Capítulo 28

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Ashley

- Lene...?

- Oi, querida!

Lene sorri e volta sua atenção para as panelas, me sento na cadeira e quando percebe que estou aflita, Lene franze a testa abaixando o fogo.

- Está tudo bem?

- O que tinha na escada? O que fez Anne cair?

- Como assim?

- Naquele dia, no dia em que Anne caiu da escada, tinha algo escorregadio, Anne nos disse isso. Alguém limpou a escada naquele dia?

- Não. Não limpou, não naquele horário. A escada sempre é limpa bem cedo, para não acontecer acidentes como o que aconteceu com Anne.

Respiro fundo.

- Quem limpou a escada depois da queda de Anne?

- Foi a Heloísa e eu também ajudei, realmente estava muito escorregadio. Parecia que tinha óleo na escada...

Afundo meu rosto em minhas mãos me sentindo péssima ao ter a certeza de que minha mãe assassinou o próprio neto e tudo, tudo por dinheiro.

- Ashy? Por que esta fazendo todo esse interrogatório? Esta desconfiada de que aquele óleo estava na escada de propósito?

- De que outra forma um óleo apareceria na escada?

- Mas...

- Lene, - levanto - por favor não diz a ninguém que falamos sobre isso, principalmente para minha mãe. Por favor!

Lene balança a cabeça assentindo.
Saio da cozinha e corro para meu quarto, assim que entro, fito mamãe sentada em minha cama, com meu diário em mãos, nesse momento agradeço a Deus não ter colocado algo relacionado a minha gravidez.

- O que faz aqui?

-

Quem é Vinícius?

Ela pergunta levantando, ainda segurando meu diário, rapidamente puxo de sua mão e o coloco em cima da minha penteadeira.

- Vou perguntar pela última vez, quem é Vinícius?

- Um amigo.

- Amigo? Pelas suas palavras ai ele parece tudo, menos um amigo.

- Mas é isso que ele é. Um amigo.

Ela balança a cabeça assentindo.

- Bom, melhor ele do que aquela garota que você dizia estar apaixonada. Espero - ela se aproxima e segura meu queixo - só espero que ele esteja a sua altura.

Solta meu queixo, dou a volta, saindo de perto dela, agora ficando no lugar que ela estava antes.

- Se não estiver, o que vai fazer?

Mamãe franze a testa.

- Você não me conhece, Ashley, não conhece.

Ela diz saindo do quarto e me deixando sozinha, imediatamente fecho a porta a trancando, respiro fundo sentindo um enjoo me invadir.

- Realmente, mamãe...

Quando menos imagino, o enjoo se intensifica, corro para meu banheiro.
As horas passam e consigo arrumar minhas malas, coloco minha última peça de roupa na mala, depois de tudo que descobri sobre o passado da minha mãe, não posso mais ficar aqui, esperando que ela descubra sobre minha gravidez e acabe matando meu filho também.

Queria poder ajudar Patrick e Anne, mas não temho provas, não tenho nada que comprove que minha mãe é esse montro que descobri.
Será que ela me ama?
Será que ela ama o Pat?
Será que ela ama o meu pai?
Meu Deus, será que ela ama apenas o dinheiro? Nossa família não é nada para ela?
São tantas perguntas, tantas.
Queria fazer todas a ela, mas ainda não sei do que ela é capaz, matar 2 bebês ainda no ventre de suas mães é desumano.
Patrick precisa saber de tudo.

- O que aconteceu?

- O que aconteceu com a Anne não foi acidente...

- Como assim?

- Escuta, escuta bem o que vou te dizer. E por favor, acredita em mim.

- Isso não é possível, Ashy ela é nossa mãe! Acha mesmo que ela pode...

- Acho! Você sabe que há muito tempo eu não temho tido uma boa relação com ela. E você sabe o quanto ela é obcecada pelo dinheiro, você sabe disso, Pat...

- Ao ponto de provocar um acidente que matou o próprio neto?

Respiro fundo quando percebo que mesmo contando tudo que descobrir, Pat não acredita em nenhuma palavra.

- Por que Sra. Susan contaria uma mentira dessas? Por quê? Pensa bem, Patrick...

- Não sei... Não sei... Ashy é muita informação. É uma loucura pensar nisso tudo, é uma loucura pensar isso da nossa mãe. Nossa mãe acima de tudo.

- Você sabe como ela é! Olha o que ela fez quando você sofreu o acidente, veja os pequenos detalhes, Patrick!

Meu irmão anda de um lado para o outro.

- As chantagens... Tudo pelo dinheiro. Tudo o que a Sra. Collin contou, absolutamente tudo, condiz com a personalidade dela. Por favor, acredita!

- É impossível acreditar... Impossível...

Respiro fundo.

- Ok! Tudo bem... Eu desisto, Pat...

Empurro minhas duas malas para perto da cômoda, escondendo de qualquer pessoa que possa vir aqui.

- Para onde vai?

- Vou proteger essa criança. Eu não sei se posso confiar nela, e eu não quero confiar nela. Então eu estou indo embora.

- Ashy pra onde?

- Pra bem longe daqui... Eu vou contar ao pai do meu bebê que vamos ter um filho, e eu vou morar perto dele ou talvez com ele. Não sei...

- Eu achei que você...

- Foi apenas uma aventura... Pedro é o homem que amo e acho, acho que ele também me ama.

Sento en minha poltrona.

- E se ele não quiser...

- Eu dou um jeito. Tenho economias. Eu só não vou mais ficar aqui, Pat, não vou!

Ficamos em silêncio por alguns segundos, Pat parece digerir toda a informação, mas vejo em seu rosto que não acredita em nenhuma palavra que falei, e não posso fazer nada a não ser rezar para que nada de ruim aconteça com meu irmão e muito menos com Anne.

- Mas e se você estiver errada?

- Irei pedir desculpas a mamãe até o final da minha vida. Enquanto tudo apontar para ela, eu vou acreditar que ela é sim perigosa e se eu fosse você, começava a procurar por mais coisas, para proteger Anne.

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