Era tarde, Aurora estava cansada após um dia a tocar na orquestra, o concerto seria no primeiro dia do mês de agosto e Aurora já conseguia sentir os nervos à flor da pele. As portas metálicas do elevador abriram-se lentamente, Aurora arrastou-se até ao quarto. Abriu a porta e deixou-se cair na cama, podia muito bem deixar-se ali ficar até ao dia seguinte, como isso lhe saberia bem, mas alguém acabara de bater à porta de forma a interrumper-lhe os pensamentos.
- Entre! - disse desesperada por um pouco de paz.
- Aurora!
- Diz, Angela.
- Queres vir sair conosco? - perguntou amavelmente Angela, sentando-se ao lado do corpo imóvel de Aurora.
- Hoje não. Angela, desculpa estou morta, secalhar amanhã.
- Ok. - disse Angela, dirigindo-se à porta, abrindo-a e deixando Aurora de novo sozinha no seu quarto.
Aurora, ali se deixou ficar, imóvel, a respirar profundamente, no silêncio da escuridão que lhe invadia o quarto. Por mqais que aquele silêncio e solidão lhe soubesse bem, faltava-lhe algo que Aurora não sabia o que era. Levantou-se, tomou banho, vestiu o pijama e colocou-se dentro da cama, tentou dormir, mas sem sucesso.
" Será do calor?"
Destapou-se então. Continuava se conseguir dormir.
" Será da almofada?"
Amachucou e revirou a almofada. Continuava sem conseguir dormir.
" Será das luzes de lá de fora?"
Levantou-se e fechou as persianas. Continuava sem conseguir dormir.
" Será de a televisão estar desligada?"
Ligou a televisão. Continuava sem conseguir dormir.
" Que será então?"
Aurora agora desesperada, sem saber que mais fazer para poder adormecer.
" Já que tenho a televisão acessa, mais vale esperar que o sono venha."
Agarrou no comando e mudou para o melhor canal do mundo, o canal onde passava o spongbob, eram nove e meia da noite e Aurora fez então aratona de spongbob até ás onze, hora em que o spongbob acabou.
" E agora?"
Aurora, estava como perdida num deserto, era sexta à noite, estava sozinha, não sabia o que fazer e tinha fome. Deitou-se, de barriga para cima, olhou para o teto, pensando o que lhe estava a faltar, mas nada lhe ocorria. Sentia-se tão sozinha. Sentou-se na cama e dirigiu-se à janela, observando as ruas de Londres, iluminadas pelas luzes, vazias e solitárias tal como Aurora se sentia.
" Não vou ficar aqui! "
Correu para o armário, de lá retirou umas leggins pretas, os seus vans pretos e a sweetshirt que Henrique havia deixado desde do treino de skate, vestiu-se e correu em direção ao elevador, chegando à porta da universidade chamando um táxi.
- São cinco libras. - disse o taxista chegando ao destino.
Aurora estendeu-lhe a mão com o dinheiro.
- Fique com o troco.
- É muito amável da sua parte.
Aurora tinha a noção de que era bastante perigoso andar, pelas ruas de Londres a estas horas da noite. Avistou uma pizaria, onde comprou uma piza familiar de queijo e fiambre, ainda estava quente e cheirava a queijo derretido que fez Aurora salivar.
" Só falta um promenor"
Dirigiu-se ao fundo da rua, onde se encontrava ma casa bastante familiar, dirigiu-se ás traseiras e bateu no terceiro vidro.
- Que fazes aqui?
Aurora abriu a caixa de piza que por ainda estar quente, deitava fumo e um cheiro deliciante.
-Sempre.
Rinoceronte de olhos verdes, saltou pela janela até ao seu quintal, ostentava uma t-shirt e uns calções.
- Não devias já estar a dormir, Branca de Neve?
-Não tinha sono.
- Essa sweet não é minha?
- Era.
Ambos gargalharam, sentaram-se num canto do pequeno quintal de Henrique e abriram a caixa da piza, que devoraram em menos de nada. Henrique olhava para Aurora, atentamente.
- Tu és louca.
- Tu gostas.
- Nunca disse o contrário.
Aurora corou com a contraresposta de Henrique. Deixaram-se ficar ao luar.
- Bem está na hora de eu me ir embora.
- A estas horas? Ficas cá em casa, amanhã é sabado, não temos universidade, e quero-te levar a um sitio.
-Ok.
- Ok.

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a cor da vida
Fiksi RemajaA história de uma rapariga de 16 anos, que foge para Londres onde faz um amigo para a vida e onde desenvolve o seu conhecimento e paixão pela música e pelas artes.