•capitulo 35 •

28.4K 2.2K 411
                                        

Maratona 2/3

Miriã

Papagaio não dormiu comigo. Ele tava estranho demais.

Eu deixei de lado e acabei dormindo, e por fim no outro dia seguindo minha rotina normal.

Maya daquele mesmo jeito, eu levei ela pra escola e quando fui buscar ela não quis ir pra casa dela.

Eu tava cansada, eu precisava saber o que tava acontecendo e levei ela pra minha casa.

Estupro. A única coisa que rodava em minha mente.

— Maya, eu preciso saber o que acontece, eu sou sua amiga e quero te ajudar. Eu quero que confie em mim! - Falei segurando a mão dela.

Ela me encarou com o olho vermelho, os olhos se encheram de lágrimas e ela caiu no choro. Eu deixei ela chorar. Demorou coisa de dois minutos...

— Meu pai... - Maya disse.

S a b i a!

Ela se soltou de mim e abaixou a calça na minha frente.

Eu encarei as marcas e alguns cortes.

Eu encarei ela e ela suspirou fundo.

— Ela que faz? - Perguntei e ela assentiu com a cabeça. - Por que? - Perguntei.

— Eu sou adotada! - Maya disse e eu encarei ela sentindo minha garganta secar.

*****

Eu não levei ela embora. Ela ficou comigo. Eu mandei mensagem pra Papagaio e nada dele. Mandei pro Curió e nada também. Mandei pro Marcola sabendo que ele não ia responder e por fim...

Lá estava ele lá em casa.

— Eu espero que seja bangue sério, tu empatou minha foda! - Marcola disse de cara fechada.

Eu contei pra ele e Maya mostrou também algumas partes cortadas e com hematomas, ele ficou sério nos ouvindo.

— O menor, vai no banheiro mijar um pouco pra eu falar com a encrenqueira! - Marcola disse.

Corno.

Ela saiu indo pro quarto e eu cruzei os braços encarando ele.

— E aí? Como que fica? - Perguntei.

— Eu e tu? Pô, eu to facinho hoje, aproveita! - Marcola disse ainda sério e eu revirei os olhos. - O coroa dela vai ser cobrado, sem papo algum. E a coroa da mina? - Marcola perguntou.

— A mãe dela é estranha, mas não sei se ela faz algo! - Falei.

Marcola ficou me encarando e eu fui atrás de Maya, ela tava sentada na cama.

— Tua mãe te machuca? Ela sabe disso? - Perguntei e ela só concordou com a cabeça.

Vagabunda do caralho.

Voltei pra sala e Marcola tava sentado no sofá. Ele me encarava de uma forma, parecia que ia entrar dentro de mim.

— Tu tá com o Papagaio? - Marcola perguntou me encarando.

— Tô! - Falei seca.

Ele me olhou com um certo desdém e levantou.

— A mãe da mina sabe dos bagulho? - Marcola perguntou e eu assenti. - To vazando, vou colar lá. Te cuida gata que já foi minha! - Marcola disse com um sorrisinho de lado.

Verbo passado.

Ele saiu e eu me sentei no sofá fechando os olhos e sentindo aquela saudade da minha mãe.

Como uma mãe pode fazer tanto mal a uma filha? Minha mãe que sempre deu do melhor pra gente.

— Eu tenho medo do mundo! - Maya disse.

Eu senti aquela pontada.

E é uma verdade que eu penso desde sempre.

*****

Eu não dormi, Papagaio ficou um pouco e logo foi embora por que a mãe dele tava meio ruim.

Marcola apareceu do nada as duas da manhã, eu estranhei.

— Eu matei ele! - Marcola disse.

— Ele quem? - perguntei.

— O pai da menina! - Marcola disse normal.

Eu fiquei encarando ele e ele me olhou.

— Você tá brincando? - perguntei.

— Eu to cansadão, fiquei no maior papo com o cara, ele é gente fina, na hora da morta todo mundo é! - Marcola disse me encarando.

Eu fiquei encarando e ele negou com a cabeça levantando.

— To vazando. Boa boa mina do Papagaio! - Marcola disse com deboche.

Ele saiu e eu me joguei no sofá.

Marcola o que tem de gostoso, tem de escrotisse.

• aperta na estrelinha •

Você é incrível jamais se esqueça! ❤️



Amor atrás das gradesOnde histórias criam vida. Descubra agora