Enquanto espero em profunda agonia até que ela retorne, rezando para que ela me diga que Alfonso está ocupado demais para vir até o hotel, a mãe de Christopher, Ruth, chega.
Como ela estava se recuperando de uma cirurgia plástica no rosto da época em que aconteceu a festa de noivado, nem eu, nem a minha mãe a conhecemos. Depois de me apresentar a Ruth, minha mãe retorna.
-"Poncho" esta a caminho-diz ela, com um sorriso. Droga. Ela começa a conversar com Ruth. Depois de admirar sua pele aveludada e impecável, minha mãe tenta fazer uma piada – Achei que Christopher tivesse dito que era a sua mãe que viria... não sua irmã".
Minha mãe abre um sorriso, Ruth ri com a piada, é, dessa maneira simples, as duas já se tornaram grandes amigas.
-Bem, como precisamos esperar por Alfonso - diz Saul, chamando a atenção de todos -, por que não fazemos um pequeno tour pelo hotel? Posso mostrar o Starlight Roof a vocês.
-Ora, matzal tov, então! –exclama a minha mãe, orgulhosamente. Embora ela tenha assassinado a palavra hebraica mazel, Dulce, Christopher e Ruth trocam sorrisos entre si, felizes por ela estar se esforçando.
Quando todos se enfileiram atrás de Saul para começar o passeio, minha mãe fica um pouco para trás, ao perceber que ninguém pode nos ouvir, ela se vira para mim.
-Anahí, rápido – diz ela, freneticamente abre os três botões da sua blusa, expondo o colo. Ela aponta para o seu colar. –Você acha que ele e grande demais?
Quando olho para o acessório, meus olhos se arregalam ao ver que, possivelmente, é o maior crucifixo de ouro incrustado com diamantes que eu vi na vida.
-Se você começar a cantar rap, até que ele e bem discreto – eu comento, tirando sarro. Ela da um tapa no meu braço.
-Fale serio comigo!
-Não, mãe... não e grande demais – eu digo , revirando os olhos. – é do tamanho certo.
Durante os próximos vinte minutos, por casa cortina de seda e mural com gravuras que passo, eu me preocupo com o dato de ver Alfonso frente a frente. Embora ele não saiba o motivo que me leva a não querer falar com ele, ainda me sinto constrangida por ele saber o que eu fiz.
Alem disso, é possível que as coisas que aconteceram envolvendo Michael e e- mails cabem acontecendo com Alfonso e o seu telefone. Mas sem a parte do romance, e claro.
Quando eu saí de Lily Pond, ele me ligou em casa duas ou três horas enquanto eu estava na estrada, para ter certeza de que eu chegaria a salvo. Ele disse a mesma coisa quando eu voltei dirigindo para Nova York. Nós conversamos muito pelo telefone, especialmente nas duas ultimas semanas, e eu tenho medo de que as coisas fiquem complicadas quando nos virmos, eu e Alfonso nos conhecermos, mas não nos conhecemos realmente.
Eu o considero um amigo, mas ele não e realmente um amigo.
Por sorte, observar minha mãe enquanto ela tenta causar uma boa impressão em Ruth ajuda a distrair a minha cabeça. Sempre que eu sinto meus joelhos fraquejarem, ela diz algo que me faz rir. Por exemplo, quando Saul nos diz que um imenso piso em mosaico no saguão foi feita por 148 mil peças, ela exclama: "Soy vay!" Depois, começa a descrever nosso avô para Ruth, dizendo que ele um homem cheio de "shitspah".
A única palavra que ela consegue pronunciar da maneira correta, quando eu pergunto, em tom de piada, por que ela não está mais falando em togalog, é "chatonilda", dita em voz baixa.
O Starlight Roof fica no décimo oitavo andar, em uma parte separada e exclusiva do hotel, composta por suítes e apartamentos chamadas de Torres Waldorf.
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Qual seu número?
FanficNova York, início da Primavera. Anahí Portilla lia seu jornal favorito quando fica horrorizada ao ler, que as mulheres têm em média 10,5 parceiros sexuais ao longo da vida. Acreditando que o número é baixo demais, ela puxa da memória todos os homens...