Capítulo 9

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Tomás

Enquanto mamãe e Mariah vão na frente empurrando um carrinho e fazendo as compras, Anne e eu ficamos atrás, segurando uma cesta que mamãe nos deu quando entramos no supermercado.
Desde que conheci Anne no aeroporto, eu percebi que ela era totalmente diferente dos pais, talvez um pouco parecida com a Sra. Collin na bondade, mas completamente diferente do pai.
E essa diferença me chamou atenção de uma forma que não sei explicar.

- Sempre faz isso?

- O que?

- Compras com sua mãe?

- Ah, quase sempre. Um dos meus trabalhos é levar minha mãe no mercado, então, sempre que ela lembra de me chamar, eu venho com ela. As vezes ela vem e eu apenas busco.

- E você? Já fez isso alguma vez?

- Claro!

Ela da uma gargalhada contagiante, sorrio.

- Em Nova Iorque quem fazia as compras do mês era eu, minha amiga, Bia, era mais esquecida que qualquer coisa. Então um dia antes eu pegava o dinheiro que ela iria dar para as compras e no dia seguinte estava eu no mercado.

- Olha! Boa menina!

- Estava achando o que? Que eu ficava em Nova Iorque olhando para o teto? Que sou uma patricinha? Isso se chama pré conceito, viu mocinho?

Quando faço menção de dizer algo, mamãe me chama, me puxando da conversa.

- Salvo por sua mãe, mocinho - Anne diz rindo.

- Filho, coloca essa melancia aqui. Mariah e eu não aguentamos.

- Claro, mãe!

Digo pegando a melancia e colocando no carrinho que dona Jessie esta levando.
Então continuamos a andar, com a mesma distância.

- Em minha defesa, eu nunca pensei que você fosse patricinha. Bom, talvez pensei que você tivesse aqueles chiliques que patricinhas tem. Mas você é completamente diferente.

- Acho que morar em Nova Iorque, longe dos meus pais, me deu um algo índice de maturidade. O que é algo muito bom.

- Com toda a certeza é!

Sorrimos juntos.

- Como se sente? Morando com sua mãe?

- Por um tempo eu achei que ela tinha me abandonado, e quando ela apareceu lá na fazenda, tudo que ela me falou, me fez entender muitas coisas. Hoje eu sei que o amor dela por mim gerou um sacrifício, mas hoje estamos juntos.

- Jessie é uma mulher extraordinária.

- Minha mãe é...

Sorrio e então sinto a mão macia de Anne acariciar meu antebraço, assim que sinto seu toque, meu corpo inteiro estremesse e uma corrente de gelo passa por todo meu corpo.
Coloco minha mão sobre a dela, quando olho para Anne, imediatamente ela puxa sua mão, e abre um sorriso vergonhoso, suas bochechas coram.

- É, acho que sua mãe está me chamando. Eu, eu vou ver se ela precisa de ajuda.

Anne anda até minha mãe em passos rápidos, respiro fundo e caminho até elas, agora dando atenção ao que minha mãe precisa dentro do supermercado.

- Mãe, ainda acordada?

- Mariah acordou com um pouco de febre, fiquei com ela e então vi que você ainda não tinha vindo para casa. Aconteceu algo?

- Tive que buscar o Sr. Collin na empresa. Parece que ele ficou até tarde hoje e não quis vir dirigindo porque estava cansado.

Mamãe balança a cabeça assentindo.

- Filho, senta aqui...

Sento no sofá ao lado dela.

- O que foi que aconteceu hoje?

Franzo a testa.

- Você sabe que estou falando da Anne... Por que chamou Anne para ir ao mercado com a gente?

- Ué, achei que ela fosse querer sair para espairecer. Mãe, olha quanta coisa está acontecendo na vida dela.

- Sim, sim! Eu estou vendo. E é exatamente por isso que vou te pedir para não se aproximar da Anne.

- Mãe...

- Eu vejo a forma com que você olha para ela quando Anne chega no ambiente em que estamos -ela diz me interrompendo. - Vejo sua gentileza excessiva. E meu filho, estou dizendo isso para te trazer a realidade. Somos os empregados, entende?

- Claro que entendo, mãe. Mas não é nada disso que está imaginando. 

- Anne é uma ótima menina, querido, e eu não quero imaginar o que pode acontecer entre vocês se você continuar tratando ela como uma amiga. Ainda mais nessa situação em que a vida dela se encontra.

- Está pedindo para eu me afastar dela? Sou motorista da família, não tem como eu fazer isso.

- Não de afastar, Tom, estou pedindo para você se policiar, filho!

Balanço a cabeça assentindo.
Me levanto e mamãe também levanta, ela respira fundo e pega minha mão.

- Eu só quero o seu bem, meu amor. Não apenas o seu, mas o de Anne também.

- Tudo bem, mãe... Eu, eu preciso tomar um banho e descansar. O Sr. Collin vai sair cedo amanhã e eu vou levar ele até a empresa.

- Está bem! Tenha uma boa noite, querido.

Ela seja os lábios em minha testa e então saio da sala com suas palavras ecoando em minha cabeça.
Como ela pode achar que eu vou gostar de Anne como mulher.
Ela ser uma mulher totalmente diferente dos pais, me fez acreditar que poderíamos ser amigos, mas apenas isso.
Como eu posso querer algo com alguém que está de casamento marcado, tudo bem que é um casamento que ambas as partes não querem, mas mesmo assim, ela está de casamento marcado.
Não tem nenhuma chance de eu gostar da Anne como dona Jessie insinuou, nenhum chance.

- Não tem cabimento algum!

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Viiish!
O que será que vem por aí?

Até a próxima

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