Dia 10 de Julho de 2014

13 0 0
                                    

- Aurora! Aurora! - gritava uma voz rouca do outro lado da porta do quarto onde Aurora encontrava-se já no seu décimo sono. 

        Com fios de cabelos sobre a face, Aurora soprou contra eles numa tentativa de os afastar da cara, mas esta voltavam-lhe a cair sobre a tez.

        Raios partam a gravidades! - pensava ela, poiando-se agora sobre um braço para se levantar.

- Aurora! - gritava a voz exterior cada vez mais desesperadamente.

- Estou a ir! - resmungava enquanto acendia o candeiro que estava colocado sobre a mesinha de cabeceira.

Ainda um pouco ás escuras, Aurora caminhava para a porta, tropeçando de vez enquando nos seus sapatos e livros que estavam espalhados pelo quarto. Aurora abriu a porta e deparou-se com...

- O que é que foi oh seu, Rinoceronte ignorante?! - perguntou com uma certa raiva presente no seu tom de voz, voltando costas, dirigindo-se à sua amada caminha.

- Alguém têm mau acordar. 

        Quando estas últimas palavras foram referidas por Henrique, Aurora deu uma volta de 180 graus estando agora face a face cm Henrique, atingidou-o com um olhar matador.

- Ok, esse olhar mete medo.

- E é bom que tenhas depois de teres me vindo acordar às 2:47 da manhã! - disse Aurora deixando-se cair para os lençois da sua cama.

        Como habitual, o pijama de Aurora era o mais simples possivel, calções desportivos e um top. Henrique observou-a deitada, como era bela.

- Oh, Rinoceronte já que aqui vieste senta-te não! - disse Aurora interrompendo os pensamentos profundos de Henrique. - Odeio ver pessoas de pé quando estou deitada ou sentada.

- Porquê? - perguntou o ser de olhos verdes intrigado, dirigindo-se à cama de Aurora.

- Porque as pessoas ficam mais altas que eu.

- E depois?

- Eu sinto-me inferior.

        Henrique desatou-se a rir, Aurora sentou-se ao seu lado, local que lhe permitiu dar um morro no ombro.

- Estás-te a rir do quê mesmo?

- Branca de Neve desculpa dizer-te mas... a maior parte das pessoas é mais alta que tu. - admitia entre gargalhadas.

- Cala-te isso é completamente mentira! É a mesma coisa de dizeres que sou loira.

- Aurora. - disse Henrique com um ar agora extremamente sério, encarava Aurora nos olhos. - Vamos admitir... tu és baixa.

- Não sou nada!

- És sim.

- Não, não sou!

- És sim.

- Não sou!

- Mas é uma coisa boa, Branca de Neve.

- Em que aspeto mesmo?

- É uma coisa boa porque és a minha pikena.

        O mundo de Aurora parou, as bochechas começaram a aquecer em demasia, os seus dedos tremiam, a sua respiração passou a ser ofegante e o seu ritmo cardíaco acelarado, nada semelhante lhe tinha acontecido.

- Veste umas leggins, uma swetshirt e calça uns ténis. 

- Porquê?

- Vou-te ensinar uma coisa.

        Aurora não fez mais perguntas, agarrou no necessário e dirigiu-se para a casa de banho, despachar-se. No final Henrique encontrava-se em pé, frente à janela com vista para Londres, onde as luzes eram o foco.

- Hummmm.

- Que foi?

- Essa swetshirt?

- Que mal tem ela?

- Muito fina. - concluiu Henrique e sem hesitações despiu a sua colocando-o só de T-shirt azul escura. - Veste esta, pikena, assim não vais ter frio.

- Mas tu vais! - disse não aceitando tão facilmente.

- Pikena, cala-te e veste! - disse colocando a swetshirt na cabeça de Aurora, de modo a só faltar vestir os braços para ficar com a sweet completamente vestida.

        Aurora aceitou, vestiu a camisola e dirigiu-se a Henrique, ao pé do qual se colocou em bicos de pés, beijando-lhe a face.

        Saíram da universidade, à porta da qual estava um skate um pouco velho e um pouco gasto.

- Vou te ensinar a andar de skate.

        Seguiram em direção à periferia das cidades, local pouco habitado, onde poderiam praticar à vontade. Quando Henrique parou a bebé, olhou para Aurora, a qual o luar refletia nos seus olhos, dando-lhe um brilho especial.

- Vamos? - perguntou Aurora impaciente.

- Vamos. - confirmou Henrique.

        Aurora admitiu que não tinha jeito nenhum para a coisa, mas Henrique não desistiu. 

- Não tenho jeito nenhum.

- Falta de treino.

        Ao fim de uma hora, Aurora conseguiu realmente manter-se em equilibrio.

- Henrique! Rinoceronte! Estou a conseguir!

- Eu sei, pikena! Estou a ver, mas agora olha para a frente antes...tarde demais.

        Henrique correu para Aurora, que com a conversa tinha dado uma grande queda.

- Estás bem?

- Sim, só me dói o joelho.

        Henrique observou o joelho da amiga, de perto, mesmo com uma certa escuridão notava-se o sangue a manchar as leggins de Aurora.

- Esfolaste o joelho. - disse, rindo-se um pouco.

        Henrique agarrou Aurora ao colo, levando-a para a bebé.

- Não estou assim tão defeciente.

- Pois não tu já és.

- Parvo.

        Aurora ainda ao colo de Henrique, entraram no quarto da mesma, ligaram as luzes. Cuidadosamente Henrique pousou Aurora na cama, e dirigiu-se para a casa de banho, para ir buscar a caixa com os primeiros socorros. Quando voltou para o quarto, Henrique agarrou nas leggins de Aurora, na parte onde estava o joelho.

- São especiais?

        Aurora negou com a cabeça e este com um gesto rápido rompeu as leggins deixando a ferida exposta. Incrivelmente, Henrique limpou, desinfetou a ferida e protegeu-a extremamente bem. Aurora estava boquiaberta. Este notando a admiração de Aurora, disse:

- Aprendi com a melhor. - fazendo Aurora lembrar-se do incidente com o senhor Bigodes.

- Obrigada.

- Não tens que agradecer. Agora vai te colocar dentro da cama e vai dormir.

        Henrique arrumou a caixa no respetivo local e dirigiu-se à porta, apagou as luzes e abriu-a.

- Fica! - pediu Aurora.

a cor da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora