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Minha vida nunca foi fácil, então sempre estranhei quando as coisas davam certo.

Primeiramente sair da casa da minha mãe assim que ela se casou novamente com um cara mais novo que só andava dando emcima de mim.

Não contei pra minha mãe, apenas informei que iria morar no centro da cidade, na casa que me pai havia deixado pra mim.

Ela não deu muita importância, oque pra mim não faz diferença.

Depois que meu pai faleceu em um acidente de carro quando eu tinha dez anos, minha mãe mudou completamente, eu aprendi a me virar sozinha, a fazer tudo por mim mesma, então a opinião dela não conta muito em minha vida, ou seja, não faz diferença.

Terminei meus estudos e me matriculei em cursos oferecidos pelo governo, fiz administração, depois paguei pra fazer um técnico em logística.

Tudo estava se encaminhando, o dinheiro que eu ganhava no trabalho dava pra me manter e ainda guardar um pouquinho.
Trabalhava como assistente em uma loja de roupas, e ganhava um dinheirinho bom.

O ano virou e eu me encontrava dentro da minha casa com um copo de cerveja e vestida em um longo vestido branco.
Estava feliz comigo mesma, então só agradeci a Deus por todas as conquistas.

Virei a noite bebendo sozinha, curtindo um som maneiro, e sorrindo pro vento.

_

O ano começou de verdade e eu já estava de volta a rotina de sempre, trabalho, curso, casa.

O fim de semana chegou, sair do trabalho as quatro horas da tarde, parei no ponto de ônibus e comprei uma cerveja em lata na mão do vendedor ambulante.
Abrir a mesma e virei na boca, geladinha do jeito que eu gosto.

O ônibus chegou e logo me apressei em entrar, paguei minha passagem e sentei em um lugar vago, coloquei meus fones de ouvido e comecei a pensar na vida.

Depois de quase uma hora cheguei ao meu destino, desci do ônibus e estava caminhando distraída quando me bato com alguém e caiu sentada no chão.

- Que caralho! Tá cego fdp?!_ Falei me levantando.

Xxx:Oh calma! Não foi de propósito, desculpa.

- Desculpa uma ova!

Estava me limpando de cabeça baixa, até que decidir olhar pra cara do infeliz.

Xxx:Você se machucou?

- Graças a Deus não.

Ele ficou me encarando, coisa que eu odeio, mas ele eu deixei.

Xxx:Posso me redimir de alguma forma? Que tal um café? Uma cerveja, qualquer coisa.

- Não sei nem o seu nome, não sei de onde você saiu, ainda por cima me derrubou. Por que eu aceitaria algo com você? _Arquiei minhas sobrancelhas.

Xxx:Não seja por isso, meu nome é Murilo. E você é?

- Me chamo Alice.

Murilo: Então Alice, você topa?

- É né, vamos. Tem um boteco logo ali na esquina.

Se eu tivesse rejeitado esse pedido, talvez hoje eu não estaria tão arrependida.

Logo depois disso, veio a troca de número, as conversas no Whatsapp, os encontros, o sexo maravilhoso. Um mês depois veio o pedido de namoro, e eu já me encontrava perdidamente apaixonada.

Completei dezanove  anos e o Murilo fez uma festinha pra nós dois, bolo, docinhos e cerveja.
Felicidade não cabia em mim, o Murilo me ajudava em tudo, com certeza ele era o sonho de qualquer garota.

O tempo foi passando, e estávamos cada dia mais feliz, ele praticamente morava na minha casa.

Mais pra frente, eu comecei a cobrar as coisas dele, eu queria conhecer a família dele, mãe, amigos de trabalho.

Mas ele sempre dizia:

Maurilo:Minha mãe tá na Itália, eu quase não tenho amigos.

E eu uma besta, me continha.

_

O tempo estava passando rapidamente, já tinha quase um ano com o Murilo.
Daí os espinhos da rosa começaram aparecer, as brigas estavam sendo constante. O Murilo andava muito estranho e passou a dormir fora, eu estava quase surtando, tudo estava muito complicado, e não tinha ninguém pra me ajudar.

Em uma tarde chuvosa, sair do trabalho não estava me sentindo bem, então a gerente  da loja me mandou ir pra casa descansar.

Cheguei em casa, deixei as chaves emcima da bancada da sala e fui pro banheiro, tirei minha roupa e tomei um banho frio, estava com uma dor de cabeça insuportável e uma tontura chata.

Liguei pro Murilo, e deixei algumas mensagens no wpp.

Deitei na cama, estava sentindo uma dor insuportável na barriga, um enjoo que não passava.
Tomei um remédio pra dor, e tentei dormir.

-

Os dias foi passando e o mal estar melhorou, mas a ausência repentina do Murilo estava me matando, não atendia celular, não me mandava mensagem e eu não tinha a quem recorrer.

Continuei meu trabalho normalmente, tentando o máximo me controlar pra não surtar, ele tinha se tornado essencial na minha vida e estava sendo muito difícil aceitar essa distância toda, mil coisas já havia se passado na minha mente, acidente, assalto tudo de ruim.

Mal sabia eu oque realmente tinha acontecido.

-

Um mês após o sumiço do Murilo eu resolvi marcar uma consulta médica, não aguentava mais esses enjoos.

Foi quando descobrir que estava grávida de um cara que só quis me usar, um cara que sumiu do nada sem da a mínima pra mim.

Ódio era oque eu sentia pelo Murilo, naquele momento acho que nunca amei ele só conseguia sentir raiva.

Chorei durante três dias seguidos, não tinha ninguém pra dividir minhas dúvidas, ninguém pra dividir minha angústia e meu sofrimento.

No quarto dia eu resolvi levantar, acordar pra vida e seguir enfrente.

Dentro do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora