• capitulo 50 •

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Miriã

Sai de casa indo pra uma entrevista, eu iria fazer as coisas básicas em um salão. Achei injusto eu ficar com o dinheiro do Papagaio, todo o salário dele iria ir pra mãe dele com a irmã.

Guiei pro lugar, fiz a entrevista e passei, a moça tava precisando demais. Falou que eu poderia começar no dia seguinte.

Eu guiei de volta pra casa. E mal me sentei no sofá e a porta já abriu.

Ellen entrou com das malas enormes.

Ué.

— O que é isso? - Perguntei alisando minha barriga.

— To indo pro Espírito santo. Vou passar um tempo lá com a irmã do meu coroa. - Ellen disse.

— Você tá falando sério? - Perguntei me levantando.

— Sim gata, mas eu volto pra cá, não sei quando, mas eu volto. - Ellen disse largando as malas e vindo me abraçar.

— Ô porra quem vai ser a madrinha da Cecília? - Resmunguei abraçando.

Ela se afastou e me encarando surpresa.

— Vai ser Cecília? Que top amada! - Ellen disse beijando minha barriga.

— Vai. E teu pai? Vai ficar? - perguntei.

— Ele vai junto. Faz maior cota que a gente não vê minha tia. - Ellen disse e eu concordei com a cabeça.

— Eu vou sentir tua falta. - Falei.

— Eu também. - Ellen disse. - Miriã, jamais confie em alguém só por ela aparecer legal demais, confie desconfiando. Eu volto pra cá, tá ouvindo? - Ellen disse e eu concordei.

Ela pegou as malas e saiu. Eu fiquei encarando ela ir e me sentei novamente.

*****

Marcola

— To vazando pra Bolívia, meu primo vai colar pra cá sacou? Eu vou terminar os bagulhos lá e trago ele. - Falei encarando Curió.

— Boa chefe. É quanto tempo tu fora? - Curió perguntou.

— É um bate e volta. Quero que tu fique ai na postura cuidando daqui. - Falei encarando ele sério.

Ele concordou com o pote de melancia e vazou. Peguei alguns papel que precisava assinar pros negócios da bolivia.

Um parceiro meu conseguiu cinco toneladas de cocaína pura da boa. Conferi quando fui pra Bolívia. O bagulho era bom mesmo. Dava pra ver que era de qualidade, não esses pó que pega em qualquer lugar.

Terminei os bagulhos e fui saindo da boca, guiei pra ver minha filha. Fiquei uma cota lá, depois vazei indo pra boca principal acertar alguns negócios.

******

Curió

Vazei pra goma da Ellen, ia resolver com ela o papo. A mina nem deu aquela atenção, nem atendeu. Vazei pra goma da Miriã e ela atendeu, toda descabelada e soada.

— Que foi? To lavar o banheiro. - Ela disse me dando espaço pra entrar.

Entrei me jogando no sofá.

— Cadê a Ellen? - Perguntei.

— Vazou. - Miriã disse sentando no sofá e respirando fundo.

— Vazou pra onde? - Perguntei.

— E eu sei? Eu cuido do meu umbigo, não do umbigo alheio! - Miriã disse e eu neguei com a cabeça cruzando os braços.

Eu fechei os olhos e pensei no que tinha acontecido.

Esses bagulho de consciência pesada é foda.

— Fiz um bagulho erradão... Trai a Ellen! - Falei.

Abri os olhos e logo senti a pancadaria.

Miriã desceu a vassourada em mim. Tentei segurar a bicha, e ela nem tchum.

— Teu sem vergonha, tira essa tua bunda suja do meu sofá. Ô racinha de homem em! - Miriã disse me puxando pela camisa.

— Pô, não fala pra ela, eu quero mandar o papo! - Falei.

Miriã me encarou e assentiu concordando com a cabeça.

Ela pegou o celular e eu me sentei aliviado.

— Ô amiga, o cu sujo do Curió te traiu com alguma vagabunda, eu desci a vassourada nele, quer que eu enfie o cabo também? - Ouvi a voz de Miriã e quando olhei ela, ela devia ta mandando áudio pra Ellen.

— Porra Miriã, qual foi? - Falei passando a mão no rosto.

— Qual foi digo eu, que palhaçada é essa Curió? Quem foi a ridícula? - Miriã perguntou.

— A Diana! - Falei.

Ele jogou a vassoura em mim que acertou na cabeça.

— Doeu porra! - Falei passando a mão.

— É pra doer mesmo inferno, agora vaza, eu em. Eu achando que você salvava nesse mundo caótico de homens. Vai se foder em! - Miriã disse indo pro banheiro.

• aperta na estrelinha •

Amor atrás das gradesOnde histórias criam vida. Descubra agora