68.

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Sina.

— Esse seu vestido... — Ele disse com aquela voz rouca enquanto mordia os lábios. Seus olhos devoravam cada canto do meu corpo e minha temperatura corporal aumentava a cada segundo.

— Algum problema? — Perguntei insegura. Noah balançou a cabeça negando.

— Nenhum. Pelo contrário, é perfeito. Mas ele me faz querer te foder aqui mesmo. — Engoli em seco e tentei me manter serena, o que estava sendo quase impossível. — Vamos? — Ele se afastou de mim e caminhou até o lado do motorista, abrindo a porta e entrando no veículo. Fiz a mesma coisa no lado do passageiro e ele deu partida.

— Posso saber aonde vamos jantar? —
Pus o cinto e tentei arrumar meu vestido que tinha subido quando sentei no banco, mas senti a mão de Noah apertar minha coxa, me impedindo de fazer qualquer movimento.

— Fica assim, eu quero ver suas pernas. — Disse naturalmente e continuou dirigindo.

Permaneci calada durante o caminho todo enquanto apreciava o carinho perigoso de Noah em minha perna e o som de sua playlist r&b que tocava no rádio. Eu não sabia o que esperar dele, e aquele suspense todo estava me deixando excitada. Eu estava morrendo de fome, mas não estava nem aí para o jantar, só queria arrancar a roupa dele e sentar em seu pau.

Inferno, Noah me transformou em uma ninfomaníaca. Uma ninfomaníaca que só queria transar com ele.

— Chegamos. — Ele falou. Tirei o cinto e abri a porta do carro, sentindo o vento gelado soprar no meu rosto.

Noah era imprevisível. Nos trouxe para jantar em uma hamburgueria.

Olhei para ele ao meu lado, e ele soltou uma risada. Caminhou para trás de mim e se agachou um pouco, me fazendo travar. Felizmente ele só havia puxado meu vestido para baixo.

— Eu poderia ter feito isso sozinha. — Falei enquanto entrávamos no lugar.

— Fiz isso para garantir que ele estaria baixo o suficiente. — Respondeu baixo perto do meu ouvido, fazendo com que minhas pernas tremessem.

Nos sentamos em uma mesa de canto e pegamos os cardápios. A variedade era infinita e só de ver aquelas fotos minha boca se enchia de saliva.

— Fiquei surpresa de você ter me trazido aqui. — Falei sem olhar para ele.

— Por quê?

— Pensei que iríamos jantar algo leve porque... — Espera. Eu tinha entendido tudo errado. Como eu sou burra! Se ele havia me trazido aqui era porque não iríamos transar. Ouvi falar que comer comida pesada e fazer sexo em seguida dá vontade de vomitar. Se é verdade ou não eu já não sei.

— Por que o quê? — Perguntou outra vez. Senti meu rosto arder de vergonha. Queria um buraco para poder me enterrar agora.

— Porque passamos o dia trabalhando e comer algo pesado talvez nos deixe mal. — Menti. Noah levantou uma sobrancelha e analisou meu rosto. Tentei voltar minha atenção ao cardápio e ele começou a rir.

— De onde você tira essas coisas loucas sem fundamento?

— Sei lá. — Dei de ombros.

A garçonete veio nos atender e eu pedi um x-salada com uma porção de batata frita e um refrigerante. Noah pediu um combo de frango e um x-bacon para viagem. Certo, nós realmente não iríamos transar.

— E como têm sido esses dias? — Noah perguntou. Apoiei meus cotovelos na mesa e coloquei meu rosto em minhas mãos.

— Cansativos, para falar a verdade. Só tenho trabalho e nem tempo para malhar eu tenho mais. Chego em casa e vou terminar o trabalho que não deu tempo de fazer no escritório.

— Imagino. Para nós também está bem puxado. Pensei que trabalhar com algo que amamos fosse mais fácil. — Suspirou e relaxou os ombros, encostando as costas no encosto da poltrona. Vi Noah sorrir de canto e automaticamente fiz o mesmo.

— Não sei de onde você tirou isso. Trabalhar com o que amamos torna as coisas mais leves, mas jamais tornará tudo simples. Eu amo cálculos mas chega um certo momento que eu tenho vontade de rasgar aquele monte de pastas e atear fogo. — Admiti. Noah riu e trouxe sua mão para perto de mim, acariciando meu rosto.

— Queria ter te visto mais vezes esses dias, mas não deu. Eu chegava em casa do trabalho, malhava e dormia. Conto nos dedos as vezes que jantei. E imaginei que as coisas no seu setor também estivessem apertadas. Essa coisa de final e começo de mês estraga qualquer um.

— Nem me fala. — Levei os dedos até as têmporas e massageei a região.

— Mas não estamos aqui para falar de trabalho, certo? — Aquele sorriso sacana que me desmontava surgiu no canto dos seus lábios. Senti a perna dele roçar na minha por baixo da mesa e gelei.

— Não sei... — Respondi inocentemente.

Noah puxou sua cadeira para mais perto da mesa, quase esmagando sua barriga nela. Por consequência, seus joelhos bateram nos meus, o que fez com que as minhas pernas se abrissem.

— Puxa a cadeira para mais perto também. — Ele disse baixinho e eu otária como sempre, obedeci.

Quando fiz o que Noah pediu, o joelho dele se encaixou no meio das minhas pernas outra vez. Mas agora seu joelho roçou em minha intimidade, o que me deixou em alerta. Tentei afastar para trás outra vez mas ele me repreendeu com o olhar. Permaneci quieta enquanto seu joelho continuava ali.

— Posso falar uma verdade? — Apenas assenti com a cabeça. — Esse seu vestido me deixou duro feito uma pedra hoje. — Minha garganta secou e meu coração acelerou. — Essa porra de pano esmagando todas as suas curvas e arrebitando seus seios me deu saudades de passar minhas mãos em você.

Senti minha intimidade pulsar e antes que eu tentasse fechar as pernas para conter o tesão, o joelho de Noah me esfregou. Fechei os olhos e mordi o lábio para conter um gemido.

— É quase impossível se controlar perto de você. — Noah aumentou o ritmo do seu joelho esfregando em mim e arregalei os olhos olhando para ele que se divertia com as minhas expressões faciais. Não estava acreditando que ele iria me dar um orgasmo com a porra do joelho. O que tinha nesse homem?

— Os seus hambúrgueres. — A garçonete apareceu com os nossos lanches e eu agradeci mentalmente. —  Bom apetite. — Ela sorriu descaradamente para Noah e saiu. Aproveitei seu momento de distração e afastei a cadeira para trás.

Comi tudo nervosa, ansiando pelo que viria em seguida. Enquanto Noah saiu para pagar a conta, passei no banheiro. Dei uma conferida em tudo — em tudo mesmo — e coloquei uma pastilha de canela na boca. Não iria beijar com gosto de alface e pepino.

Saí do banheiro e marchei para o lado de fora, aonde Noah já estava. O acompanhei até o carro e entrei no mesmo.

— Coloca uma playlist aí. — Me entregou o celular enquanto engatava a primeira marcha e dava partida no veículo.

Abri o Spotify no seu celular, procurei HER no search e coloquei para tocar suas músicas no modo aleatório.

Noah deu a volta com o carro e saiu do estacionamento da hamburgueria, mas ao invés de pegar a estrada da direita que levava até a cidade, pegou à esquerda, entrando numa rua de bosque e parando o carro num canto escuro.

GREY ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora