– Certo, senhor Pendleton, muito obrigada mesmo! – Poliana desliga o telefone feliz da vida com a permissão de seu pai em deixá-la dormir na casa de dona Glória. Poliana então sobe as escadas correndo até o quarto de Filipa com aquela animação sem igual: um largo sorriso estampado no rosto e agitação das pernas, mesmo quando parada.
– Filiipa – fala Poliana abrindo a porta – hoje eu vou poder dormir aqui!
– Ai de ti se não dormisse! – diz Filipa de modo ríspido, mas feliz – o que acha da gente fazer pipoca... ou brigadeiro?
– Ou os dois – conclui Poliana.
As meninas então descem para a cozinha. Embora a empregada de Glória esteja por perto e vez que outra passe na cozinha para ver se as meninas não tão colocando fogo na casa, de modo geral estão apenas as duas lá cozinhando. Filipa começa a preparar o brigadeiro de colher enquanto Poliana prepara uma panela para fazer pipoca.
Quando termina o brigadeiro, Filipa chega em Poliana por trás e suja seu nariz com um pouco do chocolate
– Filiiipa! – exclama Poliana surpreendida. Nisso Filipa passa chocolate nas bochechas de Poliana, dá uma risada e se afasta. Poliana então pega algumas pipocas e joga na Filipa, reagindo a provocação.
– Poliana – fala Filipa de forma a repreender a amiga – não desperdiça comida!
– É verdade, ai desculpa – Poliana se põe a juntar as pipocas do chão – Mas você também desperdiçou passando chocolate no meu rosto – revida Poliana.
– Eu não – diz Filipa deixando escapar um sorriso malicioso. Filipa então puxa Poliana pelas mãos e a levanta. Poliana sente a maldade no olhar de Filipa e dá um passo para trás, batendo com as costas na geladeira. Filipa então aproxima seu rosto de Poliana e lambe o chocolate das bochechas e do narizinho dela – Ficou gostoso, quer provar? – Filipa então inicia um beijo em Poliana. Elas se perdem no calor uma da outra e esquecem de tudo a sua volta.
– Meninas, a pipoca está queimando! – o grito da empregada chegando na cozinha assusta as meninas e Filipa dá um salto para trás como um gato assustado. Poliana também se afasta para trás, mas dá com a cabeça na geladeira e dispara um "au".
– Você está doida!! – Filipa começa a repreender a empregada – não chega gritando assim, isso aqui não é barraco! – ironicamente, Filipa falava aos gritos também.
– Desculpa menina, mas o cheiro de queimado chegou até a sala – responde a empregada de cabeça baixa.
Filipa e Poliana ficam suando frio de nervosas, com medo de que a empregada tenha visto alguma coisa. Filipa então resolve dar um aviso ameaçador: – não conte nada do que aconteceu aqui para minha vó, entendeu? Foi só um descuido da nossa parte. Se falar qualquer coisa, você vai pro olho da rua – Filipa então fixa o olhar nos olhos da empregada e diz: – entendeu bem? – Poliana olhava assustada. Seu romance com Filipa às vezes a fazia esquecer o quão cruel e fria poderia ser o amor da sua vida.
▪▪▪
As meninas então levam a pipoca, o brigadeiro e refri para o quarto de Filipa e começam a arrumar as camas.
– que tal se a gente ver um filme – diz Filipa já ligando a TV e abrindo o catálogo da Netflix – você gosta de terror?
– Ai, eu odeio filme de terror – responde Poliana se encolhendo.
– Lamento, mas eu quero ver terror – diz Filipa já selecionando um filme.
– Filipa, mas eu tenho medo – reclama Poliana.
– Não se preocupa, vem, pode deitar aqui na minha cama comigo. E não seja besta também, não é porque estamos vendo um filme de terror que vai aparecer um fantasma aqui para puxar seu pé a noite – diz Filipa tentando instigar medo na colega. Poliana então cai no jogo de Filipa e pula rapidamente para a cama da colega, se enfiando debaixo da cobertas antes mesmo de Filipa deitar.
Enquanto elas assistem o filme e comem, Poliana vai ficando cada vez mais com medo, se cobrindo quase toda com a coberta, além de fechar os olhos sempre que as cenas assustadoras começam. Até que em certo ponto do filme, ela pega no sono e deixa Filipa assistindo o filme sozinha. Quando Filipa nota que Poliana dormiu, ela fica furiosa.
– Poli... Poli – diz Filipa baixinho tentando acordá-la – POLIANA – grita, por fim, para acordar a menina.
– O que foi? – diz Poliana com cara de sono – já é de manhã? – fala enquanto esfrega os olhos tentando enxergar algo
– Não. Você me deixou aqui vendo o filme sozinha – diz Filipa com cara de emburrada.
– Ai, desculpa, é que eu fechei os olhos pra não ver o filme, só que essa sua cama é tão quentinha e confortável que eu peguei no sono, mas não foi por mal – Poliana termina de se explicar e se ajeita para dar um abraço em Filipa, como pedido de desculpas.
– Você me faz tão bem – fala Filipa mudando completamente seu tom e sua expressão – É isso que é felicidade então, né? Se sentir amada e preciosa – Filipa começa a desabafar enquanto Poliana a olha bastante surpresa – Eu sempre tento ser a melhor em tudo: tenho ótimas notas, milhares de seguidores, meu pai deixa eu gastar tudo o que eu quero no cartão de crédito, mas nenhuma dessas coisas, nenhuminha, faz eu me sentir assim tão bem. Na verdade, quanto mais coisas eu conquisto e compro, mais ansiosa eu fico para ter mais e no fim nunca estou satisfeita. Agora estar com você é diferente. É como se tudo estivesse perfeito e a única coisa que eu quero é que isso dure para sempre – Filipa falava essas coisas com o olhar desviado, nunca em sua vida havia se sentido tão a vontade para falar com alguém. De repente ela volta seu olhar para Poliana – Acho que isso é estar apaixonada – Filipa termina a frase e fixa os olhos em Poliana, como se esperasse que ela fizesse uma declaração também.
– Filipa – inicia Poliana – fico muito feliz que você esteja se sentindo assim. Eu estou com tanta vergonha que a única coisa que eu consigo dizer agora é eu te amo – Poliana então acaricia o rosto de Filipa.
As duas então iniciam um beijo ao mesmo tempo, pela primeira vez, e selam seu amor com estas declarações. Um pouco depois elas pegam no sono e dormem abraçadas.
Uma hora depois Glória nota a luz da TV no quarto das meninas e vai até lá. Vê Poliana e Filipa dormindo abraçadas e pensa que finalmente alguém irá mudar o temperamento hostil de sua neta. Ela então ajeita a coberta das duas, desliga a TV e se retira.
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No dia seguinte, Poliana e Filipa foram juntas para a escola, levadas pelo motorista de Glória. Filipa então pediu para o motorista parar o carro uma quadra antes para ela descerem. Ele obedeceu e assim que elas desceram, Poliana falou – no fim, você ainda tem vergonha de mim, não é? Não quer que te vejam chegando no colégio comigo.
Era verdade, Filipa pediu para ele parar antes para que elas não chegassem juntas. Porém, Filipa percebeu que já não conseguia ser cruel com Poliana, não conseguia a ver com esse olhar triste e agir de forma indiferente.
– você não está enganada – inicia Filipa – mas eu quis descer antes para tomar coragem de fazer isso – Filipa então pega na mão de Poliana e entrelaça seus dedos nos dela – vamos para o colégio assim?
Poliana não consegue conter o sorriso no rosto e apenas olha com admiração para Filipa. As duas então seguem em direção a escola de mãos dadas e rosto corado.
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O Primeiro Amor de Poliana #Polipa - As Aventuras de Poliana
RomancePoliana está crescendo e descobrindo novos sentimentos. E é a pessoa mais inusitada que irá despertar nela uma emoção nunca antes sentida. Esta história é uma fanfic da novela as Aventuras de Poliana. Capa feita pela @Piczaai Comecei a fic antes do...