Capítulo 6 - Amor Artificial

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Cesar Pendleton, conhecido como senhor Pendleton, é o pai de Poliana. Mas antes dela, ele teve uma outra filha, Stella. Esta, porém, morreu ainda bebê, a morte da filha acabou separando Pendleton de Alice, que só foram se reencontrar anos depois quando tiveram Poliana. Porém, neste isolamento, Pendleton dedicou-se cada vez mais à ciência e fora capaz de criar uma robô com uma aparência perfeitamente humana, criando-a na forma de uma adolescente. Esta é Ester, uma androide feita para substituir sua falecida filha. Ester parece tanto uma pessoa que ninguém mais sabe que ela é uma androide, na verdade nem ela mesma sabe disso. A questão é que mesmo que Pendleton tenha sido capaz de criar um corpo perfeito para Ester, seus sentimentos e comportamentos eram muito artificiais, para aprimorar isso, Pendleton fez com que a garota-robô fosse estudar e interagir com outros adolescentes, aprendendo sobre comportamento e emoções. Ester já havia aprendido sobre diversas emoções e agia cada vez mais como uma menina normal, porém algo que ela ainda não havia sentido era o amor romântico.

Ester, nesta tarde, havia ouvido Poliana contar a Raquel sobre seu romance com Filipa. A garota ficou pensando muito sobre aquilo, já havia notado e compreendido diversos relacionamentos a sua volta, em especial entre adultos. Mas o amor entre duas meninas ainda era algo novo para a androide.

Já era noite e Ester e Poliana estavam no quarto se preparando para dormir, Poliana estava triste e Ester a olhava com muita atenção, como se estivesse assistindo a um filme. Ester então vai até a cama de Poliana e diz de forma direta e fria – Eu ouvi você conversar com Raquel. Por que você está apaixonada por uma menina?

A pergunta deixou Poliana em choque, primeiramente por Ester saber de tudo e segundo por ter que encarar uma pergunta tão direta – Quê? Ester, você não pode ouvir a conversa dos outros assim! – Poliana tenta desviar o assunto.

De qualquer modo eu já sei de tudo, me explicar não vai fazer nenhuma diferença agora – responde Ester de forma lógica e formal.

Bom, o que acontece é o seguinte – começou Poliana, que mesmo desconfortável, ainda tinha uma natureza tagarela – eu descobri há pouco tempo este sentimento. Eu sempre quis ser amiga de todo mundo e a Filipa sempre foi um desafio, mas eu nunca imaginei estar gostando dela dessa forma – Poliana não conseguia segurar o sorriso no rosto ao falar de Filipa – sempre que eu tô perto dela, sinto um amor dentro de mim, uma felicidade incontrolável e isso nasceu em mim quando ela me beijou pela primeira vez.

Ester ouvia cada palavra e ia processando aquela informação. "Um sentimento que nasce com um beijo", pensou ela. Parecia algo fantástico e diferente de tudo o que já havia visto. Ester então coloca suas mãos sobre as mãos de Poliana e as segura na cama. Ela então aproxima o seu rosto de Poliana que tenta ir para trás, mas está presa por Ester. – eu quero aprender sobre este sentimento, quero aprender a amar – diz Ester olhando fixamente nos olhos de Poliana, que tenta reagir com alguma resposta, mas antes disso, Ester lhe beija. Os lábios se encostam e ficam assim por um breve momento, até que Poliana escapa de Ester.

Ester! – grita Poliana. – você não pode. Não pode roubar um beijo de alguém assim. – Poliana então levanta da cama e se afasta.

É sempre assim – Ester altera sua voz falando em tom de raiva – Todos sempre me negam amor, o Tio Pendleton nunca me abraça, como ele abraça você. E agora você prefere amar a Filipa que era sua inimiga e não me deixa nem conhecer este sentimento.

Mas Ester... – Poliana tenta responder, mas é interrompida

Chega. Boa noite Poliana – Ester vai para a cama e deita de imediato, fingindo que não está ouvindo Poliana.

O Primeiro Amor de Poliana #Polipa - As Aventuras de PolianaOnde histórias criam vida. Descubra agora