In Your Hands × jikook

Capítulo 32 - Clichês| pjm

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[...]

A vida é como um livro, tem suas partes boas e ruins, porém, o que sempre irá prevalecer será a sua forma de viver em meio a tudo isso. Portanto, se permita aprender até com as piores coisas, se permita evoluir. — eu.

Park Jimin
08:00 AM

Retiro o olhar do livro que estou lendo, para o celular que deixei na cômoda ao lado da cama. Respiro decepcionado ao ver que não há nenhuma mensagem de Jungkook. O que deve ter acontecido? Por que ele parece tão distante? Ou será que estou errado por mais uma vez tirar conclusões precipitadas, e trata-se apenas de paranoias da minha cabeça?

— Seja lá o que estiver acontecendo, Aera, romances só são as mil maravilhas em mundos fictícios.

Suspiro, me preparando para ler mais um parágrafo do romance que ela me presenteou. O qual já li diversas vezes, e em todas elas me iludo de uma forma diferente, porém ainda intensa em demasia. Por que o amor é tão lindo e fácil quando se é escrito, mas tão difícil quando se tenta praticar?

Ontem a noite foi longa, quase não consegui pegar no sono devido aos meus numerosos pensamentos. Dormi abraçado ao celular, na espera de que Jungkook ligasse a qualquer hora.

Ele não ligou.

Não quero ser chato, apenas compreender que nem sempre ele estará nos seus melhores dias e, de vez em quando, precisará ficar sozinho, assim como qualquer outra pessoa no mundo. E bem, eu entendo isso. Só não consigo controlar as múltiplas paranoias que me invadem a mente.

Não saí do quarto até agora, não me dei o trabalho de descer e nem Soomin veio me chamar. Deve estar dormindo, pois não ouvi nenhum barulho na casa, a não ser os que causei ao fazer minha higiene matinal. Esfrego os olhos, em seguida passando as mãos em meus fios molhados por conta do banho de minutos atrás. Estou tentando me despertar para focar na leitura, e não em como seria bom caso o moreno me ligasse agora mesmo. Devo prestar atenção no que está acontecendo neste mundo fictício onde tudo é belo, ao invés de criar um roteiro entre mim e o Jeon. Minha atenção é fisgada no momento em que o som padrão soa por todo o quarto, indicando uma nova chamada. Sinto meu coração acelerar tão rápido quanto os meus movimentos. E pela primeira vez, fico triste ao ver que se trata de James e não de quem meu coração esperava que fosse.

— Oi Jack.

Digo um pouco desanimado, um bico rapidamente se formando em meus lábios. Droga, quando foi que ele se tornou o motivo da minha saudade?

— Oi Jimin, bom dia. — Seu tom é animado, diferente do meu. — Me desculpe por não ter ligado nos últimos dias, é que chegou meninas novas e tive que orientá-las. — Suspira vagarosamente, parecendo decepcionado consigo mesmo.

Entendo ele, é difícil ver outras pessoas entrando e se perdendo nesse mundo da Himeros. Mais difícil ainda saber que, mesmo não querendo, temos que recepcionar cada uma delas e fazê-las se acostumarem com a nova vida, por mais merda que seja. Sorrio triste, lágrimas quase escorrendo pelos meus olhos ao lembrar de que, eu poderia tentar dar um fim nesses absurdos, mas sou fraco demais para tomar tal atitude.

— Meninas novas? Foi para recompensar minha saída?

Questiono mesmo já sabendo a resposta. Óbvio que foi por esse motivo, só chegam pessoas novas quando Kwan decide não querer mais um stripper em sua boate, por julgar seu “trabalho” ruim. Ou no momento em que  ele “vende” um de nós para lucrar por cima. O que não foi bem o meu caso, logo que só tive as dívidas quitadas. Felizmente tive sorte em ser resgatado por Jungkook, sinto muito pelos outros que devem estar sofrendo nas mãos de homens ainda piores que Choi e todo o resto que frequenta aquele lugar.