- Aurora! Aurora! - gritava uma voz rouca do outro lado da porta do quarto onde Aurora encontrava-se já no seu décimo sono.
Com fios de cabelos sobre a face, Aurora soprou contra eles numa tentativa de os afastar da cara, mas esta voltavam-lhe a cair sobre a tez.
Raios partam a gravidades! - pensava ela, poiando-se agora sobre um braço para se levantar.
- Aurora! - gritava a voz exterior cada vez mais desesperadamente.
- Estou a ir! - resmungava enquanto acendia o candeiro que estava colocado sobre a mesinha de cabeceira.
Ainda um pouco ás escuras, Aurora caminhava para a porta, tropeçando de vez enquando nos seus sapatos e livros que estavam espalhados pelo quarto. Aurora abriu a porta e deparou-se com...
- O que é que foi oh seu, Rinoceronte ignorante?! - perguntou com uma certa raiva presente no seu tom de voz, voltando costas, dirigindo-se à sua amada caminha.
- Alguém têm mau acordar.
Quando estas últimas palavras foram referidas por Henrique, Aurora deu uma volta de 180 graus estando agora face a face cm Henrique, atingidou-o com um olhar matador.
- Ok, esse olhar mete medo.
- E é bom que tenhas depois de teres me vindo acordar às 2:47 da manhã! - disse Aurora deixando-se cair para os lençois da sua cama.
Como habitual, o pijama de Aurora era o mais simples possivel, calções desportivos e um top. Henrique observou-a deitada, como era bela.
- Oh, Rinoceronte já que aqui vieste senta-te não! - disse Aurora interrompendo os pensamentos profundos de Henrique. - Odeio ver pessoas de pé quando estou deitada ou sentada.
- Porquê? - perguntou o ser de olhos verdes intrigado, dirigindo-se à cama de Aurora.
- Porque as pessoas ficam mais altas que eu.
- E depois?
- Eu sinto-me inferior.
Henrique desatou-se a rir, Aurora sentou-se ao seu lado, local que lhe permitiu dar um morro no ombro.
- Estás-te a rir do quê mesmo?
- Branca de Neve desculpa dizer-te mas... a maior parte das pessoas é mais alta que tu. - admitia entre gargalhadas.
- Cala-te isso é completamente mentira! É a mesma coisa de dizeres que sou loira.
- Aurora. - disse Henrique com um ar agora extremamente sério, encarava Aurora nos olhos. - Vamos admitir... tu és baixa.
- Não sou nada!
- És sim.
- Não, não sou!
- És sim.
- Não sou!
- Mas é uma coisa boa, Branca de Neve.
- Em que aspeto mesmo?
- É uma coisa boa porque és a minha pikena.
O mundo de Aurora parou, as bochechas começaram a aquecer em demasia, os seus dedos tremiam, a sua respiração passou a ser ofegante e o seu ritmo cardíaco acelarado, nada semelhante lhe tinha acontecido.
- Veste umas leggins, uma swetshirt e calça uns ténis.
- Porquê?
- Vou-te ensinar uma coisa.
Aurora não fez mais perguntas, agarrou no necessário e dirigiu-se para a casa de banho, despachar-se. No final Henrique encontrava-se em pé, frente à janela com vista para Londres, onde as luzes eram o foco.
- Hummmm.
- Que foi?
- Essa swetshirt?
- Que mal tem ela?
- Muito fina. - concluiu Henrique e sem hesitações despiu a sua colocando-o só de T-shirt azul escura. - Veste esta, pikena, assim não vais ter frio.
- Mas tu vais! - disse não aceitando tão facilmente.
- Pikena, cala-te e veste! - disse colocando a swetshirt na cabeça de Aurora, de modo a só faltar vestir os braços para ficar com a sweet completamente vestida.
Aurora aceitou, vestiu a camisola e dirigiu-se a Henrique, ao pé do qual se colocou em bicos de pés, beijando-lhe a face.
Saíram da universidade, à porta da qual estava um skate um pouco velho e um pouco gasto.
- Vou te ensinar a andar de skate.
Seguiram em direção à periferia das cidades, local pouco habitado, onde poderiam praticar à vontade. Quando Henrique parou a bebé, olhou para Aurora, a qual o luar refletia nos seus olhos, dando-lhe um brilho especial.
- Vamos? - perguntou Aurora impaciente.
- Vamos. - confirmou Henrique.
Aurora admitiu que não tinha jeito nenhum para a coisa, mas Henrique não desistiu.
- Não tenho jeito nenhum.
- Falta de treino.
Ao fim de uma hora, Aurora conseguiu realmente manter-se em equilibrio.
- Henrique! Rinoceronte! Estou a conseguir!
- Eu sei, pikena! Estou a ver, mas agora olha para a frente antes...tarde demais.
Henrique correu para Aurora, que com a conversa tinha dado uma grande queda.
- Estás bem?
- Sim, só me dói o joelho.
Henrique observou o joelho da amiga, de perto, mesmo com uma certa escuridão notava-se o sangue a manchar as leggins de Aurora.
- Esfolaste o joelho. - disse, rindo-se um pouco.
Henrique agarrou Aurora ao colo, levando-a para a bebé.
- Não estou assim tão defeciente.
- Pois não tu já és.
- Parvo.
Aurora ainda ao colo de Henrique, entraram no quarto da mesma, ligaram as luzes. Cuidadosamente Henrique pousou Aurora na cama, e dirigiu-se para a casa de banho, para ir buscar a caixa com os primeiros socorros. Quando voltou para o quarto, Henrique agarrou nas leggins de Aurora, na parte onde estava o joelho.
- São especiais?
Aurora negou com a cabeça e este com um gesto rápido rompeu as leggins deixando a ferida exposta. Incrivelmente, Henrique limpou, desinfetou a ferida e protegeu-a extremamente bem. Aurora estava boquiaberta. Este notando a admiração de Aurora, disse:
- Aprendi com a melhor. - fazendo Aurora lembrar-se do incidente com o senhor Bigodes.
- Obrigada.
- Não tens que agradecer. Agora vai te colocar dentro da cama e vai dormir.
Henrique arrumou a caixa no respetivo local e dirigiu-se à porta, apagou as luzes e abriu-a.
- Fica! - pediu Aurora.

VOCÊ ESTÁ LENDO
a cor da vida
Подростковая литератураA história de uma rapariga de 16 anos, que foge para Londres onde faz um amigo para a vida e onde desenvolve o seu conhecimento e paixão pela música e pelas artes.