Dia 21 de Junho de 2014

38 1 0
                                    

 O despertador dava a entender que eram onze horas, mas Aurora ainda com a visão turva de ter acabado de acordar teve a necessidade de verificar as horas pela segunda vez e Aurora acordara com a cabeça sobre uma coisa que não lhe lembrava uma almofada. Levantou-se de mansinho, era Henrique, tinham-se deixado dormir na noite anterior, sem querer assustar o amigo Aurora abanou-o e chamou por ele, mas este tinha o sono mais profundo que Aurora alguma vez vira. Passado cinco minutos sem ter sucesso na missão que Aurora se deparava em acordar Henrique, empurrou para fora da cama até este cair no chão.

        - Mas que raio?

        - Desculpa! - desculpou-se Aurora, entre sorrisos maliciosos. - Mas tens um sono pesado e fiquei sem paciência.

        - São que horas? - perguntou Henrique, colocando a sua mão direita na testa.

        - São onze horas.

        - Shhhhhhhh! Faz pouco barulho!

        - Deves estar de ressaca da noite passada. - concluiu Aurora.

        As vozes naquele dormitório ecoavam na cabeça de Henrique.

        - Vamos tomar o pequeno-almoço?

        - Sim. - disse o Henrique a tentar lembrar-se de alguma coisa.- Amanhã....

        - Amanhã o quê?

        - Amanhã é o funeral da minha mãe. - Henrique fez uma pausa, lembrando o corpo sem alma e sem vida da mãe. - E gostava que fosses comigo...

        Aurora apanhada de surpresa, petrificou e pensou durante curtos segundos mas a sua resposta foi um sim.

        - Obrigada. - agradeceu fazendo um sorriso entristecido.

        - Não tens que agradecer. - Aurora esboçou um sorriso reconfortante. - Vamos tomar o pequeno-almoço?

        - Sim.

        - Deixa-me só trocar de roupa, Aurora levantou-se da cama num pulo e dirigiu-se ao armário, de onde retirou um vestido preto, justo da cintura para cima e esvoaçante da cintura para baixo, assentando-lhe na perfeição, nos seus vans pretos e seguiu para a casa de banho. Passado dez minutos estava pronta e ambos seguiram para o bar, onde tomaram o pequeno-almoço, Aurora estava esfomeada. Já no bar, Henrique sentiu que a sua cabeça iria rebentar.

        - O que queres comer?

        - Não sei, trás qualquer coisa. - resmungou Henrique.

        Depois do pequeno-almoço, Aurora estendeu a mão esquerda a Henrique com uma aspirina no centro da mesma.

        - Toma! Vai-te fazer sentir melhor.

        Henrique agarrou na aspirina e engoliu-a sem água, fazia qualquer coisa para que aquela dor de cabeça passasse. De seguida, Aurora perguntou a Henrique o que este iria fazer.

        - Vou a casa, trocar de roupa e trazer o smoking, tomar um banho e deixar um bilhete ao meu pai que agora está no trabalho. Esqueci-me de te perguntar, posso ficar contgo mais uma noite? É que o meu pai não vai parar de fazer perguntas onde estive e a minha irmã a perguntar da minha mãe e eu não sei se sou forte o suficiente para lhe responder...

        - Claro, não tenhas problemas fica o tempo que quiseres.

        - Obrigado, Branca de Neve.

a cor da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora