Jeon Jungkook
17:00 PM— Está tudo bem?
Pergunto para Jimin que encara a janela do carro há mais de dez minutos. Acabamos de sair do apartamento do Hoseok, agora estamos voltando para casa com o Jooheon, enquanto Taeyang está indo sozinho e mais na frente. Porém, nem sequer uma palavra foi dita desde que entramos no veículo, e isso me assusta devido a conversa que aconteceu nos últimos minutos.
— Claro.
Eu até acreditaria em sua resposta, se ela não tivesse vindo acompanhada de um sorriso forçado e um tom deveras desanimado.
— Me desculpe, deveria ter pensado mais em você e esquecido as maluquices que o Hobi estava falando.
Tento me redimir, lembrando de que, por alguns segundos, me esqueci totalmente do garoto e, principalmente, de como ele fica quando o assunto é sobre o homem que o fez todo tipo de mal que existe no mundo.
— Não se preocupe, Jungkook. Vocês só estavam conversando sobre possibilidades, e precisamos fazer isso diante tudo de estranho que vem acontecendo. Não se culpe por reações que devem ser controladas por mim.
Finalmente me encara, o que me deixa notar que o seu semblante está sério. Rapidamente levo minha mão até seu rosto, fazendo uma mínima carícia no local, sentindo toda sua boa textura.
— Não trate isso como um erro seu, é compreensível que não se sinta bem com alguém discutindo sobre seu passado, Jimin. Só que você um dia terá que aceitar que precisa de uma ajuda extra para escapar de tudo o que te faz mal. E eu não estou falando do James.
Tento tocar, pela segunda vez, no assunto de um psicólogo para o loiro. Só que, já como esperado, ele escapa novamente. É, Kyu, não será tão fácil assim conseguir um bom resultado quando sou iniciante no assunto, e o loiro ainda é uma pessoa tão fechada quando se trata dos próprios sentimentos.
— Você não ia me levar para algum lugar?
É a desculpa que ele arranja para escapar da minha tentativa de o ajudar. Respiro fundo por notar a sua fuga, encontrando o olhar de Jooheon por alguns segundos, o qual já está percebendo o clima tenso no banco de trás.
— Sim, mas achei melhor apenas voltarmos para casa.
Me afasto, agora encostando o corpo no couro do carro novamente.
— Por quê? Por favor, não me diga que é por aquilo. Jeon, não quero deixar de viver apenas por conta daquele homem, os últimos três anos da minha vida eu passei preso, vivendo apenas para outras pessoas, eu não quero continuar me escondendo quando estou livre.
Dita com a voz firme, me fazendo tornar a olhar em seus olhos com os meus um tanto arregalados. Ele está certo. E é por isso que não digo nada mais além do endereço para o motorista, que somente faz a curva no carro, enquanto liga para o primo continuar com a viagem e fazer companhia para sua “namorada”.
A viagem continua sendo silenciosa, nada é ouvido em conjunto com o trânsito lá fora. Eu e Jimin mal nos olhamos, nossa única conexão está nas mãos unidas, algo que nunca ousamos deixar de lado desde que nos conhecemos. Eu gosto do toque dele tanto quanto ele gosta do meu.
— Chegamos!
Avisa o homem de cabelos azuis, que desce do carro e abre nossas portas, admirando — de forma demasiadamente atenta — ao redor em busca de algum sinal suspeito.
— Obrigado, pode ir e voltar apenas amanhã de manhã. Eu ligo quando precisar dos seus serviços.
Digo observando o prédio tão conhecido por mim e, sem nem esperar por uma resposta do segurança, eu adentro o local com um Jimin beirando a confusão pura.
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In Your Hands × jikook
Fanfic[EM BREVE, livro físico pela Editora Violeta] Park Jimin é um garoto de vinte e um anos, que fugiu de casa aos dezoito, logo se vendo metido em um mundo de prostituição, e completamente perdido quando, da noite para o dia, fora entregue para um dos...