Capítulo 5

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Anne

Escuto duas batidas na porta e em seguida a voz abafada da minha mãe preenche o quartos respiro fundo e peço para ela entrar.
Não demora muito e dona Susan adentra ao quarto segurando uma bandeja com uma xícara, que pelo cheirinho, sei que é chá de camomila.

- Trouxe um chá para você. Vi quando chegou... - ela diz parada na porta do quarto.

- Vem, senta aqui - dou duas batidas no colchão pedindo para ela sentar ao meu lado.

- Não está brava comigo?

- Você é minha mãe e eu acredito que a senhora é totalmente contra tudo isso.

- Meu amor!

Mamãe coloca a bandeja em minha penteadeira e senta ao meu lado, me abraçando forte.
Quando nos afastamos, limpo suas lágrimas com meu polegar e sorrio pegando suas mãos.

- Agora eu entendo porque a senhora dizia a todo momento que o que importa é minha felicidade.

- Ah, Anne, eu tentei até o último, tentei fazer com que ele mudasse esse acordo horrível... - Ela respira fundo. - Mas nada, nada que eu dizia era suficiente para fazer Ed desistir. Olha, o que você decidir eu estou do seu lado, filha. Se você quiser fugir agora, eu te ajudo, te dou cobertura e finjo que eu não sabia de nada. O que acha?

- Não, mãe, não - digo rindo.

- Eu imagino tudo que a senhora fez para isso não acontecer, acredite, eu consigo imaginar. A senhora sempre foi uma mãe leoa, disposta a me defender para qualquer pessoa... - sorrimos. - Mas nesse caso, mãe, infelizmente, eu não tenho outra saída.

- O que? Como assim, Anne?

- É como o papai disse, a empresa é o que meu avô mais amava, aliás, é o que ele mais ama e eu não posso deixar ele perder ela assim. Por minha culpa.

- Anne, não...

- Está tudo bem, são só 6 anos, certo?

Ela balança a cabeça assentindo.

- Eu me caso com esse homem. Quando passar o tempo desse contrato, eu vou me divorciar, vou embora desse país e nunca mais volto.

- Filha, você não precisa fazer isso, pode...

- Não - digo a interrompendo. - Mãe, eu estive com meu avô hoje é foi uma das melhores tardes que tivemos juntos. Como avô e neta. E por ele, mãe, só por ele eu vou enfrentar tudo isso.

- Você ama seu avô não é?

- Muito!

- Você tem certeza disso, Anne? Tem certeza?

- Pelo meu avô, eu tenho toda certeza do mundo!

Ela respira fundo, limpa suas lágrimas e em seguida me envolve em seus braços, deito minha cabeça em seu peito e assim que sinto seu cheirinho, no mesmo instante desabo em lágrimas.
Cheirinho de amor.
Cheirinho de mãe.
Minha mãe.

- Antes eu queria dizer que eu estou completamente decepcionada com o senhor. Eu nunca imaginei que meu pai me venderia dessa forma.

- Anne...

- Deixa eu falar, pai, por favor!

O interrompo levantando da poltrona, ele balança a cabeça assentindo.

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