Estava tão agitada que não consegui entender direito o que aconteceu. Num segundo eu comemorava minha salvação e, no instante seguinte, estava estirada no chão.
— Desculpe! — Era Rosa.
Com outro solavanco, senti o corpo sendo erguido do chão.
— Tu estás bem? Nós estávamos preocupados. — Lorenzo falou, depois de soltar meu braço. — Só faltava tu da equipe, guria.
— Eu... — Tentei responder, mas me faltava fôlego. — Minhas coisas! — Eu me abaixei ao perceber a bolsa caída ao meu lado, quase que virada do avesso, e minhas coisas espalhadas por todo canto.
— Desculpa, Mônica. — Rosa se ajoelhou para me ajudar, sendo seguida por Lorenzo.
— Não! — Exclamei quando Rosa estava prestes a pegar a caixa do vibrador, que, para minha sorte, caíra virada de cabeça para baixo de forma que só as instruções de uso estavam visíveis. Nenhum desenho. — Eu junto sozinha. — Peguei a caixa e a joguei na bolsa.
— Calma. Nós te ajudamos. — Lorenzo me entregou o pó compacto vencido e alguns papéis amassados.
— Onde está? Onde está?
Já encontrara a calcinha e o cone de pompoar, mas não havia nem sinal das malditas bolinhas.
— O que está faltando? — Rosa entregou minha carteira. — Acho que pegamos tudo, Mônica.
Eu os ignorei e continuei procurando. Havia um aglomerado de pessoas ao nosso lado. Será que as bolinhas haviam rolado para lá?
— Eu acho que achei...
Paralisei ao escutar a voz de Lorenzo.
— O que é isso? — Ele perguntou, observando-as com uma expressão confusa.
— Is-so... é-é... Isso...
Merda, merda, merda!
— Um bate-bate!
Virei-me de brusco para Rosa. Ela arregalou os olhos para mim e soube no mesmo instante que ela sabia o que eram de verdade.
— Um bate-bate?
Lorenzo observou melhor o acessório. Por sorte, a calcinha devia ter limpado parte da lubrificação.
— Sim... Um bate-bate! — Tomei o objeto da mão dele, peguei a cordinha de silicone que ligava uma bolinha à outra e balancei, fazendo com que elas se chocassem de forma desajeitada. Aquele era o brinquedo de bate-bate mais estranho do mundo. — Eu comprei para... — Tentei continuar a história, mas nada me vinha à mente.
— Você comprou para Lucas?! — Rosa levantou de brusco. — Eu não acredito que lembrou que eu estava procurando um desses para ele, Mônica. Você é demais!
— Sim. — Repeti o seu gesto e joguei as bolinhas de volta na bolsa. — Por isso não queria que descobrisse. Era surpresa! — Bati uma das mãos na coxa, de forma exagerada.
— Obrigada, amiga. — Rosa me abraçou. — Meu filho vai amar!
— Teu filho não tem apenas alguns meses, Rosa? Não é perigoso?
Lorenzo, que também já estava de pé, franziu a testa.
— É um bate-bate específico para bebês. — Respondi.
— Sim. Alguns estudos mostraram que esse brinquedo pode estimular a coordenação motora dos bebês. — Rosa completou.
— Está provado na ciência. — Não sabia como era possível, mas minha voz ficava mais estridente a cada segundo.
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̶E̶d̶u̶a̶r̶d̶o̶ ̶e̶ Mônica
ChickLitNós havíamos nascido um para o outro. Afinal, éramos Eduardo e Mônica, o casal mais famoso da música brasileira. Então por que, quando ele me perguntou as palavrinhas mágicas, algo em mim gritou não, não, não? Eu, que sempre desejei um relacionament...