Passado agora dois anos da sua desventura em Londres, Aurora passeava pelas ruas de Lisboa, com as suas boyfriend jeans rotas, a sua t-shirt branca, com uma camisa atada a cintura e os seus óculos de sol que protegiam os seus olhos azuis. ao caminhar recordou os seus últimos episódios ocorridos no hospital de Londres.
"Na sala com os dois médicos e o seu violoncelo, Aurora iniciara o exame para entender se havia possibilidade de tocar novamente. Ao fazer pressão com o indicador, um formigueiro percorreu-lhe o braço chegando à ponta dos dedos, faltando-lhe então a força, a mão puxada pela força da gravidade caiu em direção ao chão. O sentimento de frustração percorreu lhe o sistema nervoso...
- Tenta novamente. - pediu-lhe o fisioterapeuta.
Aurora levou novamente a mão ao braço do violoncelo, respirou fundo e colocou a mão agora na quarta posição do violoncelo. Levemente pressionou o dedo mindinho contra a corda, apesar das dores continuou até arrancar som de um sol de modo a dar inicio a sua musica preferida "O cisne".
Apesar de o inicio ter saído enferrujado o resto da melodia saiu-lhe naturalmente como se tivesse ensaiado todos os dias que tinha estado internada. No final, os dois médicos aplaudiram, e o fisioterapeuta disse:
- Aurora, temo que apesar de conseguir tocar, tenha que fazer alguns meses de fisioterapia e a sua mão poderá nunca recuperar totalmente, mas com esforço e dedicação poderá voltar a tocar.
o sentimento de frustração que outrora lhe invadira a alma fora substituído por um sentimento de alegria pura."
Aurora voltava agora ao mundo real onde reparara que quase tinha ultrapassado o restaurante onde se dirigia. Ao entrar pela porta uma brisa de ar fresco, refresco-a do calor imenso que estava na rua. Ao tirar os óculos de sol, permitiu ver com uma maior nitidez o interior do restaurante, onde um vislumbre de uma pessoa querida se encontrava de costas à sua espera. Ao aproximar-se da mesa, rodeou os olhos do rapaz com as mãos, este, quase instintivamente, agarrou as mãos delicadas de Aurora e fê-la aproximar-se de si, podendo assim beija-la.
- Olá amor. - cumprimentou Henrique assim que os seus lábios descolaram-se dos de Aurora.
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a cor da vida
Teen FictionA história de uma rapariga de 16 anos, que foge para Londres onde faz um amigo para a vida e onde desenvolve o seu conhecimento e paixão pela música e pelas artes.
