Estranho a menina Aurora ainda não ter acordado, é melhor ir verificar se está tudo em ordem, pensou Maria estranhando a demora de Aurora para o pequeno-almoço. Ela nunca se atrasa! Entrando no quarto Maria estranhou, Mas está tudo arrumado, a cama estava feita, a porta do canto de Aurora estava fechado mas não se vislumbrava viva alma. Como sempre deve estar a tocar, pensou Maria ainda algo apreensiva. Maria retirou o livro da prateleira, carregou no botão, esperou os cinco segundo, e desceu escadas abaixo quando lá chegou Maria paralisou! Mas onde é que está o violoncelo, as pautas, o computador e o seu caderno? Maria cada vez mais confusa, correu escadas a cima e verificou o roupeira de Aurora...estava vazio. Olhou para a cama feita, e junto com a almofada encontrava-se um bilhete de despedida que Aurora fizera na noite anterior a esta ter fugido de casa e ter embarcado para Inglaterra.
Querida Maria,
Deves achar estranho eu não estar no meu canto e todas as minhas roupas terem desaparecido juntamento com o meu violoncelo e afins, mas não se aflija eu estou sã e salva, embarquei para Inglaterra mais cedo, já não conseguia suportar o ambiente aí de casa.
Beijos para todos e não se preocupe, eu estou e fico bem.
Entretanto Maria chamou Madalena e Rafael dos trabalhos a casa a dizer que era um assunto de máxima urgência.
- Maria, mas o que é que aconteceu para nos ter de chamar a casa a esta hora? – perguntou Madalena sem se aperceber porque razão Maria teria chamada a ela e ao marido em plena hora de trabalho.
- Que se passa, Maria, parece que viu um fantasma? – perguntou Rafael algo intrigado pela atitude de Maria, esta nada respondeu simplesmente retirou do bolso a carta que Aurora teria deixado.
Ao lê-lo Madalena chorou, com Rafael a secar-lhe as lágrimas e na tentativa de reconforta-la.
- Já lhe tentou telefonar, Maria?
- Peço imensas desculpas, mas nem me lembrei, senhor Rafael. – desculpou-se Maria, com a cara mais pálida e com uma expressão de terror e incerteza na face que antes era rosada.
Rafael retirou uma das mãos que estavam a abraçar Madalena e colocando-a no bolso das calças do fato preto retirou um Iphone 5, marcou o código para o desbloquear de foi á lista de contactos, carregou no nome de Aurora e começou a chamar...
- Está lá, querido pai! – disse uma voz do outro lado do telemóvel preto que Rafael colocar no centro do circulo que os três teriam formado para ouvirem melhor a chamada.
- Querida, está bem? – perguntou mãe, com uma preocupação genuína na alma.
- Vejo que agora já se preocupam, pena ser em vão. Sim eu estou bem, já cheguei a Inglaterra e isto é lindo. A Universidade aceitou-me receber mais cedo. – na mansão dos Morais, os três presentes sorriram aliviados. – Volto no fim do verão beijinhos. – despediu-se Aurora. Rafael ainda tentou dizer mais uma palavra á filha, mas Aurora já tinha desligado.
Livre em Inglaterra! Pensou Aurora junto do Big Ben, satisfeita por se ter livrado de todos os problemas de Portugal.
- Ela ficara bem?
- Não se preocupe senhora. Aurora desenrasca-se bem sozinha, afinal ela marcou e apanhou um voo, já está hospedada e têm 16 anos, a única coisa que podemos fazer é ter fé que ela não faça nenhum disparate e rezar para que nada de mal lhe aconteça. – respondeu Maria no seu tom mais calmo e sincero, e com um sorriso na cara que se recuperara as cores naturais.
- Esperemos bem que sim, Maria. – disse Rafael esperançado, preocupado mas ao mesmo tempo um tanto orgulhoso, por a filha ter mostrado tal ato de independência e autonomia.
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a cor da vida
Novela JuvenilA história de uma rapariga de 16 anos, que foge para Londres onde faz um amigo para a vida e onde desenvolve o seu conhecimento e paixão pela música e pelas artes.