Amor atrás das grades

• capitulo 8 •

Miriã

Minha mãe tinha ficado louca. Nem me avisou que ia ir ver meu irmão. Eu tinha ido dormir na Diana e quando foi umas uma da manhã, ela me mandou mensagem falando que tava a caminho do Rio.

Eu fiquei putassa.

Era meu irmão cara.

Eu e Juninho sempre tivemos uma ligação forte demais. Quando ele foi pro Rio, cara, chorei por uma semana todinha.

Fiquei bolada demais. Fiquei o domingo assistindo a tv com um bico maior que o mundo. Mas não demorou muito pro meu celular tocar, eu atendi achando que era meu irmão, mas...

— Por que tu não colou aqui porra? - Ouvi a voz grossa do outro lado da linha que cortava um pouco.

Eu paralisei. Fiquei calada e ele falou algo que eu não entendi e eu me levantei andando de um lado pro outro.

— Quem é? - Perguntei me fazendo de desentendida.

— Não vem de caô pra cima de mim não caralho. Solta o papo logo! - Marcola disse.

— Minha mãe não quis me levar! - Falei.

Ele não disse nada. Só desligou na minha cara.

Eu em, cara malucão. Mas com uma língua maravilhosa.

Voltei a assistir e ficar no meu lindo tédio.

****

1 mês depois...

Surgiu uma oportunidade de eu ir. Minha mãe não poderia ir na visita, ela tava indo toda vez sem eu, e adivinha quem eu fiz ir comigo?

Se vocês falaram Diana, acertaram.

Marcola tinha me ligado só naquela vez, e eu dava graças a Deus por que eu não gosto de macho chato que fica no pé.

Fui naquela visita toda animada. Foi a mesma coisa da primeira vez que eu tinha ido. A mesma filona, a mesma revista. E logo eu com Diana com bolsas transparentes andando em direção ao pátio aonde ficava os presos. Rodei os olhos vendo meu irmão com uns caras tudo fumando, Diana foi indo na frente e eu logo foquei meus olhos no do Marcola que logo que me olhou virou o rosto soltando a fumaça.

Eu fui caminhando vendo Diana agarrar meu irmão.

Ele soltou dela e veio me agarrando também.

— Só da trabalho em! - Falei rindo pelo nariz.

— Achei que tu tinha esquecido que tinha irmão! - Juninho disse negando.

— Sua mãe não queria que eu viesse. Ela ficou bravo na com o negócio da Rocinha! - Falei séria e eu encarei Marcola que me encarava sério.

Ficamos no maior papo.

Alguns presos sairam de perto e só ficou eu, Diana, Juninho e Marcola.

— Queria te mostrar minha cela! - Juninho disse olhando pra Diana.

Nem sabia que era liberal assim.

Em dois minutos cadê os dois de vista? Sumiram.

E adivinha? Só eu e Marcola ali sentados.

— E aê? Tu veio pra gente terminar aquele bagulho ou não? - Marcola falou e eu encarei ele.

Não sei se eu queria, mas também não sei se eu não queria.

— Sua cela é a mesma que o Juninho? - Perguntei e ele negou com a cabeça. - Só não quero que o Juninho saiba! - Falei meio assim.

— Se tu quiser na visita íntima, é melhor ainda... - Ele disse e eu logo neguei.

Ele levantou e foi indo na frente. Parecia até que tava apressado. Peguei a bolsa pesada e fui caminhando de cabeça baixa sentindo os olhos em cima de mim.

Fui andando atrás de Marcola e vendo que os policiais olhavam sérios pra gente. Entramos em um corredor e logo ele virou na segunda cela, eu entrei e ele encostou o portão. Ele começou a pegar uns lençóis e fez uma cabaninha que não dava pra ver nada na parte de dentro da cama.

Eu deixei minha bolsa no chão e tirei meus chinelos. Quando ele terminou eu encarei ele e ele me encarou ainda de cara fechada.

— Tu mesmo coberta é toda excitante! - Marcola disse baixo e rouco.

• aperta na estrelinha •

Boa leitura e não se esqueçam de lavar as mãos! ❤️