- Uma Batalha Feroz -

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O andor Umeril passou na frente dos corcéis de seus dois senhores, ergueu seu bastão preto e, quando bateu a ponta no chão de blocos, uma áurea alva espalhou-se pelas redondezas levando folhas e poeira consigo. O feitiço passou por todos que estavam nas proximidades e por fim desapareceu. 

— O que foi isso? — Fenuella indagou-se receosa. 

— Ele lançou um feitiço de afastamento. Provavelmente para certificar que nenhum guarda da cidade venha aqui interferir — Idarcio explicou. Filo apressou-se em esconder-se atrás de seu dono. 

— Ótimo, assim sobra mais deles para nós. — Borbon foi o primeiro a empunhar sua espada e fez isso com vigor, como se estivesse esperando há um longo tempo por tal oportunidade. 

Os primeiros dois soldados marcharam diretamente para ele e não se assustaram com o urro do homem feroz. O choque das espadas pôde chegar aos ouvidos de todos que estavam ao redor. Roren também não esperou por nada, partiu em passos apressados e saltou na direção dos inimigos. Assim como no caso de Borbon, dois soldados empenharam-se em derrotá-lo enquanto os demais marchavam na direção de Mercel. 

— Você está esperando o quê para puxar sua espada?! — Fenuella o indagou exaltada. 

— Quero conversar com o comandante deles. Se eu derrotá-lo em um duelo, o ataque deverá cessar. 

— Tenho certeza que nos ajudar a matá-los resolveria o problema mais rápido. — Dito isso, a princesa empunhou sua lâmina e defendeu-se de dois militares. Fenuella demonstrou maestria com o manuseio da espada e logo viu-se combatendo três soldados ao mesmo tempo. 

Eurene estava temerosa, sentiu medo quando percebeu que os cavaleiros e a princesa não seriam capazes de lidar com todos os inimigos. Quatro soldados vordianos vinham em sua direção com as espadas em punho. Enfim seria a hora de colocar em prática o que tinha aprendido até então... o que ela não julgou ser muita coisa. Talion já segurava sua espada firmemente com as duas mãos mas não pôde deixar de notar que elas estavam trêmulas. 

— Fiquem atrás de mim, crianças. Deixem que eu lido com esses soldados perversos. — Idarcio tomou a dianteira do grupo. 

Quando um dos militares se aproximou, o andor repeliu um golpe com seu bastão e, ao girá-lo, provocou um impulso luminoso que arremessou o homem por vários metros, como se ele não pesasse nada. Prestes a ser atingido por outro soldado, Idarcio usou seu bastão para defender-se das investidas da lâmina e, ao apontá-lo para o adversário, emitiu outro impulso que arremessou o inimigo por vários e vários metros. 

— Por que você nunca fez isso antes?!!! — Devin estava visivelmente impressionado com a perícia do andor em combate. 

— Bom, meu caro Devin, eu nunca tive a... — Antes que terminasse sua fala, Idarcio foi atingido por um feitiço que o arremessou violentamente para o outro lado da rua. O andor só parou depois de colidir com um amontoado de caixotes na calçada. 

Filo correu na direção de seu dono. Quando chegou até ele, o mesmo estava coberto de palha que tinha voado pelos ares com a colisão.

— Céus... eu não fazia ideia de como isso é doloroso, Filo — resmungou enquanto tentava se levantar. 

— Idarcio! — Eurene gritou quando viu que o andor Umeril estava prestes a lançar outro feitiço na direção dos caixotes. 

Idarcio, por sua vez, foi rápido em rolar pela calçada e desviar-se do feixe de luz. Apanhou seu bastão novamente e lançou o mesmo ataque contra o andor rival, que também foi astuto em se defender. Sem perder tempo, Umeril já avançava para lidar diretamente com seu semelhante. 

A Pretensão dos CavaleirosOnde histórias criam vida. Descubra agora