Juninho
— Qual foi Diana? Perreco na rua? - Falei batendo na parede.
— Você sabe que ela tava afim de você Junior. Só eu que tava vendo isso? - Diana disse brava se levantando.
Sentei ela de novo no sofá e suspirou fundo.
— Só tu mesmo, para de neurose caralho, a Ellen curte mais mina do que homem porra. - Falei.
Ela fez aquela cara de bosta dela.
— Mulher sabe quando a outra tá com intenção. Ainda mais a Ellen, ela nunca gostou de mim! - Diana disse cruzando os braços.
Parece criança.
Sai de goma e fui até a na goma da Ellen. Ela morava com o coroa dela.
Bati na porta umas duas vezes, na terceira ela abre.
Gostosa é.
— Não quero o seu lanchinho aqui na porta de casa fazendo barraco! - Ellen disse indo fechar a porta e eu empurrei entrando.
— Perreco por causa de mim? Qual foi Ellen, sempre tive ao teu dispor. Se tu quisesse sentar era só falar caralho. Desde que cheguei aqui eu to de olho em tu! - Falei encarando ela.
— Veio pra falar isso? Ok, agora vai por que o oxigênio aqui de casa tá poluindo! - Ellen disse.
Eu cheguei perto dela e ela abriu a porta.
— Eu ainda te pego! - Falei piscando pra ela e ela mostrou o dedo do meio.
****
Miriã
Fui pra lojinha pra comprar uma saia, ia ter pagode e eu queria ir com uma roupinha nova.
Adivinha que eu chamei pra opinar?
— Se Marcola fica sabendo, ele corta meu pescoço! - Curió disse com uma sombrinha na mão.
Tava tão quente, que se jogasse um ovo no chão, ele saia frito.
— Relaxa, é rapidinho, você acha mesmo que ele vais sentir a tua falta? - Perguntei e Curió negou.
Fomos até a a lojinha e eu peguei saia por saia, experimentei todas e por fim acabei ficando com uma saia jeans rasgadinha com a lavagem clara.
— E disse que ia der rapidinho! - Curió disse.
— Tu para de reclamar, eu to fazendo um favor pra você. Prefere ficar aqui ou ir ouvir as merdas que o Marcola fala? - Perguntei e ele negou com a cabeça.
Fomos andando até em casa. Eu guardei a saia e eu me joguei no sofá vendo Curió se abanar com meu chinelo.
— To torcendo pra que uma mina do asfalto cole no pagode! - Curió disse.
— É bonitona? - Perguntei me sentando e encarando ele.
— Que nada, ela é feia demais, mais pensa numa mina gente boa, a feiura até se esconde na humildade da mina! - Curió disse.
— A uns tempos atrás achei que você tava afim da Diana! - Falei rindo.
— Eu tava, mas ela é afim do teu irmão! - Curió disse. - Pô, to indo aqui, deu minha hora! - Curió veio fazer um toque e saiu.
Eu me levantei e fui tomar aquele banhão, fiz uma hidrataçãozinha com babosa no cabelo, me depilei e depois sai do banho passando creme no corpo.
*****
Era umas oito e meia da noite quando eu me encarei no espelho e vi que eu tava toda pronta já. A saia branca, cropped preto e minha rasteira.
Tinha pranchado o cabelo, passado aquele rebocão, e por cima tinha entupido meu cu de perfume.
Quando eu vi eu já tava indo pra casa da Ellen.
A gente combinou de ir juntas e fomos. Aquele pagode tava fervendo, e olha que ainda nem era nove horas.
— Diana ali sozinha! - Ellen disse me puxando pro meio e sambando.
— Foi escolha dela! - Falei sambando.
Começou a tocar Ainda existe amor entre nós - Sorriso Maroto.
Acabou comigo!
Comecei a sambar enquanto cantava alto com uma latinha de cerveja.
— Nós estamos separados, mas nos prometemos respeito. - Cantei dando um gole na cerveja.
Marcola tava na minha direção me encarando.
— Você não procura um namorado e eu farei do mesmo jeito. - Marcola cantou o resto da música me olhando sério.
Eu sai dali e fui pra fora respirar um ar. Me encostei na parede ali e fiquei encarando o céu pensando na minha mãe.
Que falta a senhora faz, eu daria tudo pra ter você aqui de volta.
— No fundo é que bem no fundo ainda existe amor em nós. - Ouvi a voz cantando no meu ouvido.
Me virei e vi Marcola, ele tava com um copo e um baseado na mão.
Eu fui caminhando até o outro lado e ele veio junto.
— Só me ouve agora caralho, vacilei contigo, e quero pedir perdão na humildade. Eu me envolvi na sinceridade contigo e pulei fora por que achei que aqui eu ia fazer o que eu quisesse, tá ligado? Pô, mas faz maior falta ter alguém, ainda mais tu que se sujeitou a ir na porta de cadeia pô! - Marcola disse.
— Eu te perdôo e sabe porque? Não por você, mas por mim. Se eu não te perdoar, vai fazer mal pra mim mesmo. Eu te desejo tudo de bom Marcola, mas não comigo, eu me magoei um pouco em achar que você poderia me querer aqui fora. Tchau! - Falei saindo e voltando pro pagode novamente.
• aperta na estrelinha •
Boa leitura!!! 🌻
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Amor atrás das grades
Ficção AdolescenteEra apenas uma visita que Miriã iria fazer para seu irmão, já que ele tinha acabado de ser transferido para o penitenciária no Rio de Janeiro. Mas não foi oque o destino quis que acontecesse...