• capitulo 51 •

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Maratona 1/3

Miriã

4 meses depois...

Fazia uma semana que eu tava afastada do trabalho. Eu tinha acabado de completar nove meses, eu estava com um puta de um barrigão.

Ouvi umas vozes e encarei Marcola com o primo dele. O Orelha.

Pensa numa pessoa gente boa.

Famoso dumbo ele.

— Dumbo, me ajuda com uma coisa? - Perguntei e Orelha assentiu. - Pega minhas malas e coloca aqui na sala? - Sorri e ele mostrou o dedo do meio indo.

Eu estava sentada...

— Vai nascer já? Qual bagulho tu tá sentindo? - Marcola perguntou.

— Eu to sentindo com sono. É normal Marcola? - Perguntei.

— Nunca pari pelo pinto! - Marcola disse.

— Só pela xota que habita em tu né sem vergonha! - Ouvi a voz de Orelha com as malas na mão.

— Tu vai pari ou ir viajar porra? Puta monte de mala! - Marcola disse sentando no sofá.

— Eu preciso decidir o look da Cecília. E o meu! - Falei.

— Tu nem vai lembrar ou, minha irmã teve a peste do meu sobrinho. Quando chegamo lá, tava toda reganhada. Até os peito pra fora, parecia que tinha fumado um baseadinho! - Orelha disse e eu ri negando.

****

Fomos pro postão, eu achei melhor ir pelas dores que comecei sentir, era de noite, eu enchi o Orelha e o Marcola de murro. Fui levada pra um quarto lá com uma enfermeira e meu obstetra, fiz cada negócio  estranho.

E o pior foi do toque.

Eu estava com seis de dilatação, e eu precisava de mais quatro. Eu escolhi fazer o parto normal desde SEMPRE.

Podia ser loucura minha, mas sempre tive na cabeça que era isso que eu queria.

Eles me colocaram pra andar pelo postão. Podia só um acompanhante, Marcola parecia que a criança era dele, que tanto tremia.

— A minha unha tá no cotoco de tanto que rói. - Marcola disse e eu encostei minha cabeça no peito dele.

— Eu to ansiosa! - Falei.

Ele acariciou minha cabeça. A gente se virou um de frente pro outro. Ele continuou me acariciando, fomos chegando perto, eu estava sentindo a respiração dele ofegante, meu coração parecia escola de samba.

Quando estava bem perto, senti algo descer pela minhas pernas, encarei rapidamente o chão e vi aquela água.

— Meu Deus, a bolsa. - Sorri aliviada, mas ao mesmo tempo nervosa.

— Ai porra, alguém ajuda, a criança tá pendurada caralho! - Marcola gritou pelo corredor e eu belisquei ele.

— Cala boca inferno, só estourou! - Falei olhando feio pra ele.

Fomos caminhando até o quarto aonde eu tava, veio meu obstetra correndo e eu me deitei com a ajuda deles na cama.

Veio mais três enfermeiros e eu suspirei fundo sentindo uma contração.

Eu peguei na mão de Marcola e comecei a apertar forte.

— Cês tão enjeçando as mãos hoje? Por que se pá vou tá precisando! - Marcola disse.

Eu não estava mais me importando com nada, eu só queria que saísse logo.

O meu obstetra me pediu que eu abrisse as pernas e sem que ele pedisse eu comecei a fazer força.

Eu não estava aguentando.

Veio uma enfermeira com os instrumentos que precisava e eu continuei fazendo força.

— A cabecinha saiu. - O obstetra falou.

Eu parei de fazer força, suspirei fundo e continuei.

— Tu consegue! - Marcola sussurrou.

Eu fiz a maior força e logo senti um alívio. Fechei os olhos e logo ouvi um chorinho, eu abri os olhos correndo e vi aquele pequenina.

O obstetra perguntou se Marcola queria cortar o umbigo, Marcola foi, qualquer que cortar o dedo do obstetra. Ele me entregou Cecilia que ainda chorava e eu encarei sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

— Eu te amarei por toda minha vida, minha pequena Cecília! - Falei dando um beijinho na testa dela.

No mesmo momento ela parou, ela encostou em meu peito e ficou quietinha.

• aperta na estrelinha •

Amor atrás das gradesOnde histórias criam vida. Descubra agora