• capitulo 15 •

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Miriã

Eu sai do presídio e de longe avistei Diana, ela me encarou e ficou parada. Eu fui caminhando até ela e...

— O que você tá fazendo aqui? - Diana me perguntou encarando meu chupão no pescoço.

— Marcola! - Falei séria e ela não disse nada. - Meu irmão tá bem? - Perguntei.

— Tá sim, ele vaza por essa semana se tudo der certo. - Diana disse.

Eu só assenti com a cabeça e fui indo até o carro que eu sabia bem que era do Papagaio.

Eu montei no carro e ele me encarou.

— Parece até que tá andando de perna arreganhada. Foi bagulho doido em! - Papagaio disse com os olhos quase saltando.

Eu ri negando e encarei a Diana que vinha devagar.

— Ela vai vir junto? - perguntei.

— Juninho pediu! - Papagaio disse revirando os olhos. - Papo reto mesmo? Sou tranquilão, mas dela eu não curti. - Ele disse aumentando o som.

Minha caixinha de segredos. Confio de olhos fechados.

Ela entrou no carro e me cutucou, eu me virei olhando pra ela.

— Você vai ficar na Rocinha? - Diana perguntou.

— Não, eu volto pra São Paulo! - Falei e ela assentiu.

Eu me virei pra frente e seguimos pra Rocinha. Eu dormi o caminho todo, e quando chegamos, eu desci e vi que não era aquele mesmo lugar que eu vim, a Diana desceu e eu desci atrás.

— Logo menos eu venho pra te levar! - Papagaio disse e eu assenti.

Fui caminhando até dentro de uma casa com Diana. Era simples de tudo. Me sentei no pequeno sofá e Diana sentou já perto de mim me olhando.

— Tá saindo com o Marcola? - Diana perguntou.

Eu enrolei e suspirei.

— Sim. E você? Gostou daqui? - Perguntei.

Sabe quando parece que não tem assunto?

— Gostei, mas é horrível ficar sozinha aqui. - Diana disse.

Eu murmurei um “hum” e fiquei encarando o chão. Ficamos um tempinho lá sem falar nada e logo Diana se levantou.

— Seu irmão mandou não te contar, mas a cabeça dele tá pra rodar, ele matou o cara do Alemão, mas como aqui na Rocinha tudo tá reforçado, não tem nem como mais entrarem aqui, mas fica meio esperta Miriã,  ele disse pra você não bobear! - Diana disse.

Não to acreditando.

*****

Eu voltei pra São Paulo, Papagaio me trouxe, eu entrei em casa e não tinha ninguém, minha mãe devia estar lá ainda. Entrei e o portão e a porta estava só encostados. Fui direto pro meu celular.

43 ligações perdidas e 116 mensagens de WhatsApp da minha mãe.

Eu liguei na hora pra ela.

Tocou uma, duas e...

— Miriã, aonde você tava? Meu Deus eu fiquei preocupada! - Minha mãe disse do outro lado da ligação.

— Eu tinha esquecido o celular no serviço e tava corrido demais, só deu tempo de pegar agora. - Falei suspirando.

— Eu resolvi com um advogado já, eu volto amanhã já! - Minha mãe disse.

— Ainda bem. Mãe, eu vou precisar sair, preciso comer, tomar banho, eu estou exausta, depois a gente se fala. Beijo, se cuida! - Falei.

— Nunca se esqueça do quanto eu amo vocês Miriã. Tenho orgulho da mulher que você está virando, e jamais esqueça que aonde eu estiver eu estarei sempre torcendo pela suas conquistas. - Minha mãe disse e eu senti um arrepio.

Ela desligou e eu fiquei encarando meu celular por uns segundos e deixei ele e fui direto pro banho, tomei aquele banho quentinho, coloquei qualquer camisetão com uma calcinha e sai direto pra cozinha atrás de algo pra comer.

Eu tava varada de fome, peguei um pão com leite com Nescau e sentei no sofá colocando pra assistir minha série favorita.

Devia ser a quinta vez que eu tava assistindo Elite.

Eu assistia, mas minha mente estava em o que Diana disse, eu rezei bastante, mas a minha cabeça não parava de pensar.

• aperta na estrelinha •

Amor atrás das gradesOnde histórias criam vida. Descubra agora