• capitulo 45 •

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Maratona 2/3

Miriã

Entrei naquela sala com Marcola e Ellen. O médico passava aquele negócio na minha barriga enquanto eu segurava a mão de Ellen.

— É beringelona ou florzinha? - Ellen soltou.

O médico riu e me deu os papéis.

— É uma florzinha! - O médico disse.

Eu senti aquela sensação que eu queria berrar pro mundo todo.

Minha menina.

— Ai meu Deus. - Falei me abanando.

*****

Cheguei em casa e Ellen tinha ido pra casa. Marcola sentou no sofá e eu peguei água dando a ele.

— Tu pensou no nomes? - Marcola perguntou.

— Você acredita que não? Qual nome de menina você acha bonito? - Perguntei.

Ele ficou encarando eu e riu.

— Cecília! - Marcola disse encarando o teto.

— Nome muito bonito mesmo... Nunca pensei em nome de menina, achei que eu teria um menino! - Falei olhando os papéis do pré natal.

Ficamos em silêncio, ele chegou perto de mim e eu me levantei.

— Tu ainda não me perdoou né? - Marcola perguntou e eu suspirei.

— Ainda tá nesse assunto? Eu até tinha esquecido! - Falei em fazendo de sonsa e indo pra cozinha.

Comecei a preparar um lanchinho natural pra mim e vi que precisava comprar algumas coisas.

Eu ganhava a pensão do Papagaio, como se fosse o salário dele.

— Eu curti tu desde o primeiro momento, não quis vacilar contigo aqui fora, por isso que logo mandei o papo, to sendo sincero contigo! - Ouvi a voz de Marcola atrás de mim.

— E por que não me disse na cadeia? Eu te levei comida, te levei tudo o que as da rua não levou. E o que eu ganhei de volta? Ganhei um murro de trouxisse! - Falei me virando pra ele.

Ele veio caminhando e acariciou meu cabelo. Eu fechei os olhos e ele suspirou fundo.

— E eu te de agradeço pô. Tu me fortaleceu de verdade, isso eu nunca vou esquecer. Sou agradecido, mais eu quero teu perdão, esquece desses bagulho cara, qual foi, já foi, olha como a história foi pra outro caminho! - Marcola disse.

Que?

— Ok Marcola, a gente não fala mais sobre isso. Nunca aconteceu nada! - Falei fazendo um suco.

— E sobre a gente? Nois fala? - Marcola disse e eu neguei com a cabeça.

— Não existe a gente. - Falei.

— Já existiu, foi bom. Bora tentar de novo cara, to fora da cadeia! - Marcola disse.

— Sai fora Marcola, eu agradeço de coração você a me ajudar, mas não quero confusão pra minha cabeça. Fico feliz por você estar com Tati! - Falei.

Peguei o suco e os três lanchinhos naturais e fui pro sofá me sentando.

Ele saiu e eu fiquei ali comendo.

— Caraca, tem gente que não se enxerga! - Falei negando com a cabeça.

*****

Marcola

Subi pra boca e entrei direto pra salinha, bolei um baseado e comecei a marolar lembrando da Miriã me fortalecendo.

Podia ser meu a filha. Por vacilo meu.

Que bagulho que vou fazer pra ela querer de volta caralho? - Falei soltando a fumaça.

Bateram na porta, e logo avistei Curió, ele entrou e sentou.

— Ficou estranhão aqui sem Papagaio... - Curió disse.

— Tento nem lembrar... - Falei jogando minha cabeça pra trás. - Eu to ligado que Juninho tá em algum morro. - Soltei a fumaça.

— Vai ser poucas em... - Curió disse e eu concordei.

— Curió, agora é eu e tu. Tá ouvindo? - Falei e ele confirmou com a cabeça. - Tu acha que a Miriã... - Falei e parei.

Curió me encarou e riu pelo nariz.

— Se vai querer você de volta? - Curió perguntou.

Eu comecei a tossir engasgando e me levantei.

— Se quer de volta, tu vai atrás. Começa do 0, faz por merecer! - Curió disse.

— Qual foi Curió, depois da Ellen, tá até se indireitando. - Falei rindo.

— Uma hora a gente indireita né... Tu precisa se indireita, deixa a Tati e guia pra Miriã! - Curió disse.

Tati!!!

• APERTA NA ESTRELINHA •






Amor atrás das gradesOnde histórias criam vida. Descubra agora