83.

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Sina.

— Juízo. — Senti seus lábios depositarem um beijo casto em minha testa e eu desci do veículo, sentindo o vento chicotear em meu rosto.

Caminhei ouvindo meu salto bater no asfalto, meu coração estava quase pulando do peito. Tinha medo de estar sozinha nesse tipo de situação, mas foi mais forte do que eu. Tinha o sangue de uma Grey, sabia que não iria desistir tão fácil assim.

A rua era escura e com casas de alto padrão, mais a cara dele impossível. Quando cheguei em frente à casa dele, lembrei-me de que ele não iria me receber, já que estava me evitando.

Tentei arquitetar algum argumento extraordinário para convencê-lo a me deixar entrar quando o portão se abriu sozinho. Meu coração quase saltou para fora com o susto, e só não caí no chão porque estava encostada no muro.

Quando me aproximei do hall de entrada, as luzes se acenderam sozinhas e eu me perguntei se era o sensor ou apenas coincidência. Dei duas batidinhas na porta e arrumei meus cabelos, que tinham bagunçado com o vento que eu levei para chegar até aqui.

Engoli em seco quando a porta se abriu. Noah vestia um conjunto de moletom preto e seus cabelos estavam molhados, entregando que ele havia saído do banho. Diferente de mim, que estava sem um banho desde de manhã e certamente fedendo por ter caminhado por quase quinze minutos até chegar em sua casa.

— Oi. — Falei envergonhada, com a consciência finalmente batendo na minha cara.

— O que porra você está fazendo aqui? — Ele me olhou dos pés a cabeça e eu senti meu corpo esquentar. Incrível como aquele homem surtia efeito em mim sem precisar fazer nada.

— Eu estou farta disso, Noah, de te ver fugindo de mim. Eu acho que mereço explicações. — O empurrei para dentro da casa e ele caminhou até o sofá, sentando-se e jogando a cabeça para trás até tocar o encosto.

— Explicações de que, Sina? Não tenho nada para te explicar. — Olhei incrédula para ele. — Te vi pelas câmeras.

— Imaginei. — Caminhei até o bar de sua casa e peguei o litro de uísque, colocando um pouco no copo e virando na boca em seguida. Um pouco de álcool no sangue seria necessário naquele momento. — Pare de se fazer de idiota e não fuja de mim.

— Eu não estou fugindo. — Ele respondeu nervoso.

— Não? — Ri e o empurrei de volta no sofá, apoiando um pé em sua perna para prendê-lo. O modo como eu estava fez com que a minha saia subisse, vi seu olhar direcionar até o meu centro e engoli em seco outra vez. Não era momento para isso. — Não fui em quem fugi de todas as reuniões da empresa mandando alguém no meu lugar.

— Eu estive ocupado. — Ele tentou se justificar, mas acabou ficando ainda mais nervoso.

— Odeio quando você mente. — Empurrei meu joelho no meio de suas pernas, obrigando-as a se afastarem. Me curvei sobre seu corpo e seu olhar varreu todo o meu corpo outra vez. — Olhe nos meus olhos, Noah. — Exigi e ele obedeceu. — Diga que eu estive errada esse tempo todo. — Sua boca se abriu, mas ele não conseguiu pronunciar uma palavra sequer. — Eu sabia.

— É melhor você ir embora. — Ele soprou em meu rosto e meu corpo reagiu de um jeito que não deveria.

— Eu vou — Segurei em sua mandíbula e o puxei para mais perto de mim, fazendo nossos lábios quase se tocarem. —, mas só quando você me falar o que está acontecendo.

Ele fechou os olhos e soltou o ar pesadamente, como se estivesse ponderando sobre contar a verdade ou não.

Suas mãos agarraram meu cotovelo e ele levantou-se, me arrastando junto dele até a parede fria, me empurrando contra a mesma.

Podia sentir a rajada de ar quente que saía de seu nariz escovar o meu rosto. Seu rosto, que estava tão próximo do meu...

Poerdi completamente o controle da situação e o beijei. Noah gemeu em minha boca com o meu ato repentino e o seu som vibrou em todo o meu corpo. Nossas mãos eram urgentes e tocavam toda a parte possível do corpo do outro. Sentimos falta disso, sentimos falta de estarmos juntos.

— Por favor, uma última vez... — Levei minhas mãos até o cós de sua calça e enfiei a direita lá dentro, me assustando ao sentir o pau de Noah em minha mão. Ele estava sem cueca.

Ele puxou minha saia para cima e seus dedos agarraram o elástico da minha calcinha, puxando até a mesma se rasgar. O ato me fez gritar e querer ainda mais senti-lo dentro de mim. Empurrei sua calça para fora e seu membro saltou para fora, tocando minha coxa descoberta.

Noah segurou em meu tornozelo e me fez passar a perna esquerda em sua cintura. Ele segurou na base de seu membro e o esfregou em minha entrada.

Não teria problema transar sem camisinha uma única vez, ela era só um dos três métodos contraceptivos que eu usava.

— Uma última vez. — Ele sussurrou antes de deslizar para dentro de mim.

Gritamos juntos no mesmo momento. Parecia que fazia uma eternidade que não estávamos assim. A sensação de tê-lo dentro de mim era inexplicável.

Puxei seu rosto para perto do meu e nossas testas se encontraram. No momento em que ele passou a se movimentar dentro de mim, senti meus olhos arderem e algumas lágrimas começarem a cair.

— Sina... — Ouvi Noah gemer meu nome em um soluço e ele passou a chorar também.

O que porra era isso?

— Por favor... — Não consegui terminar de falar.

Tentamos selar nossos lábios em um beijo, mas foi impossível beijar entre gemidos e soluços.

Seus movimentos eram delicados, mas precisos. Abri os olhos e o vi me olhar atentamente. Nossos olhares se encontraram e algo atingiu o meu corpo. Algo me sufocava, me maltratava.

Sua mão livre agarrou minha nuca e dessa vez ele não puxou os cabelos da região, pelo contrário, começou a fazer um carinho. Não era o sexo que Sina e Noah estavam acostumados a fazer, tinha algo de diferente ali.

Eu senti que ali estávamos fazendo amor. Amor de paixão, de saudades, de sentimentos. De despedida.

Senti meu corpo tremer e as lágrimas desceram com maior velocidade pelo meu rosto. Nenhum dos dois saberia explicar o que estava acontecendo ali, só precisávamos do outro.

— Uma última vez... — Noah sussurrou outra vez e mordeu o meu lábio inferior. Atingimos o orgasmo juntos com um soluço que rasgou nossas almas.

O sexo já havia acabado há alguns minutos, pois nenhum dos dois queria sair dali, pois sabíamos o que viria em seguida.

GREY ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora