Capítulo 20

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CASAMENTO

Patrick

- Então? Como estou?

Pergunto a Beto assim que ele entra em meu quarto, sorrio e me viro terminando de abotar meu terno.
Hoje é o dia do casamento, o dia em que me tornarei esposo de Anne e estou sentindo tantas coisas ao mesmo tempo que não consigo decifrar.

- Você parece feliz, estou errado?

- Talvez... Não sei o que sinto.

- Eu já disse o que acho sobre isso. Você está se apaixonando, melhor, você está apaixonado pela Anne Collin. Está estampado na sua cara.

- Você acha?

- Pat, você vai assumir um filho que não é seu. Você e Anne passam o dia todo juntos. Qualquer um que olhar para vocês dois, dirá que estão apaixonados.

Sento-me em minha poltrona, respirando fundo.
Não vou negar que ter a compainha da Anne tem sido as melhores horas do meu dia.
As vezes esquecemos que estamos sendo obrigados a nos casar.

- Essa mentira que os dois inventaram pode se tornar realidade... E quer saber, se vocês resolverem ficar juntos, eu serei um amigo extremamente feliz!

Beto da uma gargalhada, acabo rindo também, então escuto algumas batidas na porta e logo em seguida minha mãe adentra ao quarto.

- Filho, seu pai já está esperando. Precisamos ir!

- Tudo bem!

Franzo a testa.

- Não vai dizer nada?

Agora ela quem franze a testa.

- Dizer o que?

- Como estou? Uma mãe no dia do casamento do filho deveria estar chorando, abraçando e dizendo o quanto o filho está bonito. Não?

Dona Karol da uma gargalhada debochada e senta em minha cama cruzando as pernas.
Beto me encara e em seguida sai do quarto me deixando sozinha com ela.

- Se você estivesse casando com uma mulher boa, de boa família e que acima de tudo, eu aprovasse, talvez eu estaria fazendo tudo isso que citou. Mas como se trata de uma Collin, não, eu não vou te abraçar e dizer o quanto você está lindo, meu filho.

Balanço a cabeça assentindo, encosto em minha cômoda.

- Bom, você e papai me chantageou, usou um terrível acidente e me forçou a estar aqui hoje. Então...

- Ah, meu filho - ela diz arrumando o colarinho do meu terno. - Chega de falar. Está bem? Vamos!

Ela entrelaça seu braço ao meu e saímos do quarto.
Juro que as vezes parece que ela não é minha mãe, talvez seja verdade, posso ter sido adotado ou algo assim.
É impossível alguém como Karolyne ter me gerado.
Quando chegamos na sala, meu pai está tomando um copo de whisky, quando minha mãe faz menção de dizer algo, escuto a voz de Ashyly vindo, quando me viro fito minha irmã abraçada a Lene e ambas rindo.

- Não acredito que você foi liberta da prisão?

- Pat!!

Ly corre e me abraça, rimos juntos.
Ashly foi mandada para um internato no interior aos 15 anos, depois que meus pais descobriram que ela estava apaixonada por uma menina da escola, desde que a mandaram embora, eu nunca mais vi minha irmã, a não ser no final do ano, em um único dia e depois, ela volta para o internato.
Pensei que ela não fosse vir para o casamento, por ser uma farsa, mas eu estava errado.

- O que faz aqui?

- Papai foi me buscar - ela diz olhando para meu pai e ele nos olha abrindo um sorriso largo. - E eu não poderia perder o casamento falso do meu queridíssimo irmão! E além do mais, eu vou ser tia!

Damos uma gargalhada, papai também acaba rindo.

- E como o mais novo papai do pedaço se sente?

- Feliz! Serei pai. E mesmo que esse casamento seja uma mentira, acho que Anne e eu estamos começando a sen...

- Patrick Jones, não ouse terminar essa frase! Está ouvindo?

Tento segurar o riso.
Mamãe pegou a provocação.

- Bom, o importante é que eu estou em casa! E não pretendo ir mais!

Papai e Ly se entreolham, franzo a testa e pergunto:

- Vai ficar de vez?

- Tenho que ver meu sobrinho crescer!

- E já estava na hora de Ashly voltar!

- Até agora não sei porque Richard fez isso - mamãe diz sentando no sofá.

- É muito bom te ver também, mãe! Estava morrendo de saudades!

Mamãe revira os olhos, Ly também revira os olhos e sorri selando seus lábios em minha bochecha.
Então papai diz que já está na hora irmos ara a igreja, não demora muito e já estamos no carro.
Assim que chego na Igreja, vejo alguns convidados dos meus pais, nenhum que eu tenha convidado, sorrio aliviado quando acho Beto, pelo menos alguém que conheço o bastante.
Passei por um cara de cadeira de rodas, estava arrumando as flores que  estão espalhadas pela igreja e cheguei no altar cumprimentando o padre.

- Vim ficar com você até Anne chegar! - Ashly diz ficando ao meu lado e entrelaçando seu braço ao meu. -  Agora né conte. Você parece um pouco feliz com esse casamento.

- Digamos que mais ou menos. Viver esses dias com Anne tem causado um sentimento que ainda estou tentando decifrar.

- Está se apaixonando?

Ashly me encara com um sorriso largo nos lábios, também sorrio e balanco a cabeça assentindo, não resta mais o que fazer a não ser aceitar o fato de que Anne tem feito bem para o meu coração.

- E ela?

- Não sei... Talvez.

- Bom, vocês terão um filho. Vou ficar de olho na minha cunhada, e te respondo isso na recepção.

- Está bem, maninha!

Quando faço menção de  dizer algo, todos os convidados se levantam e quando meus olhos fitam Anne, minhas mãos começam a suar e tremer, ela está linda.
Olho para a Sra. Collin e ela sorri me lançando uma piscadela, também sorrio e volto a olhar para Anne entrando na igreja ao lado do Sr. Collin.
Agora não parece que estou prestes a entrar em uma prisão, sinto que estou prestes a entrar em uma história perfeita de amor.

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Até logo!

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