• capitulo 32 •

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Miriã

Dois meses depois...

Fazia dois dias que minha rotina tinha voltado ao normal. Maya tinha voltado e estava bem quieta, respondia só com a cabeça.

Eu tinha deixado ela na escola e voltei na casa dela pra arrumar lá, já que a mãe dela combinou de eu limpar lá também.

Estava uma verdadeira zona.

Como conseguem deixar chegar nesse estado?

Comecei pela cozinha que era o mais demorado. Lavei toda louça, esfreguei o chão, dei aquela geralzona na cozinha. Depois arrumei os quartos, passei pano e por fim o banheiro que tava precário também.

Eu teria vergonha de ter uma casa nesse estado.

Passei cloro em tudo. E quando terminei me joguei no sofá vendo que era quase onze horas.

Essa casa tava podre em. Meu Deus.

Fiz um ovo pra ela com salada de tomate, e esquentei o arroz e feijão.

*****

Busquei Maya e ela não veio com empolgação e nem me disse nada. Eu peguei na mão dela e fomos guiando pra casa dela.

— Como foi teu dia Maya? - Perguntei e ela abaixou a cabeça.

— Bom. - Maya respondeu baixo.

Eu olhei pra ela e ela continuava com a cabeça baixa.

Fomos pra casa dela, ela foi tomar banho e eu coloquei a comida pra gente. Ela veio toda caidinha.

— Maya. Lembra o que eu já te disse? Somos amigas, e você pode me contar tudo! - Falei e ela concordou com a cabeça.

— Eu to bem tia! - Maya disse pegando o prato e indo pra sala.

Peguei o meu prato e me sentei perto dela, comemos e ela foi escovar os dentes e fazer as lições dela.

Lavei os pratos e me sentei no sofá fechando os olhos.

Essa menina tá com algum problema!

*****

Diana

Fui até a boca aonde Juninho ficava, queria fazer uma surpresinha pra ele. Fui caminhando com aquele teste segurando na mão.

Que sensação.

Cheguei na boca e de cara já vi Papagaio e Curió.

— O que tu quer? - Papagaio perguntou.

— Cadê o Juninho? Preciso falar com ele! - Falei.

Curió olhou pra Papagaio e Papagaio continuou me encarando.

— To com cara de segurança. - Papagaio disse.

Ridículo!

— Aonde ele tá Curió? - Perguntei.

Deu pra ver que coçou a garganta do Curió pra ele falar.

Ele só apontou pra porta. Eu fui caminhando com o teste na mão e ouvindo Papagaio e Curió buxixando. Eu fui abrir a porta e estava trancada, eu bati uma, duas, três...

E quando Juninho abriu ele tava só de bermuda.

— Preciso falar contigo! - Falei sorrindo.

Ele olhou pra dentro da salinha e abriu pra passar num vão que nem dava pra ele passar.

Tem alguém ali.

Eu empurrei ele com tudo pra dentro da sala, eu encarei a menina que tava toda aberta na mesa.

— Eita! - A menina disse se cobrindo com a camiseta do Juninho.

Eu soltei o teste no chão e encarei ele.

— Volta pra goma... - Juninho disse.

Eu fiquei ali parada sentindo meu peito se rasgar e sai dali correndo até a casa de Miriã.

Eu bati tanto na porta e ninguém saiu.

Ela não quer me atender.

Eu fui descendo e vi Ellen, eu fui até ela, e ela me encarou dos pés a cabeça.

— Aonde Miriã tá? - Perguntei.

— Trabalhando! - Ellen disse e subiu.

Eu sentei num beco e fiquei ali sentindo as lágrimas cair.

• aperta na estrelinha •

Amor atrás das gradesOnde histórias criam vida. Descubra agora