19.

4.3K 430 101
                                    

Sina.

Tento me levantar quando suas mãos violentas me puxam e me empurram contra a parede. Sinto lágrimas começarem a rolar em meu rosto quando sua mão se fecha em meu pescoço.

— A princesinha ainda está viva? Não acredito! — Mesmo com medo, consigo olhar dentro de seus olhos. Ele estava drogado. — Acho que já está na hora de você me pagar por tudo que seus pais fizeram, não acha? — Sua mão aperta mais ainda o meu pescoço e eu sinto o ar faltar.

— Me... Larga... Eu... Eu não posso pagar... Por tudo que os meus pais fizeram. — Tento falar em sussurros em meio à falta de ar em meus pulmões.

— Eu deveria ter estourado sua cabeça de bala naquele dia, não acha? Hoje você estaria no inferno com aqueles dois desgraçados. — Suas mãos folgam em meu pescoço e eu puxo todo o ar possível para encher meus pulmões e meu cérebro. Mas, segundos depois, o ar me falta novamente ao sentir suas mãos entrarem em minha calça. Tento me soltar mas sua mão livre segura meus ombros.

— Você é podre! Você ainda vai queimar no inferno! — Cuspo em sua cara e sua mão entra em minha calcinha. — Eu quero que você morra! Seu desgraçado! Você vai pagar pelo que fez com os meus pais!

— Ah, agora a princesinha lembra dos pais drogados que tinha? Sente saudades de apanhar? De ver sua mãe desmaiada no chão? De ver seu irmão queimado? Aliás, seu irmão é o próximo! Mas no momento o meu foco é você!

Eu já chorava como um bebê enquanto seus dedos ameaçavam entrar em mim e sua outra mão voltava a apertar o meu pescoço. Fecho os olhos apenas esperando o pior quando ouço um barulho e logo depois Adão caindo no chão.

Tento me afastar quando sinto os braços de Christian me segurarem.

— Meu Deus, Sina. Você está bem? — Ele me olhava assustado enquanto eu só conseguia chorar.

Meu irmão me pega no colo e me leva até o carro da polícia, que havia chegado no local. Só depois vejo que Christian havia jogado uma pedra nele. Permito uma risada escapar naquele momento terrível.

Adão é levado pela ambulância e vou até a delegacia com o meu irmão prestar B.O. Tento falar alguma coisa conexa mas meu choro não permitia. Eu não havia falado nada ainda. Ainda assimilava tudo o que tinha acontecido.

Eu estava passando por aquilo outra vez. Outra vez ele havia me feito sofrer. Outra vez eu estava pagando pelos erros dos meus pais.

Quando cheguei em casa, Christian ligou para Heyoon e rapidamente ela apareceu para cuidar de mim. Minha amiga me ajudou a tomar banho e deitou comigo na cama.

— Você já está melhor, meu amor? — Ela pergunta acariciando meus cabelos.

— Mais ou menos. Eu nem acredito que ele voltou. — Falei baixo. — Esse homem causou um inferno na minha vida, ele matou os meus pais. Ele vai fazer tudo de novo, Heyoon! Ele vai me matar e vai matar o meu irmão! —
Gritei e comecei a chorar novamente. Meu irmão veio correndo até o quarto trazendo um calmante e um copo de água para mim. Com dificuldade, consigo engolir e minutos depois, ainda soluçando, consigo dormir.

GREY ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora