Henrique abriu a porta de acesso ao bar da universidade, onde se encontravam Rodrigo, Gonçalo, Angela e Aurora, os quetro almoçavam e conversavam animadamente.
O rapaz de olhos verde azeitona aproximou-se da mesa onde o grupo se tinha instalado, e num simples e breve ato, levou a sua mão direita, aberta, em de Aurora, com a intenção desta a agarrar.
- Quero-te mostrar uma cena.
Angela com a boca entreaberta de espanto e admiração, cruzou olhares com Aurora, esta estendeu a mão igualmente para Henrique.
Ao toque mais leve da pálida mão da rapariga de olhos azuis, o rapaz fechou a mão com força mas de forma suava a não a magoar e levantou-a da cadeira de onde estava sentada.
Ainda com os dedos entrelaçados um no outro saíram do bar, em direção à bebé.
- Onde me levas?!
- Já vais ver!
As horas seguintes foram passadas numa longa viagem de carro. Seguiam por uma estrada nacional que lhes dava uma paisagem da natureza e das pequenas aldeias e ambientes diversos que existiam além do centro agitado e poluído de Londres.
- Ainda falta mundo?! - resmungou Aurora pela vigésima vez numa viagem de duração de uma hora, roubando os oculos de sol que Henrique dispunha.
- Vai se não me devolveres os óculos de sol! - respondeu recuperando assim os seus óculos de sol, retirando-os da face de Aurora que apresentaram novamente os seus olhos cor de mar. Aurora bufou e Henrique ao reparar no aborrecimento da amiga, retirou o elástico que prendia o cabelo da mesma num rabo de cavalo.
- Devolve-me isso!
Henrique esticou o braço com o elástico na direção oposta a de Aurora. Os cabelos longos cor de carvão de Aurora caíram lhe sobre os curtos ombros que esta possuia. Depois de muito lutar Aurora convenceu-se que Henrique ganhara.
- Vou amuar! - declarou cruzando os braços.
Henrique gargalhou e olhou atentamente para Aurora, esta tinha vestido um top preto dos Rolling Stones, calças de ganga e calçado os seus velhos vans pretos. O cabelo estava ao natural assim como a sua cara, sem maquilhagem.
- Já chegamos!
Aurora saiu porta fora do carro agora estacionado numa falésia que dava uma vista belissima para o mar. Aurora fez uma roda e correu para Henrique abraçando-o.
- Obrigada! Que sítio mais maravilhoso! - disse laragando o pescoço do rapaz e olhando agora mais detalhadamente para a paisagem que tinha à sua frente.
Todos os cinco sentidos de Aurora estavam no seu auge. A sua visão estava pretificada a olhar para aquela imensidão azul, a sua audição era ocupada pelo som das ondas a bater na costa, o som era lhe familiar e algo reconfortante, o seu olfato invadido pelo cheiro água salgada, Aurora quase que sentia no seu paladar o saber refrescante da água do mar e o seu tato? Protegido por Henrique que agarrara discretamente a mão direita de Aurora.
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a cor da vida
Teen FictionA história de uma rapariga de 16 anos, que foge para Londres onde faz um amigo para a vida e onde desenvolve o seu conhecimento e paixão pela música e pelas artes.