Capítulo 24

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Alguns dias depois

Patrick

Eu queria pode olhar para o José, pela última vez e dizer:
"Me desculpa, amigo! Eu sinto muito!"
Queria dizer que eu não tive culpa do acidente, não tive culpa por ter sumido do país sem olhar para trás, queria que ele entendesse que se fosse por mim só, teríamos feito de tudo para ficar bem.
Mas não sei se ele entenderia isso, não sei se ele aceitaria isso, e infelizmente não há mais nada a fazer, José está morto, ele morreu me odiando e não há mais nada, absolutamente nada a fazer para voltar no tempo.

O que posso fazer agora e lutar para o meu casamento com Anne dar certo, e eu tenho certeza que dará.

Quando soube que estava destinado a casar com uma mulher desconhecida, nunca imaginei que um dia me apaixonaria por ela, talvez se fosse outra mulher nada disso seria possível.
Anne me cativou desde o dia em que a vi naquele avião, desde a primeira troca de palavras que tivemos e a cada dia, cada conversa, cada sorriso, cada planejamento estratégico para deixar nossos pais loucos trouxe para o meu coração tijolinhos de amor que aos poucos construíram esse profundo sentimento que sentimos um pelo outro.
Decidimos tentar, se não tivessemos sido obrigados a casar contra nossa vontade, talvez hoje estaríamos apenas namorando, mas já que somos marido e mulher, vamos fazer o nosso casamento dar certo
Agora não é mais mentira o que sentimos um pelo outro, é real e extremamente lindo.

- Devagar... Isso... prontinho!

Anne me ajuda a sentar na cama e encostar, sorrimos e ela sela seus lábios em minha testa, em seguida damos um selinho.
Recebi alta e infelizmente preciso estar em repouso por pelo menos 5 dias, e tenho a melhor enfermeira para me ajudar.
Anne senta na cama e quando estamos prestes a nós beijar mamãe entra no quarto segurando uma bandeja com uma tigela e um copo de suco.

- Trouxe um pouco de sopa. Lene fez agora e está quentinha, filho.

- Obrigada, mãe!

Digo pegando a bandeja e colocando em meu colo, Anne levanta passando a mão por seu vestido floral que deixa linda, e sua barriga, já querendo aparecer.

- Anne, Lene já arrumou o quarto de hóspedes para você, deixe meu filho des...

- Anne não vai dormir no quarto de hóspedes, mãe - digo a interrompendo.

- Como?

- Ela vai dormir aqui, no meu quarto e na minha cama. Anne é minha esposa.

- Uma esposa por contrato!

Mamãe diz alterada.

- Sim, mas decidimos - pego a mão de Anne. - que vamos tentar fazer esse casamento dar certo. Estamos apaixonados e nada, nada que você  diga ou faça vai nos afastar.

- Está dizendo que...

- Estamos casados, e casados ficaremos. Mesmo depois que o contrato acabar!

Mamãe olha para Anne com uma raiva extremamente visível, em seguida sai do quarto batendo a porta,  Anne respira fundo e senta na cama ficando de frente para mim.

- É melhor eu ficar no quarto de hóspedes, senão sua mãe vai me matar!

- Em vocês ela não toca!

Sorrimos e selamos nossos lábios, quando nos afastamos, Anne diz que preciso me alimentar e então, começo a comer a sopa que Lene fez e está extremamente saborosa

Abro meus olhos e fito minha irmã sentada na poltrona lendo um livro, sorrio e logo ela percebe que estou acordado.
Depois que tomei a sopa, acabei dormindo, afinal, ficar o dia todo deitado na cama acaba dando sono.

- Acordou dorminhoco!

Ela diz sentando ao meu lado, também me sento devagar por causa da cirurgia para retirada da bala, que por acaso ainda dói.

- Onde está Anne?

- Ela foi ver os pais, parece que o pai dela passou mal de noite e a Sra. Collin estava desesperada.

- Droga! Vou para os Collin, Anne não pode ficar sozi...

- Nada disso - Ashy diz me empurrando de vokta para a cama.

- Não posso deixar minha esposa sozinha, Ashy, por favor me leve ate os Collin!

Ashy faz menção de dizer algo, mas a portabdo quarto abre revelando Anne, respiro aliviado e ela franze a testa quando vê que Ashy está tentando me empurrar de volta para cama.

- O que está acontecendo?

- Que bom que chegou, esse idiota quer ir atrás de você.

Ela da uma gargalhada baixa e coloca sua bolsa na poltrona, Ashy pega seu livro e sai do quarto nos deixando sozinhos.
Anne me ajuda a me arrumar na  cama novamente e senta ficando de frente para mim.

- Como seu pai esta?

- Está bem, foi só um susto, ele teve uma dor no peito, mas o médico disse que não é nada. Segundo o médico, eram apenas gazes. - damos uma gargalhada.

- Que bom, fiquei preocupado.

- Estamos bem! Não se preocupe, amor.

Sorrio sentindo a palavra "amor" entrar em meus ouvidos como uma bela música de Beethoven.

- Fala de novo?

- O que?

Anne da uma gargalhada.

- Amor... Fala?

- Meu amor! Meu amor!

- Meu Deus! Que som maravilhoso!

Começamos a rir e Anne senta em meu colo devagar, e entrelaça seus braços em meu pescoço e iniciamos um beijo calmo e intenso.

- Eu tenho uma consulta às 15hrs, melhor eu sair antes que você acabe me fazendo ficar deitada aqui com você!

- Só deixo você ir porquê é pelo nosso bebê - digo e beijo sua testa.

- Bia vem me pegar, aliás, ela já deve estar chegando.

Balanço a cabeça assentindo.
Anne levanta passando a mão por seu vestido e sorri enquanto amarra os cabelos em um coque alto.

- Até mais tarde!

- Até mais tarde, meu bem!

Anne me beija novamente e em seguida pega a bolsa, logo ela sai do quarto fechando a porta.
Respiro fundo me sentindo o homem mais sortudo da face da terra.
Como que é mesmo aquela música:

- Tudo que acontece de ruim na nossa vida, é para melhorar!

Escuro gritos vindo do corredor, imediatamente e com dificuldade me  levando. Quando chego na porta a abro e fito mamãe parada na ponta da escada e Ashy gritando pedindo ajuda.  Assim que chego na  ponta da escada, vejo Anne no início da escada no chão desmaiada.

- Anne!!!

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