13.

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Sina.

— Você está... Linda. — Noah comenta passando a mão no pescoço aparentando estar envergonhado.

— Hum... Obrigada? — fecho a porta atrás de mim e jogo a chave dentro da bolsa. — Vamos?

Estávamos indo para o carro quando escutei meu irmão me chamando.

— Por favor, relaxa tá? Quero que você se divirta e não se esqueça do que você tem marcado para às 9h de amanhã. — sinto seus lábios tocarem a minha testa e ele se vira, olhando para Noah. — Muito cuidado com a minha irmã, ein? E não deixe ela beber muito, por favor. Divirtam-se!

Noah me guia até uma BMW preta que tinha no final do estacionamento e escuto seu alarme soar.

— Caralho, seu carro é lindo. — Entro no veículo e olho tudo ao redor. Seu carro era bem limpo e organizado. O banco de couro era altamente confortável e exalava cheiro de sexo. — Não quero nem imaginar com quantas garotas você transou aqui. — comento.

— Não vou mentir, foram várias. — respondeu orgulhoso. — Mas eu sempre faço questão de higienizar o carro, caso essa seja sua dúvida.

O caminho foi tranquilo, conversamos sobre assuntos do trabalho e sobre gosto musical. Descobri que nossos gostos eram semelhantes, o que nos fez cair na risada.

Noah estacionou e descemos do carro, e eu me deparei com a frente de um bar. Ótimo, estava mesmo precisando beber.

— Vem. — sinto suas mãos tocarem minhas costas, guiando-me até uma mesa com quatro rapazes sentados. —E aí, caras. — cumprimenta todos eles com um toque. — Essa é a minha amiga, Sina. Sina, esses daqui são Krystian, Lamar, Josh e Bailey, respectivamente.

— Oi, meninos. — digo apertando a mão deles, sentindo o olhar de três deles me devorar.

— Sina Grey! Que prazer conhecer você. — Krystian (se eu não me engano) me puxou para um abraço.

— Você me conhece? — pergunto sem jeito sentando-me ao lado dele.

— Mas é claro! Quem não conhece Sina Grey? — respondeu olhando para seus amigos. — Essa foi uma pergunta retórica.

Noah saiu para buscar bebida para nós dois deixando-me na mesa com seus amigos.

— E aí Sina, como você conheceu o imprestável do meu amigo? — perguntou Lamar inclinando-se sobre a mesa e apoiando seu queixo em sua mão.

— Nos esbarramos na porta do elevador e trocamos farpas.

— E vocês já se acertaram?

— Eu acho que sim. — dou de ombros.
— Não gosto de ficar de intriga com ninguém.

— Ele já deu em cima de você ou já te deixou constrangida?

— Não. — Minto. Não ia contar a eles sobre o ocorrido na sala de Noah. — Apesar de tudo, Noah me respeita.

— Você trabalha com o quê lá? — foi a vez de Josh perguntar.

— Sou diretora do setor financeiro.

— Acho bem sexy uma mulher que gosta de cálculos. — Bailey disse maliciosamente e antes que eu pudesse responder, Noah apareceu atrás de mim.

— Eu só saio por alguns minutos e vocês já deixam minha amiga constrangida? — ele sentou ao meu lado e me entregou uma bebida cor de rosa.

— Tudo bem, Noah. Sem problemas. — respondi levando o canudo até a boca.

Estávamos conversando sobre nossos trabalhos quando Noah resolveu direcionar uma pergunta à mim:

— Conte-nos mais sobre você, Sina. Sou seu amigo mas não sei nada sobre você.

Levei o canudo mais uma vez até a boca e vi o olhar de Noah cair para a região. Mas que porra?

— Como assim? Não tem nada de interessante para saber sobre mim.

— Tem sim! — Krystian respondeu. — Me responde, como é ser irmã de Christian Grey?

— Normal?

— Não, não, não. Definitivamente não é normal.

Comecei a rir e falei um pouco sobre mim. Noah mostrou-se o tempo todo interessado sobre o assunto.

— Está brincando que de manhã você reclamou do celular e à noite tinha um novo em cima da sua cama?

— Te falei, meu irmão só tem aquela cara de durão, mas ele tem um coração incrível.

— Eu vejo o quanto ele se orgulha de você e o quanto ele te quer bem. — Noah disse e senti meus olhos se encherem de lágrimas.

— É que sempre fomos só nós dois, então ele sempre me protegeu muito.

— E em questão de namorados? Ele também é protetor ou é relaxado? — Bailey perguntou. Impressão minha ou...

— Que é isso, cara! — Noah repreendeu seu amigo.

— Ele é protetor, claro, mas entende que eu tenho uma vida ativa como qualquer outra pessoa. Acho que nessa parte ele é mais tranquilo. — com o canto dos olhos, vejo Noah sorrir e dou o goto seco.

• • • •

Nesse estágio, já estávamos conversando sobre coisas aleatórias e um pouco sem sentido. Krystian tinha saído para pegar uma outra bebida quando voltou saltitando com uma ideia maluca.

— Não Krystian, nós não vamos brincar de jogo do copo. — Lamar disse cruzando os braços abaixo do peito.

— Qual é, Lamar? Vamos lá.

— O que é brincadeira do copo? — perguntei demonstrando interesse e recebi o olhar repreendedor de Noah.

— É o seguinte: ficam duas fileiras de copo, uma em frente à outra, e dois grupos de pessoas na quantidade de copos. Uma pessoa de cada lado joga uma bolinha no copo da pessoa a sua frente, e embaixo do copo tem algo que você deve fazer. Caso você não queira fazer aquilo, deve beber o líquido que tem no copo.

— Vamos! — estava me levantando para ir jogar quando senti a mão de Noah me puxar.

— Sina... — consegui me soltar quando o escuto gritar meu nome. — Sina!

— Deixa de ser chato, Noah. Vamos nos divertir!

— Não, você não vai brincar disso.

— Você não é o meu pai. — gritei e ele se aproximou de mim.

— Sina...

— Tchau, Noah. — me virei e saí andando com Krystian, sentindo minhas costas arderem com o olhar de raiva de Noah.

GREY ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora