Capítulo 6 - Crises| pjm

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ATENÇÃO: este capítulo pode conter gatilho¡crise explícita

Park Jimin
07:32 AM

Saio da sala de Kwan com as lágrimas descendo sem controle algum. Me sinto um covarde por sempre deixá-lo me pôr pra baixo dessa forma, como se fosse somente um lixo, alguma coisa descartável. Um mero saco de pancadas. Mas não posso fazer muito em relação a isso, ou irei ser mandado para a rua, o que não seria nada ruim se eu tivesse para onde ir.

As coisas estão se tornando ainda mais difíceis por aqui. Não posso responder um “a” sequer, que já estou desrespeitando o meu cliente, então já declaram que isso é motivo para ter sido um mau menino e receber punições horrorosas.

Eu odeio todas elas.

Odeio tanto que ontem, após recusar fazer o que meu cliente tanto queria, levei um tapa e, pela raiva sentida no momento, acabei revidando. Esse ato considerado rebelde tanto por Min, quanto por Kwan, me rendeu as tais marcas arroxeadas em meu corpo. Só que dessa vez não no abdômen, e sim no ombro e rosto. Lugares onde dificilmente conseguirei esconder dos olhos bisbilhoteiros. E a cor estranha em meu olho, certamente não passará despercebida por ninguém.

Terei que passar o triplo de corretivo, para só assim disfarçar uma boa metade. Porém, talvez os socos que recebi dele tenham valido a pena, pois o mesmo disse que meu castigo será não vê-lo por uma semana.

É mesmo para ser um castigo, Min?

Não há melhor coisa para mim, do que ficar um tempo longe da pessoa, que é a causa das minhas mais profundas crises de choro e ansiedade. Elas só terão um fim quando nunca mais ter que fingir ser outra pessoa, apenas para agradá-lo. Quando eu finalmente viver livre de Kwan e não poder nem mesmo ouvir falar dele, dando uma agradável folga aos meus ouvidos. Temo que esse dia nunca chegue, e isso sempre me rende mais uma crise inevitável.

Todavia, pensando por esse lado, preferiria morar na rua novamente, do que ser destratado mesmo quando faço o meu melhor. Para minha total infelicidade, não sairei deste lugar por mau comportamento, pelo contrário, permanecerei por dívidas.

Dívidas que nunca terei dinheiro o suficiente para acertar.

Que só aumentam.

— Ei, ei, calma. Vem aqui!

Ouço a voz de James quando estou quase chegando no meu quarto.

Olho em sua direção, enxergando seu rosto em um vulto, devido as lágrimas estarem embaçando minha vista. Meus músculos estão fracos, me encontro tremendo os lábios e fungando sem parar. Consigo sentir os espasmos pelo meu corpo e, por mais que eu tente melhorar a minha situação, ela só piora a cada segundo. E ele já sabe o que vai acontecer daqui para frente, caso não consiga me parar de início.

— Eu estou cansado de tudo isso, James. Sempre dou o meu melhor e o que recebo? Um belo de um tapa e socos de brinde. E para piorar, Kwan me chamando de coisas horríveis, quando é que eu vou ter paz? Vou precisar morrer para conseguir?

Desabafo, sentindo meu estado se agravar ainda mais. Não quero ficar pensando em coisas do tipo, pois essas tais coisas me fazem piorar, mas ao mesmo tempo não quero guardar elas dentro de mim.

É demais, já não aguento prender as palavras na garganta. Ter que todo dia fingir estar bem, para só que assim tudo realmente fique. E nunca fica.

— Calma, Jimin. Cadê os seus remédios?

Pede com cautela, pegando em minhas mãos trêmulas, iniciando uma massagem morosa.

— Eu estou bem, não é uma crise.

In Your Hands × jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora