23.

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Sina.

Não sei, quando cheguei já estavam aqui. Mas, pela sua carinha feliz, foi o Noah, não foi? — Shivani disse e sorriu de canto para mim. Caí na risada pela primeira vez em dias e ela deduziu qual seria a minha resposta. — Que bom te ver sorrir, amiga! Eu quero ver você assim, feliz. Me dói na alma saber que aquele que não deve ser citado tirou esse sorriso tão lindo do seu rosto. — Algumas lágrimas teimosas tentam cair dos meus olhos mas eu balanço a cabeça espantando toda a negatividade de perto de mim.

— Eu tenho que seguir em frente, não é? Não posso deixar isso me fazer perder a vontade de viver. Noah me chamou para sair hoje depois do trabalho. Não sair para beber ou algo assim, me chamou para ir na praia, e eu vou aceitar. Poderia ter sido qualquer outra pessoa que eu iria aceitar, preciso ocupar a mente com outras coisas.

— E se ele te beijar? O que você vai fazer?

— Mas é óbvio que nós não vamos nos beijar, Shivani! Foi só aquela vez. E se acontecer... Bom, eu beijo de volta! Só não vou deixar a boca parada, certo? — Sorrio novamente e ela ri junto de mim. — Agora vamos ao trabalho!

Shivani foi um amor comigo e tentou o tempo todo me animar. Pediu uma pizza para o nosso almoço e de sobremesa alguns docinhos. Colocou música para tocar em todo o ambiente e conversou comigo o tempo todo.

Acabei me deixando levar pelo momento e trabalhei mais do que deveria, e quando vi a hora já eram 17:07h. Saltei da cadeira e pedi à ela que desligasse as coisas para mim. Corri para o elevador e apertei o botão do térreo. Rezei para que ele ainda estivesse lá me esperando. Chegando no estacionamento, não vi sinal algum de Noah. Suspirei decepcionada. Burra.

Sentei-me no banquinho que havia ali e quando estava procurando o contato do meu irmão no celular escutei barulhos de sapatos batendo no chão. Levantei a cabeça assustada e vi Noah vindo em minha direção com o blazer do paletó pendurado em seu braço.

— Oi... — Respondi sem jeito. Ele veio até mim e beijou o topo da minha cabeça.

— Oi, Sina. Como você está?

— Estou tentando melhorar, mas sei que isso irá acontecer aos poucos.

— Que bom, que bom. Perdão pela demora, acabei me deixando levar pelo trabalho, perdi a noção da hora.

— Sem problemas, cheguei agora também. Aliás, eu amei as flores! Como sabia que eu gostava delas? — Indaguei e ele engoliu em seco.

— Ah... Eu deduzi. Todo mundo gosta daquelas flores, então imaginei que você gostasse também. — Respondeu sem jeito.

— Olha, se você tiver feito isso por pena de mim...

— Não! Eu não gosto de sentir pena das pessoas, apenas quero animá-las. — Puxou a chave do carro e apertou o botão, fazendo o mesmo alarmar perto de nós. — Vamos?

— Por favor. — Me levantei e o acompanhei. Entrei no veículo e me ajeitei no banco, passando o cinto de segurança. Ele sorriu para mim e deu partida. — Alguma opção de música?

— Qualquer coisa que seja animada, por favor, não aguento mais tristeza. — Respondi, encostei a cabeça no banco do carro e fechei os olhos, aproveitando a brisa que batia meu rosto. Vi ele mexer no celular e colocar Ariana Grande. Sorri e batuquei os dedos na minha perna no ritmo da música.

Poucos metros depois ele parou o carro na frente da casa de Heyoon. Olhei para o mesmo sem entender nada.

— Surpresa! — Ele buzinou e segundos depois a minha amiga apareceu na porta. — Ela irá conosco.

— Como? — Perguntei confusa. — Você nem conhece a Heyoon.

GREY ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora