• capitulo 17 •

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Miriã

— Seu irmão mandou falar que te ama! - Diana disse aparecendo na sala.

Ele que enfie esse amor no cu.

— Eu não quero voltar pra São Paulo, não quero voltar pra aquela casa, eu não quero ficar sozinha! - Falei fechando os olhos.

— Você fica aqui comigo. Eu falo pra alguém ir buscar suas coisas. Você precisa de um tempo agora! - Diana disse me abraçando.

Eu assenti com a cabeça e fui pro banheiro, tirei a roupa e fui pra de baixo do chuveiro, liguei e deixei a água escorrer pelo meu corpo.

Eu teria que deixar meu trabalho que nem tinha começado direito. Teria que deixar minha vida em São Paulo pra vir em outro estado. Teria que começar tudo aqui...

Sai do banho e fui pegando a minha bolsa, coloquei qualquer roupa e sai indo pra sala.

— Vamos sair um pouquinho, tomar um sorvete, não sei, ficar aqui também não dá! - Diana disse me puxando.

Eu fui caminhando enquanto meu peito estava rasgado. Eu sentia a dor de não ter minha mãe ali comigo. Diana não parava um minuto de falar e logo mais quando descemos, trombamos com Papagaio.

— Tu precisa de algum corre? - Papagaio me perguntou.

— Eu só precisava trazer minhas coisas, eu não quero mais nem ir pra lá! - Falei suspirando.

Ele assentiu e eu continuei descendo a rua. Diana veio comigo, fomos guiando até uma sorveteria e quando chegamos tinha umas cinco meninas nos encarando.

Eu posso tá triste, mas não me encara.

To com algum problema porra? - Perguntei alto encarando Diana que tava de cara fechada também.

Elas viraram a cara e fomos pedir nossos sorvetes, sentamos meio que de frente pra elas e vi que elas encarava ainda.

— Esses dias eu vim na farmácia e essas mesma passaram encarando! - Diana disse revirando os olhos.

Não vai dar certo eu morar aqui.

Tomamos sorvete, pagamos e quando fomos saindo uma das meninas veio até a mim.

— Moradora nova? - Uma loira perguntou.

Encarei ela por inteira.

— Sou, por que? - Falei séria!

— Gostei de tu mona, tu não abaixa a cabeça não, se tu quiser colar, vai ter um samba na rua três aqui da Rocinha mesmo, às nove da noite já começa gata! - A loira disse.

— Não to afim. - Falei me virando e saindo.

Fui indo com Diana enquanto eu ouvia elas resmungar algo.

— Vai ter samba? - Diana perguntou e eu assenti.

Fomos caminhando até um dos vapor parar Diana e começou a falar com ela.

— Quem é a parceirinha ai? - O cara olhou pra mim na maior malícia.

— Tira o olho que essa é do Chefe. Marcola te come na porrada se tu cisca no campo dele! - Papagaio disse dando um tapão na cabeça do cara.

— Curió, você é casado pode parar em! - Diana disse negando com a cabeça.

*****

Eu estava deitada quase dormindo quando meu celular toca, eu peguei e vi o número restrito.

Atendi e suspirei fundo.

— Eu não to afim de conversa Marcola, se for possível... - Eu fui terminar de falar e...

— Tu não precisa vir mina, to ligado no que ocorreu e pode ficar tranquilona que a gente é certo pelo certo. - Marcola disse do outro lado da linha.

Certo pelo certo de que?

Eu desliguei o celular e comecei a chorar baixinho. Fechei os olhos e acabei apagando.

Eu estava sentada na cama de casa, e logo vi minha mãe, ela estava bonita como nunca. Ela estava sorrindo pra mim, e quando chegou perto, me abraçou. Eu senti aquela paz me invadir.

— Saiba que eu sempre amarei você e saiba que o perdão as vezes faz bem a nós mesmo. Não que te ver triste em qualquer circunstância, você é uma menina forte e que precisa lutar e vencer, brilha minha menina, você é uma luz enorme em nossas vidas. ”

Acordei assustada, me levantei e na hora senti aquele arrepio e logo uma paz tão grande em meu coração. Eu me levantei e fui até a janela encarando aquele céuzão.

— Te prometo mãe, te dar muito orgulho daqui de baixo! - Falei e suspirei sentindo aquela paz interior.

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Amor atrás das gradesOnde histórias criam vida. Descubra agora