Cp 25

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- GREGO.

Quando ouvir a voz da mina de desespero percebi que ela não estava zuando.
O Bola e o Binho foram pra uma missão um pouco longe, a Bia foi pra casa de uma amiga, depois de tanto apertar minha mente acabei liberando a saída dela.

Não tinha outra opção a não ser levar ela até um hospital, até por que não se tratava dela e sim da guria.
Fui pra casa de moto, subir as escadas no pique, peguei um blusão e uma calça moletom, joguei o chapéu na cabeça e peguei a chave do meu carro.

Vi ela de longe com uma cara totalmente diferente do que ela é normalmente, debochada.
Abrir a porta e ela se assustou ao me vê, tô com cara de fantasma só pode.

Sair em alta do morro, olhei pra guria e ela estava muito quieta pro normal dela. Depois de uns quarenta minutos estacionei no hospital, que no caso é da minha família e o diretor é meu padrinho irmão do meu pai.

Sair andando, não sei porquê mas está do lado dessa mina me deixa nervoso na real ela me irrita pra caralho.

Alice:Grego, esse hospital é particular?

Pra piorar ela fala pra caralho, não sabe ficar de bico fechado um minuto.
Nem respondi, e por um milagre ela ficou calada.

Passamos pela recepção e nem me dei o trabalho de esperar fazer esse caralho de ficha, mandei avisar o coroa que eu já havia chegado.

Ele é o único da família que mantenho contato, o único que confio e mesmo não apoiando a vida que eu levo não virou as costas pra mim.
Quando meus pais foram embora, minha família queria tirar o dinheiro de mim, mas ele não deixou, estudei até o último ano, entrei até em uma faculdade onde conheci uns caras que era envolvido.

Comecei a fumar maconha, a fazer coisa errada até conhecer o morro, trabalhei um tempo como vapor, e fui subindo, até o dono do morro bater as botas e eu tomar o morro pra mim.

Depois de uma conversa mole eu levei a mina pra quarto, na verdade esse quarto é meu e da Alice, o quarto maia discreto e tá sempre disponível pra gente ou algum chegado nosso.

Quando entramos no quarto dei de cara com aquela fudida, a Alice entrou e trocou umas ideias com a outra enfermeira, enquanto a Júlia me encarava.

Vontade de socar a cara dela, essa baixa sumiu no mundo, fiquei mó cota atrás dela, quando ela descobriu que eu era traficante ela não quis mais saber de mim.

A Alice olhou pra gente por um tempo, mas logo voltou atenção pra guria.
Quando a Júlia e a outra enfermeira saiu da sala eu fiquei sentado pensando e querendo uma resposta pro vacilo dela, já que ela dizia me amar.
Coloquei o chapéu na cabeça e levantei, fui até a porta.

Alice:Vai pra onde?

- Não lhe interessa._Sair e bati a porta.

Andei pelos corredores atrás dela e não achei, até que vir ela sair de um banheiro com cara de choro.

- Tá chorando porque sua vadia?

Ela me olhou assustada.

Peguei ela pelo braço e joguei dentro do banheiro.

Júlia:Tá me machucando.

- Tá fazendo oque aqui?

Júlia:Trabalhando?

- No hospital da minha família? Aqui tu não vai ficar.

Júlia:Estou aqui porque fiz por merecer, você não tem nada vê com isso.

- Tu fala direito comigo, tá achando que você é quem?

Júlia:E você tá achando que você é o todo poderoso só por que é traficante?

Dentro do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora