Catástrofe 4

1.4K 305 122
                                    

Não esqueçam do votinho, amores 💜💜


Estou dentro do ônibus, contando mentalmente quantas paradas ainda faltam para que eu desça, e graças ao Universo não são mais do que três.

Estou cansado, parcialmente suado, porque tomei banho no ginásio mas tive que correr para pegar meu ônibus, com fome e sono... Em outras palavras, estou destruído. O treino foi puxado, alguns novatos foram assistir, talvez tivessem pouco menos de seis, mas em algumas semanas deve aumentar o número, já que este ano entraram muitas pessoas novas.

Mas nenhuma dessas coisas é o que realmente prende minha atenção. Tudo o que meu cérebro insiste em ficar lembrando e lembrando, como num looping infinito, é do olhar de Jeon Jungkook preso em mim, acusador, como se soubesse tudo o que estou tentando encobrir. Como se soubesse todas as minhas inseguranças, falhas e mentiras apenas ao me encarar daquela forma estranha. Durante o treino não conversamos, eu nunca converso, apenas com Hoseok e Namjoon hyung, porque eles costumam me dar dicas de como fazer uma manchete melhor. Entretanto, sentia o olhar do outro jogador do time pesado sobre mim em alguns momentos, e aquilo já estava começando a me incomodar.

Não gosto muito dessa coisa de ser o centro das atenções de alguém, entendem? Parece que vou ter de tomar litros e mais litros de água por conta das secadas exageradas que recebo dos alunos ao meu redor, e é chato demais. Eu dou tudo de mim para que tudo aquilo fique no passado, mas como fazer isso se parece que, quanto mais invisível eu tento ser, mais as pessoas me notam?!

Minha parada se aproxima cada vez mais, então não demoro em me levantar com minha mochila pendurada em um dos ombros. O caminho até minha casa é até que rápido, porém não sei dizer se o considero assim por estar com a cabeça em vários pensamentos aleatórios ou por meus passos estarem apressados. Viro minha mochila para frente, abrindo o bolso e tirando meu chaveiro com uma lanterna de gatinho assim que paro na porta de madeira. O quê?! Gosto de gatos.

- Jimin? - Estranho ao fechar a porta e escutar a voz de meu pai ao longe.

O que ele faz aqui? Está tão cedo.

- Pai? - Chamo-o com certa dúvida, deixando meus sapatos na entrada e minha mochila em cima do sofá. Não o encontro no andar de baixo, e a primeira coisa que penso é que pode ser algum demônio imitando a voz do meu pai para me atrair e depois me possuir por inteiro... Ou, quem sabe, ele apenas está no outro andar...

A segunda opção parece a mais coerente e segura.

- Ah, oi. - Escuto-o dizer quando estou subindo as escadas. Levanto meu olhar, vendo-o com seu fardamento de sempre. - Como foi na escola?

- Os primeiros dias sempre são iguais, pai. - Respondo, ainda perdido pelo fato dele estar em casa neste horário. - O que faz aqui tão cedo?

Meu pai desce os degraus, chegando próximo de mim e contornando o braço por meus ombros, me puxando logo depois para que eu desça com ele. Vamos até a cozinha e ele aponta para a cadeira, me mandando sentar ali, e fazendo o mesmo com uma outra próxima de si. Não preciso ter o QI do Namjoon para saber que meu pai tem algo a conversar, mas a ideia de não saber o assunto de sua repentina conversa me assusta um pouco.

- Fui até sua psicóloga hoje, Jimin. - Ele começa, com tom calmo, mas sem me olhar. - Combinamos que eu não me intrometeria se não quisesse, desde que você fizesse sua parte e cumprisse seus cronogramas. - Ele finalmente me olha, sem o sorriso que carregava há poucos minutos. - E quando chego para fazer o pagamento do mês... Descubro que o paciente Park Jimin não apareceu no mês de férias e sou questionado sobre alguma viagem de última hora em família. Jimin, por que você não foi para suas consultas?

Meu Ensino Médio "Nada" Clichê [EM PAUSA]Onde histórias criam vida. Descubra agora