Maratona 2/3
Miriã
Papagaio não dormiu comigo. Ele tava estranho demais.
Eu deixei de lado e acabei dormindo, e por fim no outro dia seguindo minha rotina normal.
Maya daquele mesmo jeito, eu levei ela pra escola e quando fui buscar ela não quis ir pra casa dela.
Eu tava cansada, eu precisava saber o que tava acontecendo e levei ela pra minha casa.
Estupro. A única coisa que rodava em minha mente.
— Maya, eu preciso saber o que acontece, eu sou sua amiga e quero te ajudar. Eu quero que confie em mim! - Falei segurando a mão dela.
Ela me encarou com o olho vermelho, os olhos se encheram de lágrimas e ela caiu no choro. Eu deixei ela chorar. Demorou coisa de dois minutos...
— Meu pai... - Maya disse.
S a b i a!
Ela se soltou de mim e abaixou a calça na minha frente.
Eu encarei as marcas e alguns cortes.
Eu encarei ela e ela suspirou fundo.
— Ela que faz? - Perguntei e ela assentiu com a cabeça. - Por que? - Perguntei.
— Eu sou adotada! - Maya disse e eu encarei ela sentindo minha garganta secar.
*****
Eu não levei ela embora. Ela ficou comigo. Eu mandei mensagem pra Papagaio e nada dele. Mandei pro Curió e nada também. Mandei pro Marcola sabendo que ele não ia responder e por fim...
Lá estava ele lá em casa.
— Eu espero que seja bangue sério, tu empatou minha foda! - Marcola disse de cara fechada.
Eu contei pra ele e Maya mostrou também algumas partes cortadas e com hematomas, ele ficou sério nos ouvindo.
— O menor, vai no banheiro mijar um pouco pra eu falar com a encrenqueira! - Marcola disse.
Corno.
Ela saiu indo pro quarto e eu cruzei os braços encarando ele.
— E aí? Como que fica? - Perguntei.
— Eu e tu? Pô, eu to facinho hoje, aproveita! - Marcola disse ainda sério e eu revirei os olhos. - O coroa dela vai ser cobrado, sem papo algum. E a coroa da mina? - Marcola perguntou.
— A mãe dela é estranha, mas não sei se ela faz algo! - Falei.
Marcola ficou me encarando e eu fui atrás de Maya, ela tava sentada na cama.
— Tua mãe te machuca? Ela sabe disso? - Perguntei e ela só concordou com a cabeça.
Vagabunda do caralho.
Voltei pra sala e Marcola tava sentado no sofá. Ele me encarava de uma forma, parecia que ia entrar dentro de mim.
— Tu tá com o Papagaio? - Marcola perguntou me encarando.
— Tô! - Falei seca.
Ele me olhou com um certo desdém e levantou.
— A mãe da mina sabe dos bagulho? - Marcola perguntou e eu assenti. - To vazando, vou colar lá. Te cuida gata que já foi minha! - Marcola disse com um sorrisinho de lado.
Verbo passado.
Ele saiu e eu me sentei no sofá fechando os olhos e sentindo aquela saudade da minha mãe.
Como uma mãe pode fazer tanto mal a uma filha? Minha mãe que sempre deu do melhor pra gente.
— Eu tenho medo do mundo! - Maya disse.
Eu senti aquela pontada.
E é uma verdade que eu penso desde sempre.
*****
Eu não dormi, Papagaio ficou um pouco e logo foi embora por que a mãe dele tava meio ruim.
Marcola apareceu do nada as duas da manhã, eu estranhei.
— Eu matei ele! - Marcola disse.
— Ele quem? - perguntei.
— O pai da menina! - Marcola disse normal.
Eu fiquei encarando ele e ele me olhou.
— Você tá brincando? - perguntei.
— Eu to cansadão, fiquei no maior papo com o cara, ele é gente fina, na hora da morta todo mundo é! - Marcola disse me encarando.
Eu fiquei encarando e ele negou com a cabeça levantando.
— To vazando. Boa boa mina do Papagaio! - Marcola disse com deboche.
Ele saiu e eu me joguei no sofá.
Marcola o que tem de gostoso, tem de escrotisse.
• aperta na estrelinha •
Você é incrível jamais se esqueça! ❤️

VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor atrás das grades
Teen FictionEra apenas uma visita que Miriã iria fazer para seu irmão, já que ele tinha acabado de ser transferido para o penitenciária no Rio de Janeiro. Mas não foi oque o destino quis que acontecesse...