Maratona 2/3
Miriã
Entrei naquela sala com Marcola e Ellen. O médico passava aquele negócio na minha barriga enquanto eu segurava a mão de Ellen.
— É beringelona ou florzinha? - Ellen soltou.
O médico riu e me deu os papéis.
— É uma florzinha! - O médico disse.
Eu senti aquela sensação que eu queria berrar pro mundo todo.
Minha menina.
— Ai meu Deus. - Falei me abanando.
*****
Cheguei em casa e Ellen tinha ido pra casa. Marcola sentou no sofá e eu peguei água dando a ele.
— Tu pensou no nomes? - Marcola perguntou.
— Você acredita que não? Qual nome de menina você acha bonito? - Perguntei.
Ele ficou encarando eu e riu.
— Cecília! - Marcola disse encarando o teto.
— Nome muito bonito mesmo... Nunca pensei em nome de menina, achei que eu teria um menino! - Falei olhando os papéis do pré natal.
Ficamos em silêncio, ele chegou perto de mim e eu me levantei.
— Tu ainda não me perdoou né? - Marcola perguntou e eu suspirei.
— Ainda tá nesse assunto? Eu até tinha esquecido! - Falei em fazendo de sonsa e indo pra cozinha.
Comecei a preparar um lanchinho natural pra mim e vi que precisava comprar algumas coisas.
Eu ganhava a pensão do Papagaio, como se fosse o salário dele.
— Eu curti tu desde o primeiro momento, não quis vacilar contigo aqui fora, por isso que logo mandei o papo, to sendo sincero contigo! - Ouvi a voz de Marcola atrás de mim.
— E por que não me disse na cadeia? Eu te levei comida, te levei tudo o que as da rua não levou. E o que eu ganhei de volta? Ganhei um murro de trouxisse! - Falei me virando pra ele.
Ele veio caminhando e acariciou meu cabelo. Eu fechei os olhos e ele suspirou fundo.
— E eu te de agradeço pô. Tu me fortaleceu de verdade, isso eu nunca vou esquecer. Sou agradecido, mais eu quero teu perdão, esquece desses bagulho cara, qual foi, já foi, olha como a história foi pra outro caminho! - Marcola disse.
Que?
— Ok Marcola, a gente não fala mais sobre isso. Nunca aconteceu nada! - Falei fazendo um suco.
— E sobre a gente? Nois fala? - Marcola disse e eu neguei com a cabeça.
— Não existe a gente. - Falei.
— Já existiu, foi bom. Bora tentar de novo cara, to fora da cadeia! - Marcola disse.
— Sai fora Marcola, eu agradeço de coração você a me ajudar, mas não quero confusão pra minha cabeça. Fico feliz por você estar com Tati! - Falei.
Peguei o suco e os três lanchinhos naturais e fui pro sofá me sentando.
Ele saiu e eu fiquei ali comendo.
— Caraca, tem gente que não se enxerga! - Falei negando com a cabeça.
*****
Marcola
Subi pra boca e entrei direto pra salinha, bolei um baseado e comecei a marolar lembrando da Miriã me fortalecendo.
Podia ser meu a filha. Por vacilo meu.
— Que bagulho que vou fazer pra ela querer de volta caralho? - Falei soltando a fumaça.
Bateram na porta, e logo avistei Curió, ele entrou e sentou.
— Ficou estranhão aqui sem Papagaio... - Curió disse.
— Tento nem lembrar... - Falei jogando minha cabeça pra trás. - Eu to ligado que Juninho tá em algum morro. - Soltei a fumaça.
— Vai ser poucas em... - Curió disse e eu concordei.
— Curió, agora é eu e tu. Tá ouvindo? - Falei e ele confirmou com a cabeça. - Tu acha que a Miriã... - Falei e parei.
Curió me encarou e riu pelo nariz.
— Se vai querer você de volta? - Curió perguntou.
Eu comecei a tossir engasgando e me levantei.
— Se quer de volta, tu vai atrás. Começa do 0, faz por merecer! - Curió disse.
— Qual foi Curió, depois da Ellen, tá até se indireitando. - Falei rindo.
— Uma hora a gente indireita né... Tu precisa se indireita, deixa a Tati e guia pra Miriã! - Curió disse.
Tati!!!
• APERTA NA ESTRELINHA •
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Amor atrás das grades
Teen FictionEra apenas uma visita que Miriã iria fazer para seu irmão, já que ele tinha acabado de ser transferido para o penitenciária no Rio de Janeiro. Mas não foi oque o destino quis que acontecesse...