- A Fabulosa Cidade de Asmabel -

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A primeira torre já podia ser vista abaixo das nuvens que compunham o céu rosado de Asmabel. Quando os dois cavalos chegaram no topo da planície, eles avistaram o que seria uma enorme cidade rodeada por uma muralha circular.

– Mana! Olha! É a cidade do reino!!! – Devin não conteve sua admiração em ver a enorme construção ao longe.

– É a primeira vez que vejo um estrangeiro mostrar tanta alegria em ver a Cidade Rosada. Claro que é uma belíssima cidade, mas eu não a consideraria uma maravilha do mundo a ser observada – disse Idarcio.

– Ele fica alegre assim com qualquer coisa. Mas a cidade é... muito grande.

– Espere só até vê-la por dentro, minha cara. Vamos, meus amigos! Uma nova vida os espera!

Os quatro seguiram em descida pela planície. Idarcio e Filo seguiam em seu cavalo castanho, o andor segurava seu bastão em uma mão enquanto a outra guiava o animal pelas rédeas. Devin seguia montado atrás de sua irmã que fazia o cavalo trotar planície a baixo. O menino ainda levava consigo seu bastão de madeira que Idarcio o improvisou, mas agora o levava preso às costas por uma correia de couro. O andor cavalgou em direção à uma estrada de terra em meio a verdejante grama que rodeava a cidade. A estrada era o caminho que as carroças, caravanas e viajantes usavam para adentrar a muralha através do grande portão de madeira e ferro chumbado.

Vista de longe, a abrangência da cidade podia ser compreendida. Duas altas torres permaneciam ao lado de um elevado edifício quadrangular, este era o Castelo da Corte onde a família real residia com seus vassalos; sem dúvida o ponto mais notável entre todas as construções. Uma colossal arena circular projetava-se para o lado direito do castelo detendo esta inúmeras funções militares. Uma construção retangular projetava-se para o lado esquerdo do castelo e esta era a frequentada Casa de Cenelio onde o antigo Rei Cenelio a ergueu para que o aprendizado fosse proliferado pela população de Asmabel. Diante e ao redor das enormes construções, estava as inúmeras casas e estabelecimentos do gentil povo asmabeliano. Tudo era rodeado por uma muralha circular com torres de vigia por toda sua extensão, em seu topo guardas patrulhavam e observavam qualquer aproximação pelos campos.

Os quatro companheiros entraram na longa fila de carruagens que estendia-se pela estrada que levava ao portão da muralha.  Os dois irmãos puderam ver comerciantes que trajavam vestimentas com as mais diversas cores, desde homens com túnicas simples à senhoras com vestidos bordados. Havia mulheres com aparência abatida que carregavam suas crianças no colo, aparentemente os irmãos não eram os únicos buscando por uma nova e esperançosa vida. Eles também repararam que algumas carruagens eram fortificadas e rodeadas por uma guarda de soldados com lanças, decerto preciosos itens eram transportados em seu interior, alimentos ou ouro.

– Agora prestem atenção em minhas palavras – iniciou Idarcio. – Quando chegarmos no portão, seremos abordados por quatro guardas que irão nos observar e fazer algumas perguntas como de onde estamos vindo e quais nossas intenções na cidade. Vocês devem dizer a verdade, entenderam?

– E se eles não deixarem a gente passar?

– Isso não vai acontecer, eu garanto. Um andor, um flito e duas crianças não oferecem nenhuma ameaça a essa grandiosa cidade. Não há o que temer sobre as perguntas que lhe serão feitas, minha cara Eurene.

– Não estou com temor nenhum.

– Isso é muito bom, afinal você está na fabulosa Cidade de Asmabel onde sua vida certamente vai melhorar! Bom, isso é o que eles dizem. – Idarcio lhe deu um sorriso.

Os quatro avançaram lentamente pela estrada pois cada pessoa e veículo eram analisados e intrevistados por quatro militares que guarneciam a entrada. Assim que a carroça em sua frente obteve permissão de passar pelo portão, os quatro companheiros se viram diante de dois soldados em posição de guarda e outros dois que tinham um pergaminho e uma pena em mãos. Idarcio parou os passos de seu cavalo e fez sinal para que os dois irmãos ao seu lado fizessem o mesmo. Logo os dois guardas se aproximaram para recepcioná-los.

A Pretensão dos CavaleirosOnde histórias criam vida. Descubra agora