Capítulo 25

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Richard

- Onde está Anne? Cadê minha filha?

Sra. Collin entra na sala de espera completamente desesperada e logo atrás dela, o Sr. Collin com uma expressão cheia de desespero.
Me levando com o auxílio das muletas, com um pouco de dor e devagar caminho até eles.

- Ainda não sabemos nada. Ela esta lá dentro desde que chegamos.

- O que aconteceu?

- Ela caiu da escada - Ashy diz com a voz embargada.

- Caiu?

Sra. Collin olha para o esposo e depois, com um olhar que não sei decifrar olha para minha mãe, que revira os olhos e sai andando.

- Como foi isso?

- Não sabemos.

- Quando cheguei Anne já estava desacordada e Ashy tentando acordar ela.

- Meu Deus... Ed nossa filha...


Meus sogros se abraçam completamente preocupados com Anne, e sinto uma angústia muito grande em meu peito, não só por Anne, mas também pelo nosso bebê.
Que ele esteja bem...

- Familiares de Anne Collin Jones?

- Somos nós!

Digo chamando a atenção do doutor, ele caminha até nós e após olhar algo em uma prancheta, começa:

- Sou o dr. Otávio, obstetra.

- Como minha esposa esta?

- Como os dois estão?

Sra. Susan diz com a voz embargada.

- Anne está bem! Amanhã já estará de alta.

- E o bebê?

Pergunto.

- Infelizmente não conseguimos salvar o bebê. Ela teve um aborto. Sinto muito!

- Oh, meu Deus!

- Meu filho morreu?

Pergunto sentindo um bolo se formar em minha garganta, Ashly me envolve em um abraço e no mesmo instante desabo em lágrimas sentindo uma dor profunda.

A senhora Susan entrou para ver a filha, após implorar para que eu deixasse ela abraçar e dar colo a Anne nesse momento e eu não poderia dizer não a uma mãe desesperada para consolar sua filha.
Não consigo imaginar o que Anne pode estar sentindo, meu coração está despedaçado e dói de uma forma completamente inexplicável, então a dor de Anne deve ser muito maior que a minha.
Gostaria de entender o que aconteceu...
Como ela caiu?
Como pode ter caído?
Moro naquela casa há anos e ninguém, ninguém nunca caiu naquela escada.

- Toma... Esta sem açúcar como você gosta, maninho!

Ashy diz me entregando um copo de café, aceito e logo dou um gole na esperança de me sentir melhor, esperança essa que foi frustrada.

- Onde está a mamãe?

- Conversando com o papai no telefone. Dando a notícia.

- Como isso pode acontecer? Ashy moramos lá há anos e nós dois nunca caímos naquela escada. Sabemos que ela não escorrega, que é segura. Como Anne pode ter caído?

Ashy respira fundo.

- Eu não sei irmão... Ela pode ter se desequilibrado, pode ter se assustado com algo. Pat, só ela pode nos dizer o que aconteceu e...

- Seu pai esta a caminho - mamãe interrompe Ashy ao entrar na sala de espera. - Quando ele chegar você vai para casa com a gente, era para estar em repouso.

- Acha mesmo que vou para casa com minha esposa internada? Mãe, acabamos de perder um filho. Eu não vou abandonar a Anne nesse hospital.

- Sua esposa, quando escuto você falando assim da vontade de te encher de tapas!

Dou uma gargalhada sarcástica.

- Minha esposa! Minha esposa e a mulher por quem eu estou perdidamente apaixonado! Quer você queira ou não!

- Sabe o que faltou na sua educação, uns bons tapas! Como pode apunhalar os pais dessa maneira?

- Lembre-se que quem me empurrou para a Anne foi você e o papai, então não reclame da consequência desse contrato!

Quando minha mãe faz menção de dizer algo, com certeza com a voz alterada, Ashly levanta parando na minha frente.

- Antes que os dois comecem a se alterar, lembrem que estamos em um hospital onde tem pessoas doentes! Então acalmem-se!! Por favor!

Minha mãe senta em uma das poltronas, afundo meu rosto em minhas mãos e respiro fundo, sinto o toque carinhoso de minha irmã e logo ela deita sobre minhas costas acariciando meu antebraço.
Ficamos ali por alguns minutos, até que Susan entra na sala de espera, os olhos um pouco vermelhos por ter chorado.
Levanto imediatamente, com um pouco de dificuldade me aproximo dela.

- Como ela está?

Pergunto.

- Sofrendo... Mas vai passar - ela olha para minha mãe. - Eu sei que vai passar!

- Ela disse como aconteceu a queda?

Ashly pergunta ficando ao meu lado.

- Ela disse que a escada estava molhada ou com óleo, não sabe dizer direito. Escorrego e caiu.

Sra. Susan olha para minha mãe, que está lixando as unhas, completamente a indiferente com a situação.

- Sabe o que aconteceu com minha filha, Karol?

- E por que eu saberia?

Mamãe levanta caminhando até nós, com uma expressão cheia de desdém.

- Não tenho nada a ver com isso. Se Anne perdeu essa criança, quer dizer que essa criança não era bem vin...

Minha mãe é interrompida por um tapa em seu rosto que Sra. Susan lhe dá sem piedade.

- Se tocar em um fio de cabelo da minha filha, eu juro que te mato, está me ouvindo, sua vibora? Não toque na minha filha!

Ela sai da sala de espera.
Mamãe olha para mim e para Ashly com a mão em seu rosto.

- Não vão fazer nada para me defender?

- Ouviu o que disse do bebê? - Ashly pergunta perplexa. - Aquilo foi cruel, mãe!

Ela vai embora da sala de espera, mamãe me olha e  tudo que consigo dizer é:

- Cruel...

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Até logo

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