu bebê vai nascer agora

O Coréia entrou nos olhando.

Fernanda: eu não sei nem o sexo do bebê, não tenho roupinha, ai senhor. Parei de falar ao sentir uma contração

Médico: calma vai ficar tudo bem

Ele saiu e eu fiquei pensando, eu estava com o cardiotoco.

Coréia: você ta grávida rs, porque a Marta te pegou?

Olhei pra ele.

Fernanda: você é mesmo filho dela?

Coréia: infelizmente

Fomps interrompidos pela enfermeira que ia me levar lá pra sala de parto.

Enfermeira: paizinho se você quiser já ir descendo pra sala de parto.

Ele me olhou sem graça e eu segurei sua mão.

Fernanda: não me deixa sozinha por favor, tô com medo de ficar sozinha

Coréia: eu não vou sair de perto

Descemos pra sala de parto e eu fiquei andando de um lado pro outro a cada contração, já não aguentava e deitei na maca, fiz uma força e senti algo estourando, a enfermeira viu e me olhou preocupada.

Enfermeira: o mecônio estourou vou chamar o médico acho que vai precisar fazer cesária

Ela saiu e eu me apavorei ao ouvir que teria que fazer cesária me joguei pro lado da maca e apoiei meus braços na poltrona ficando de joelho no chão e fiz força, senti o bebê saindo.

Fernanda: pega aqui o bebê saiu, vai cair

Foi uma muvuca e logo pegaram o bebê, a enfermeira me ajudou a levantar e fomos pra sala de cirurgia eu ficava de longe olhando o bebê e o Coréia enquanto o médico tirava a placenta e me dava pontos, assim que eu estava bem me colocaram em outra maca e a enfermeira veio com o bebê dentro da encubadora já entubado, meus olhos se encheram de lágrimas.

Fernanda: ele ta bem?

Enfermeira: pelos primeiros exames sim, só precisa ficar mais fortinho e ficar com os pulmões fortes, vou levar ele pra u.t.i

Eu assenti e ao ver ela se afastar com ele chorei, o Coréia veio e me abraçou.

Fui levada pro quarto mais senti um vazio dentro de mim.

Coréia: quer ligar pros seus pais?

Fernanda: não, quer dizer precisava avisar alguém que eu to aqui

Ele me deu a bolsa mais meu celular não estava lá.

Fernanda: meu celular deve ter ficado lá

Coreia: você quer meu celular?

Fernanda: não sei o número de ninguém

Coreia: tem face?

Fernanda: é mesmo

Entrei no meu face e mandei uma mensagem pra Letícia pedindo pra ela avisar pra todos.

Coréia: você precisa de alguma coisa? Se você quiser eu compro aqui na lojinha do hospital

Fernanda: vou fazer uma listinha pra você rs

Ele riu assentindo, fiz uma lista e ele foi lá embaixo e logo trouxe, eu corri pro banheiro tomei uma ducha com uma sensação de vazio, de que me faltava algo, coloquei a lingerie e a camisola que ele tinha trazido e voltei pro quarto.

Fernanda: eu não sei o que seria de mim sem você

Coréia: temos muito papo pra colocar em dia

Fernanda: orra, porque sua mãe é assim?

Coréia: isso não sei te explicar, não me dou bem com ela.

Fernanda: e com o seu irmão porque você não se dá bem?

Coréia: irmão? Sou filho único

Franzi a testa.

Fernanda: não, você tem um irmão, duas irmãs e agora um sobrinho

Ele me olhou sem entender, meio chocado, sentou e olhava o nada.

Coréia: como assim?

Fernanda: sua mãe teve o Carioca a Laiz e a Larissa

Coréia: o Carioca que minha mãe tem tanta raiva é filho dela?

Fernanda: uhum e pelo que eu sei ela já deu um tiro nele

Coréia: não é possível, no próprio filho?

Assenti, ele levantou e andou de um lado pro outro. Bateram na porta e era a enfermeira.

Libertina 💋 -CONCLUIDA-Onde histórias criam vida. Descubra agora