63.

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Sina

Precisava sair e tirar Noah de foco da minha vida. Por isso estava nesse exato momento entrando no pub com minhas amigas. Gostava da companhia de Noah e gostava do nosso sexo, mas deveria ser só isso, mas meu coração é burro e se apaixonou por ele. Amor para mim era uma pista de mão dupla, se apaixonar sozinha simplesmente não dava.

— Chegamos, moças. — Ouvi o motorista falar e abro a porta do carro e desço. Puxei minha saia para baixo, já que a mesma tinha subido no carro e caminho até a entrada com minhas amigas.

Quando mostrei minha identidade escrito “Grey” o segurança rapidamente nos liberou a
passagem. Senti meus tímpanos tremerem quando entrei no lugar. Não estava cheio, mas o som no andar de baixo era estrondoso. Subi para a área VIP com as meninas e nos
sentamos no bar, já pedindo a primeira rodada de tequila.

— Só aceito Sina sair daqui hoje acompanhada com alguém. — Heyoon falou. Olhei para ela com a sobrancelha arqueada — Qual é? Você veio para festa tirar Noah da cabeça e quer voltar sozinha?

— Vou voltar com vocês. — Dei de ombros e senti a mão de Heyoon espalmar minhas costas — Ai sua filha da puta.

— Deixa de ser cuzona, Sina. — Olhei para Sabina — Você sempre gostou disso e agora só por que está apaixonada por Noah vai virar de casa? — Cruzou os braços e me olhou com desprezo.

— Se a gente veio aqui para Sina esquecer ele, ela vai esquecer sim e com outra pessoa. Se aparecer alguém aqui e você achá-lo bonito você não vai dispensar por causa do Noah. Algum momento ele dispensou alguma outra mulher por sua causa? — Abaixei a cabeça — Exato. Lembre da festa.

— Eu sei, é que…

— É nada. — Shivani me cortou — Sabemos que não é fácil desapaixonar de alguém, por isso seremos pacientes, mas se você pretende voltar a ver Noah como antes, precisa agir como antes: vivendo a vida. Enquanto você fica aqui receosa ele deve estar fodendo outra por aí. E você vai agir como ele. — Minhas amigas batem palminhas animada depois do discurso de Shivani e eu engoli em seco.

Ela estava certa. Como eu queria esquecer Noah assim? Preciso ocupar minha mente com outra coisa, mais especificamente outra pessoa. Não pretendia me afastar dele ou cortar
laços, mas se eu quisesse continuar mantendo o nosso sexo casual precisava tirar essa coisa de
dentro de mim antes que a situação piorasse.

O barman trouxe nossos shots de tequila e eu viro o líquido dentro da minha boca, sentindo minha garganta queimar, ultimamente eu só tinha bebido champanhe e vinho. Me levantei do banco e fui até a grade, observando o andar de baixo. De onde eu estava tinha a visão completa de tudo que se passava ali. Pessoas dançando em rodinhas, pessoas pulando, pessoas se esfregando em outras, pessoas se beijando e até um casal fazendo sexo alí no meio. Como infernos conseguiam? Como infernos pessoas sentiam tesão em serem observadas durante o ato?

— Boa noite. — Me assustei ao ouvir uma voz dizer perto do meu ouvido. Coloquei a mão em meu peito e olhei para o lado de onde vinha aquela voz.

— Boa noite. — Mordi o lábio e analisei a visão em minha frente. Um rapaz moreno que aparentava ter minha idade, com cabelos macios e lábios carnudos me olhava com muita intensidade. Acho que a ideia de voltar para casa com minhas amigas acabou de ser cancelada.

— Desculpa ter te assustado, mas eu te vi lá de baixo e não pude não vir aqui te ver de perto. — Sorri e eu sinto meu rosto queimar.

— Hum, obrigada. — Respondi tímida e coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

— Qual seu nome? — Vi ele se aproximar mais ainda e senti meu corpo tremer.

— Sina, e o seu? — Respondi e levei um susto ao sentir sua mão tocar a minha.

— Max. — Por Deus, ele era muito cheiroso — Quer dançar? — Olhei para trás receosa aonde minhas amigas estavam e vi seus olhares de “vai lá”. Assenti com a cabeça e descemos juntos para o meio da multidão.

Quando chegamos no meio da pista, começou a tocar Feel Me da Selena Gomez. Certo universo, isso é algum sinal? Virei de costas para Max e rapidamente ele pousou suas mãos
em minha cintura, puxando meu corpo para perto do seu. Dançamos juntos no ritmo da música e eu pude sentir o seu queixo se apoiar na curva do meu pescoço.

— Você é muito cheirosa e a mulher mais linda que vi aqui. — Senti sua voz vibrar em meu ouvido e me arrepiei por inteira. Quem é Noah Urrea mesmo? — Quando cheguei aqui e olhei para cima logo te vi. Você se destacou no meio daquelas pessoas.

Fechei os olhos e aproveitei a sensação que a música e Max causavam em meu corpo. Suas mãos passeavam descaradamente por todo meu corpo enquanto as minhas estavam em sua cabeça. Como senti falta disso, como senti falta de dançar sem me preocupar com quem me olhava ou por quem me julgava por ser uma Grey e estar fazendo aquilo.

As mãos de Max voltaram para minha cintura e me giraram, fazendo com que eu ficasse de frente para ele.

Nossos rostos estavam perigosamente próximos, mas eu ainda achava cedo para nos beijarmos, sabíamos apenas os nossos nomes, e eu queria saber pelo menos sua idade. Abri os olhos para observá-lo, mas me assustei ao ver aquele par de olhos escurecidos de raiva que me fitavam atrás dele.

Puta que pariu.

O que infernos Noah fazia aqui?

Olhei finalmente para Max e seu olhar também estava escuro, mas de luxúria. Ele analisava cada detalhe do meu rosto com um sorriso sacana no canto dos lábios.

Olhei para Noah novamente e decidi mandar minhas regras e meus conceitos pro inferno. Segurei o rosto de Max e colei nossos lábios num beijo. Ele se assustou com minha rapidez no começo — certamente ele esperava que eu quisesse conhecê-lo mais um pouco antes de tentar algo mais íntimo — mas logo correspondeu, abrindo a boca e me permitindo juntar nossas línguas quentes e urgentes. Coloquei minhas mãos em sua nuca e ele esmagou a
carne da minha cintura com os dedos e soltei um gemido baixo de aprovação.

Infelizmente, aquele homem não era como Noah nem me beijava como ele, mas seu beijo era maravilhoso também. Sua língua era mais delicada e não tinha pressa alguma. Suas mãos me puxaram para mais perto colando nossos corpos e eu pude sentir sua ereção tocar minha barriga. Me afastei ao sentir sua mão descer por meu corpo e tentar entrar em
minha saia. Max pareceu perceber que eu me assustei e vi seu olhar envergonhado.

— Vou no banheiro, já volto. — Ele sussurrou em meu ouvido e saiu.

Mordi o lábio inferior de
felicidade e caminhei até a escada, subindo e voltando para área VIP.

GREY ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora