Capítulo 12

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Anne

- Obrigada, Tom!

Digo arrumando minha bolsa em meu ombro e sorrindo para Tomás através do retrovisor.

- Você quer que te espere?

- Não, não...Patrick vai me levar mais tarde. Vamos fazer muitas coisas a respeito do casamento hoje, - dou uma gargalhada e Tom também da risada. - Brincadeira, na verdade, nós vamos andar por aí, sem rumo.

Tomás balança a cabeça assentindo.

- Bom, vou indo, Patrick já esta esperando. Obrigada, Tom!

- Ah! Claro, então até mais tarde!

- Até mais, Tom!

Digo sem entender o tom de voz debochado de Tomas, abro a porta e salto para fora e logo Tomás da partida.
Franzo a testa e fito Patrick parado na porta de uma das padarias que vamos tomar café.

- Olá!

- Olá!

Selo meus lábios em sua bochecha e Patrick faz o mesmo em mim.

- Nossa, você está muito linda!

Diz olhando minha roupa.
Estou usando uma calça jeans escura e uma blusa regata branca, com um blaze vermelho e o meus cachos soltos.

- Obrigada, futuro marido. E você também está um gato!

Digo observando seu lindo terno preto, sua gravata vermelha e o cabelo perfeitamente penteado.
Patrick me da passagem e entramos no Denver, logo achamos uma mesa e nos sentamos, ficamos de frente um para o outro.

- Bom dia! O que vão querer?

- Eu quero dois pães de queijo e um cappucino - digo colocando o cardápio na mesa e olho para Pat.

- Eu vou querer dois pães de queijo também e um café preto!

- Anotado! Volto em alguns minutos, com licença!

A garçonete sai da nossa mesa, sorrio e Patrick também sorri, e sinto aquela corrente de gelo passar por todo meu corpo, a mesma sensação que sentir semana passada na festa do nosso noivado.
Se segura aí, Anne Collin!

- Quando estávamos no avião, você já sabia que estava de casamento marcado?

- Não. Na verdade eu tinha outros planos, eu ia ficar por mais alguns meses em Nova Iorque, mas meu pai praticamente ordenou que eu estivesse em casa na época combinada. Eu não entendia, mas agora, está tudo mais claro!

- E qual era seus planos?

- Eu queria estudar muito, trabalhar porque eu não queria depender dos meus pais. E depois de tudo isso, talvez conhecer alguém, casar e ter filhos.

- Então a garotinha Collin quer ser mãe?

Dou uma gargalhada.

- A garotinha Collin quer ser mãe sim. Talvez demore mais que o esperado, mas é um desejo meu.

A garçonete chega com nosso café da manhã, sorrio agradecida e logo ela sai nos deixando sozinhos, então pergunto:

- E você?

- O que?

- Algum plano?

- Ah! Quem não faz planos? Eu também queria trabalhar e queria muito, muito começar uma faculdade na qual eu tenha orgulho em fazer. Depois quem sabe conhecer uma moça e ser feliz. Quanto aos filhos, eu quero sim, ser pai e fazer completamente diferente dos meus pais. Amar eles acima de qualquer, qualquer coisa!

Sorrio.

- Que faculdade você queria fazer?

- Medicina.

Patrick olha para todos os lados do local em que estamos, e sussurrando começa:

- Na verdade eu já estou estudando medicina.

- O que?!

Começamos a rir, Patrick bebe um gole de seu café e volta a rir colocando a xícara de volta na mesa.

- Está em que semestre?

- Segundo. E sabe qual é a melhor parte nisso tudo?

Nego balançando a cabeça.

- Esconder dos meus pais!

Voltamos a gargalhar e posso sentir o peso do olhar das pessoas que estão dentro do Denver.
Com certeza estão pensando:
"Como podem rir tanto há essa hora da manhã?"
Quer saber? Nem eu sei, mas começo a perceber o quão Patrick torna as coisas mais leves e isso está me cativando, cada vez mais.

Nos sentamos em um dos bancos de uma praça que encontramos, há pessoas correndo, treinando, mulher com crianças em carrinhos entre outras pessoas.
Cruzo minhas pernas e me viro para Patrick que parece meio pensativo, franzo a testa e pergunto:

- Tudo bem?

- Oi? Sim, sim, tudo bem - ele abre um sorriso largo.

- Por que entrou nessa? Por que aceitou o casamento?

- Quando eu tinha 17 anos, roubei o carro do meu pai, eu e um amigo de escola, estávamos bêbados, e era eu quem dirigia, sofremos um acidente grave, eu fiquei em coma por 2 meses e quando acordei eu estava em Lisboa sendo tratado por outros médicos.

- Meu Deus, Pat...

- Quando perguntei aos meus pais o que tinha acontecido, eles me contaram que rastrearam o carro assim que perceberam que eu tinha sumido, quando chegaram lá, eu estava do lado de fora do carro e dentro dele estava o José. Deixaram o José na estrada e me levaram para um hospital, quando entrei em coma, eles decidiram me levar para Lisboa.

- O que aconteceu com o seu amigo?

- José está morto. Meus pais deram depoimento dizendo que não conhecíamos ele e que ele teria roubado o carro sem que vissem. Ou seja, jogaram a culpa de tudo em uma pessoa que estava morta. E desde aquele dia, eu me culpo pela morte dele, por não ter feito nada para ajudar. Meus pais me chantagearam. Caso eu insistisse em não querer o casamento, eles iram contar toda a verdade a familia do José e diriam que foram obrigados por mim.

- Eles iriam fazer você ser culpado por um acidente?

- Diriam que foi assassinato.

- Meu Deus, Patrick! Eu, eu não sei o que dizer...

- Definitivamente meus pais são piores que os seus!

Ele da uma gargalhada, então puxo Patrick e o abraço, fecho meus olhos e o aperto contra meu corpo na intensão de fazer isso se tornar mais leve, mesmo sabendo que é impossível.

- Você não tem culpa de nada, ouviu? Não tem!

Sussurro em seu ouvido, Patrick balança a cabeça assentindo.

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É EITA ATRÁS DE VISH!

Até a próxima

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